La Pampa (Block Pass)

12/08/2025 08:13:00 PM |

O mais interessante de filmes sobre revelações, é que sempre sabemos para qual rumo irá o fechamento, ao ponto que podem alongar um pouco, colocar algumas entregas extras, mas sempre vai fechar igual. E com o longa "La Pampa", que pode ser conferido no Festival de Cinema Francês do Brasil, só fiquei esperando a bomba rolar na tela, mas se fosse meu o filme acabaria bem antes, no ponto máximo, que ali sim impactaria e o resultado seria muito melhor, mas ainda assim a forma entregue funciona e traz um bom sentimento para o público.

O longa nos conta que Willy e Jojo são amigos de infância inseparáveis, passando grande parte do tempo juntos. Para fugir do tédio, eles treinam na pista de motocross La Pampa, compartilhando aventuras e fortalecendo ainda mais sua amizade. No entanto, tudo muda quando, certa noite, Willy descobre um segredo que Jojo vinha escondendo há muito tempo. Essa revelação abala a relação entre os dois, forçando-os a confrontar verdades que podem transformar a dinâmica da amizade. Enquanto lidam com essa nova realidade, os amigos precisam decidir até onde irão para proteger um ao outro e preservar o vínculo que sempre os uniu.

Fica bem claro que diretor e roteirista estreante em longas Antoine Chevrollier vai melhorar muito ainda, pois aqui ele foi seguro do que precisava fazer e trabalhou a dinâmica com uma coerência clássica do estilo, de tal forma que qualquer diretor um pouco mais experiente cortaria os 15 minutos finais, mas ele escolheu bem os ângulos, colocou o público na moto, e fez os envolvimentos com personalidade sendo interessante de acompanhar e até torcer para talvez um final diferente, mas o estilo pedia isso, então fez bem sua estreia.

Quanto das atuações, diria que o jovem Sayyid El Alami segurou bem o protagonismo com seu Willy, talvez sendo um pouco tímido e fechado demais para o papel, mas mostrou personalidade na tela e conseguiu se desenvolver dentro do que a trama pedia, e claro que o diretor conseguisse extrair dele. Também acredito que faltou mais estilo para Amaury Foucher com seu Jojo, pois as suas dinâmicas pediam alguém mais saído, e não tão retraído, de modo que claro tudo o que ocorre é apavorante, mas não teve traquejos que demonstrasse algo a mais dele. Diria que Damien Bonnard me deixou um pouco confuso com seu David, pois se portou como um pai impositivo e nervoso com a situação, mas logo em seguida estava um doce com o amigo, de modo que até pareceu ser algum erro de gravação, então volto a frisar que o longa fechado após o evento faria com que todos os artistas ganhassem muitos pontos na atuação. Ainda tivemos outros bons personagens e atuações, como Léonie Dahan-Lamort com sua Marina cheia de gracejos e bem direta com o "amigo", Artus Solaro com seu Teddy meio bobão, mas enrustido ao máximo, Florence Janas com sua Séverine meio que perdida em como dosar os filhos, e a jovem Axelle Fresneau com sua Mélody graciosa e bem envolvente com o irmão, mas todos acabaram tendo o mesmo defeito de faltar o diretor fazer com que explodissem em cena, e assim sendo apenas foram ok.

Visualmente o longa teve bons momentos nas pistas de motocross, mostrou bem o hospital abandonado aonde os rapazes iam para fumar e refletir, passando um sentimento até que bem interessante depois quando vai com a amiga até o quarto aonde o pai morreu, tivemos todo o afeto com as ferramentas, e algumas cenas meio que jogadas no barco aonde não usaram com uma necessidade específica para a trama, mas mostraram que a equipe de arte escolheu bem as locações para que a fotografia funcionasse bem também.

Enfim, é um longa simples, com uma proposta interessante, mas que já vimos acontecer tantas vezes que já sabíamos o que esperar acontecer, e dessa forma acabou aparecendo ainda mais as falhas do diretor estreante, e assim sendo vale a recomendação apenas para a reflexão de como não tratar alguém em um momento tenso, pois quanto mais explodir tudo, mais chance do fogo queimar. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto mais tarde com mais um longa do Festival, então abraços e até daqui a pouco.


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