A Sogra Perfeita 2

9/18/2025 12:43:00 AM |

Não sou contra continuações, porém um gênero que insiste em errar quando se fazem sequências é a tal da comédia, pois se deu errado o original, tentam remendar as pontas e acaba virando um verdadeiro desastre, e se deu certo, tentam forçar as mesmas piadas, ou invertê-las para dar outras nuances, e também acaba virando um desastre, então costumo dizer que fazer rir é algo para poucos, e se deu certo, reinvente algo em cima, mas não continue. E claro que se comecei o texto de "A Sogra Perfeita 2" dessa forma pelo fato do novo longa até ter a essência divertida que funcionou em 2021, porém enquanto lá parecia realmente um filme, aqui temos algo mais fechado em esquetes que mais remetem um programa humorístico da TV aberta, aonde as facetas vão acontecendo, e que nem são piadas e situações novas que vão nos entregar, de tal forma que acabamos já esperando aparecer apenas. Ou seja, não digo que tenha ficado algo ruim, porém dava para terem trabalhado melhor as dinâmicas para que o longa funcionasse melhor na tela, ou então, deixassem apenas no primeiro filme, e transformasse aqui em uma série de pequenos episódios, que provavelmente funcionaria melhor.

O longa nos conta que Neide finalmente está curtindo sua liberdade após os filhos saírem de debaixo de seu teto. Independente e bem-sucedida, a cabeleireira vive a paz de espírito de uma vida tranquila. Tudo começa a desmoronar, porém, quando seu namorado português Oliveira decide pedi-la em casamento. Apesar de negar o inesperado pedido, a fofoca de que um casamento está por vir rapidamente chega nos ouvidos de toda a vizinhança de Vila Cleide. Para piorar e complicar mais ainda, sua sogra (Fafy Siqueira) chega de Portugal com as malas prontas para a suposta cerimônia. Agora, Neide precisará resolver a situação sozinha, sem a ajuda de sua melhor amiga Sheila, com quem se desentendeu durante uma competição de penteados, enquanto tenta controlar a confusão que se instalou por todo o bairro.

Diria que uma das diretoras que mais sabemos bem o estilão que vamos encontrar é Cris D'Amato, e isso não é algo ruim, pois você vai preparado para apenas curtir algo que vai ser abarrotado de esquetes e situações cômicas, que dependendo do seu humor no dia, irá rir bastante ou sentir uma vergonha alheia tamanha, e isso no mesmo filme variando as temperaturas das situações, e essa sua "fórmula" já deu bons frutos no passado, já fez alguns filmes serem marcantes de época, e claro fez sua fama no estilo, porém aqui ela precisava ter se reinventado um pouco para que a sogra da sogra fizesse um algo a mais na tela, aonde as confusões ficassem nisso e não em uma competição de cabelereiros ou então uma briga de amigas, pois ficou sendo algo raso perto das confusões que poderia rolar com a sua sogra. Ou seja, ficou aquele filme morno que a diretora já fez outras vezes, aonde você já se prepara para cada piada momentos antes dela acontecer, isso quando não acontece no exato momento em que pensa, e assim sendo faltou gás para ir além na tela, mostrando que a diretora precisa começar a encarar novos rumos para voltar ao seu apogeu cômico que funcionou no passado.

Quanto das atuações, o mais bacana de Cacau Protásio é que mesmo ela sendo extremamente exagerada em seus personagens, ela nos convence que a personagem é do jeitão dela, e assim sua Neide aqui tem seus traquejos, tem empoderamento e ao mesmo tempo que tem algumas situações mais explosivas, também consegue puxar o carisma para um lado emocional (mesmo que em segundo plano). Evelyn Castro segue o mesmo caminho da protagonista com sua Sheila, sendo exagerada, gritante, forçando a barra para tudo, mas como é seu estilo tradicional de vídeos online, quem já a conhece até entra na onda, porém dava para a diretora ter controlado um pouco mais as forçadas malucas dela. O grupo português da trama acaba sendo divertido nas sutilezas, com Marcelo Laham voltando ainda mais fechadinho com seu Oliveira, tendo boas nuances expressivas para tentar não demonstrar seus sentimentos para a protagonista, Ricardo Pereira fazendo um Segundinho galanteador, porém apaixonado e homem de família, sendo até engraçado sua paixonite por Sheila, mas quem chama atenção mesmo e deveria ter sido muito mais usada é Fafy Siqueira, que essa sim é uma humorista de mão cheia e conseguiria reverter o filme para nuances mais despojadas e engraçadas na tela, o que é uma pena. Quanto aos demais, vou preferir me abster, pois Luis Miranda e Mario Matias apenas enfeitaram e fizeram esquetes bobas, e Maria Bopp fez uma infiltrada tão ruim que até uma criança saberia o seu papel na primeira cena dela.

Visualmente o longa é bem básico, tendo os salões de Neide e Sheila lado a lado, o salão de Richard, a padaria de Oliveira e o escritório de um agiota, tudo bem básico, sem grandes chamarizes, mas sendo bem detalhado no conteúdo representativo, além do concurso no final com algo mais próximo de um show de TV, mas também sem chamar muita atenção, ou seja, um longa que o orçamento da equipe de arte foi bem econômico, mas que funcionou dentro da proposta.

Enfim, é uma comédia que quem curte piadas mais jogadas e forçadas até vai rir, mas que passa longe do gracejo do primeiro longa, e que como disse tem mais cara de um seriado do que de filme realmente, e assim sendo dava para ter melhorado muita coisa para que não fosse apenas mais um. Ou seja, diria que recomendo ele apenas para quem tiver sem nada para conferir e gosta do estilo, pois do contrário vai só reclamar, principalmente por não conseguir rir dos exageros. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais boas dicas, então abraços e até logo mais.


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