O longa retrata o relacionamento conturbado entre um pai, suas duas filhas e as feridas complexas que se estendem por décadas no cerne da família. Diante do frágil laço paternal, o carismático Gustav, pai distante de Nora e Agnes e um renomado diretor de cinema, decide que seu próximo longa será o seu filme de retorno aos holofotes. Sabendo o quão pessoal e importante é o projeto, o cineasta oferece à filha Nora, uma estabelecida atriz de teatro, o papel principal da trama. Quando ela recusa a oferta, Gustav entrega a personagem para uma jovem e entusiasmada estrela de Hollywood, Rachel Kemp, quem rapidamente percebe que, sem querer, se envolveu num drama incrivelmente íntimo (fora e dentro das telas). Assim, as irmãs precisam lidar com a relação atravessada e complicada com Gustav, enquanto uma atriz americana se instala no centro dessa complexa dinâmica.
Diria que o estilo do diretor e roteirista Joachim Trier é de filmes mais introspectivos, mas aqui o longa pedia um pouco mais para ser algo incrível realmente que como esse mais pela entrega do que pela essência em si. Ou seja, vemos um filme até tem pegada, tem sentimento, mas acaba não impactando e emocionando como deveria, pois uma abertura mais densa colocaria o público num auge para que a virada derrubasse, mas como amor ou tudo demais, o resultado acaba ficando apenas ok no fechamento.
Quanto das atuações, diria que Renate Reinsve soube passar toda a insegurança expressiva que sua Nora Borg precisava ter, de modo que ficamos observando sua entrega nos atos com qualquer outra pessoa, e suas demonstrações não são apenas de alguém que teve problemas na infância, mas sim de alguém ainda perdida com tudo na vida, e que a atriz soube ser sincera com o que o papel pedia para isso, sendo até cansativa demais com suas dinâmicas. Já Stellan Skarsgård trabalhou seu Gustav Borg como realmente vemos diretores mais velhos, que parecem sempre perdidos com tudo o que fizeram, mas que possuem aquele roteiro feito na medida para alguém que conhece e que com a experiência do ator soube incorporar isso para um papel que dava até para ser mais forte e denso, mas ainda assim entregou com sinceridade e emoção. Ainda tivemos momentos bem colocados de emoção por Inga Ibsdotter Lilleaas com sua Agnes direta no que precisava chamar para si, tendo um fechamento bem marcante e chamativo, e Elle Fanning fazendo de sua Rachel Kemp uma atriz de muito sucesso, mas que sabe o que fazer quando não se encaixa em um papel, e assim sendo o resultado acaba agradando.
Visualmente a trama teve um cerne bem colocado na casa dos protagonistas, mas também passeando pelo teatro da cidade, uma premiação e até entrevistas da produção, sendo algo misto entre lembranças do passado e vivências do momento, aonde a cenografia em si importa mais pelo vão que a garota sempre ouviu as conversas e sabia mais do que executava, mas ainda assim não gastaram muito para que a presença técnica chamasse atenção pela produção ou da fotografia em si.
Enfim, é um trabalho bem envolvente que até chama atenção pelo valor mais sentimental colocado na tela, mas que dava para ir muito mais além, nem parecendo ser algo que está chamando tanta atenção mas premiações, mas por ser algo bem artístico funciona no que se propõe entregar. Então fica a dica, e eu fico por aqui agora, já que vou conferir agora um besteirol, e volto mais tarde para falar dele, deixo meus abraços por enquanto e até breve pessoal.







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