É até interessante como o diretor e roteirista Thierry Klifa usou bem a história da dona da L'Oreal para recriar seu filme com nuances mais floreadas, pois a base foi bem fundamentada, e sendo um escândalo que chocou o mundo na época muitos quiseram usar os direitos e claro que sendo uma família riquíssima, tudo acabou sendo meio que apagado, e dava para fazer um filme menos artificial e mais comercial, mas como a maioria curte novelas no mundo, ele optou por esse estilo que até entretém bem nos primeiros minutos, depois acaba se tornando algo arrastado e repetitivo que cansa bastante no miolo, e só quando entra no conflito mesmo que poderia surpreender, nem é mostrado muito. Ou seja, quem curte esse estilo até talvez vai gostar, mas pela primeira vez em um filme de festival vi sair tanta gente da sala e ir embora como aconteceu hoje, e isso mostra que faltou o diretor impactar mais com o conflito familiar e/ou mais com os processos rolando com a mídia se batendo para conseguir detalhes.
Quanto das atuações, como toda "novela", temos muitos bons personagens e atores, e claro que a dominante no caso foi a principal atriz francesa de todos os festivais, Isabelle Huppert, que com sua Marianne Farrère soube ter toda a classe e a compostura esperada, deu densidade para a personagem, porém não explodiu como costumeiramente faz em cena, trabalhando meio que de uma forma segura na tela, e assim diria que ela meio que quis "defender" a personagem real com algo mais sutil. Agora quem não foi nem um pouco sutil na tela foi Laurent Lafitte com seu Pierre-Alain Fantin, sendo daqueles aproveitadores espalhafatosos que marcam presença aonde quer que apareçam, e acabou sendo bem interessante e irritante suas cenas, ao ponto de querermos assim como a herdeira pegar ele pelo colarinho, ou seja, o ator chamou toda a atenção do filme para si, e se era isso que o roteiro pedia, fez com precisão. Claro que o papel de Marina Foïs com sua Frédérique Spielman pedia alguém bem séria na tela, mas a atriz acabou abusando um pouco, ficando até monótona em muitos atos, de forma que faltou presença para chamar o filme para si, e isso não é muito bom de acontecer. O jovem Raphaël Personnaz trabalhou seu Jérôme Bonjean com olhares e entregas tão bem encaixadas, com uma serenidade perfeita de mordomos, que até esperava algo a mais do personagem, pois o ator não ficou apagado na tela, e isso é algo muito legal de ocorrer, principalmente em tramas desse estilo. Como disse tivemos muitos bons atores e personagens na tela, e se eu fosse o diretor usaria esse mesmo elenco e montaria uma série mais completa, pois os fãs do estilo adorariam ver mais desenvolvimentos de todos os demais, então não vou destacar nenhum dos demais.
Visualmente a equipe de arte foi muito esperta, pois não precisou de locações gigantescas para representar a mansão, o conselho e tudo mais, usando ângulos mais fechados nas salas, quartos, piscinas e por aí vai, apenas representando o luxo pelas roupas e elementos ao redor, de modo que tudo funciona bem na tela, tem as devidas nuances e agrada, mostrando claro uma vida de rico, mas sem fazer um filme de produtor rico.
Enfim, é um longa bem feito, bem representativo do mundo imponente dos ricaços, que dava para ter ido além sem precisar alongar tanto como acabou acontecendo, sendo algo bacana de ver se não for esperando muito dele, então fica a dica. E é isso meus amigos, amanhã volto com mais dicas de filmes, mas hoje eu fico por aqui deixando meus abraços com vocês.







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