O longa apresenta a extraordinária história de um homem comum. A jornada de Charles "Chuck" Krantz é contada de forma única e emocionante, misturando gêneros para explorar os altos e baixos da existência humana. Ao longo de sua vida, Chuck vive o encanto do amor, a dor da perda e descobre as muitas facetas que existem dentro de cada um de nós.
Confesso que é estranho demais ver um diretor tradicional de filmes e séries de terror como Mike Flanagan e um roteirista de tramas densas como Stephen King trabalhando juntos em um drama com pegadas romantizadas, pois é algo quase impossível de se imaginar dando certo, mas de certo modo conseguiu vender muito bem pelo trailer, afinal parecia ser uma história lúdica, emocionante e que nos levaria quase a florear na sala depois de uma alta brisa de cogumelos, porém esqueceram de dizer que quem comeu os cogumelos foi o diretor, e ele nos entrega algo meio que confuso e conflituoso demais para uma trama com filosofias e símbolos, aonde as devidas intensões até chamam atenção, mas que pelos motivos que citei no começo não trazem o sentimento forte para o espectador em si, e assim sendo saímos da sessão esperando aquele algo a mais que não acontece, e por si só já desanima, o que é uma pena, afinal fui esperando sair maravilhado com tudo, e apenas sonhei com as belas cenas que a trama tem (e que não são poucas!).
O mais engraçado é pensar que o longa poderia ter ido muito mais além com o elenco que tinha, afinal contando com o protagonista Chuck sendo interpretado por um Tom Hidlestone dançando como nunca, mostrando um carisma sério, porém cheio de grandes facetas, o jovem Benjamin Pajak dançando melhor ainda, e tendo conversas cheias de nuances na tela com todos os demais personagens, parecendo ser até adulto demais com tudo o que aconteceu, mas tendo um sentido artístico perfeito, e Jacob Tremblay que sabemos o quanto é maravilhoso, porém pegando o momento da juventude do personagem aonde está mudando sua forma de tudo, e assim apenas deu as devidas entregas expressivas para os momentos mais fechados do papel, não tinha como ter falhas, afinal o trio encantou. Ainda tivemos The Pocket Queen como a baterista Taylor numa entrega rítmica tão marcante e chamativa que imprimiu uma cena grandiosa fazendo o que mais sabe fazer. E falando nessa cena, parecia que Annalise Basso entregaria uma Janice totalmente depressiva, mas se jogou por completo na dança com o protagonista e agradou demais com a desenvoltura. Os papeis de Chiwetel Ejiofor com seu Marty Anderson, Karen Gillan com sua Felicia Gordon e Carl Lumbly com seu Sam Yarborough no terceiro ato (que é o primeiro a ser mostrado) tiveram uma pegada de fim do mundo tão intensa, que chegamos a entrar no clima com eles e ao sermos transportados acabamos envolvidos no que desejavam passar, não recaindo para traquejos fáceis, mas também não se doando nos diálogos e sim na forma marcante do desespero pelo fim, fora não reconhecerem o rapaz que conheciam do passado. E por fim claro que temos de falar das poucas, mas belas cenas de Mia Sara com sua Sarah Krantz e Mark Hamill com seu Albie Krantz que trabalharam doçura nelas, sendo bem marcantes tanto para a vida futura do garoto na dança, na contabilidade e na vida.
Visualmente a trama teve uma pegada bem interessante com o terceiro ato mostrando um fim do mundo extremamente depressivo e cheio de nuances, com o apagar das estrelas, da energia, do colapso mundial da natureza, mas ainda assim conectando algumas pessoas e claro com as devidas homenagens estranhas para o tal Chuck, aparecendo nos lugares mais improváveis possíveis até mesmo nas janelas das casas. Já no segundo ato o detalhe ficou para a charmosa rua com a bateria dominando o ambiente e os jovens dançando, depois uma bela fonte, mas tudo sem detalhes minuciosos, apenas um grande público, e o show acontecendo. E no primeiro e último ato, tudo se fecha na escola e na casa vitoriana, com as muitas aulas de dança, o baile tradicional e claro o sótão fechado com toda a história macabra. Ou seja, a equipe de arte teve um trabalho bem mostrado, mas talvez pudesse ter sido mais simbólica nas nuances e acrescentado algo a mais para chamar melhor a atenção do público.
Enfim, é um filme melancólico, que conta com cenas belíssimas, porém que esquece do principal que é fazer o público sentir algo no fechamento, e nem a reflexão completa consegue isso, o que é uma pena, pois o longa valeria ter ido muito mais além. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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