A sinopse nos conta que Max e seus amigos, Pedro e Bruna, descobrem uma improvável máquina do tempo e, movidos pela curiosidade, decidem testá-la. Mas o que parecia uma aventura se transforma em um pesadelo quando Pedro, de forma súbita e inexplicável, passa a querer matar Max. Sem entender os motivos por trás da mudança, Max se vê preso em um ciclo de sobrevivência onde sua única saída é voltar alguns segundos ao passado — repetidamente — em busca de respostas que possam salvá-lo. À medida que mergulham em uma linha temporal instável, onde cada escolha pode ser fatal, os três amigos enfrentam verdades obscuras sobre si mesmos e sobre o peso das consequências que criam.
Diria que o roteiro e a direção dos diretores Gabriel França e CD Vallada foram até que interessantes dentro da proposta em si, de modo que ficou algo chamativo e cheio de nuances aonde o espectador fica esperando aquele algo a mais acontecer, afinal demora até o último ato para sabermos o que Max fez para que Pedro voltasse tão transtornado, porém isso uma, duas ou até três vezes é aceitável se perguntar e tentar mudar, agora repetidas vezes durante todos os 80 minutos do longa, acabou ficando mais irritante do que original. Claro que por ser uma trama de orçamento baixíssimo, e todo desenvolvido em cima dos diálogos, o resultado em si até surpreende dentro da forma que ocorre, porém dava para ter aberto mais toda a situação, dava para mostrar o acontecer em outras realidades, e até mesmo dava para usando apenas a base textual brincar com mais facetas, porém a repetição causa um trabalho psicológico, e era essa a intensão deles, então funcionou como disse para a proposta, bastará ver se funcionará para um público maior do que o de festivais.
Quanto das atuações, felizmente o trio protagonista segurou a barra, pois sendo uma trama 100% dependente dos diálogos, qualquer deslize estragaria o filme por completo, e se a intensão era fazer com que Felipe Hintze suasse horrores, a iluminação, o calor do ambiente e toda sua expressividade foram feitas com precisão, pois é notável o quanto o ator vai crescendo a tensão de seu Max, e o ator brincou bem com toda esse desespero que vai tomando toda a dinâmica. Da mesma forma, João Fenerich voltou de sua primeira viagem temporal transtornadíssimo, e isso já lhe deu uma nuance pronta para todos os demais momentos, o que de certa forma foi um acerto do ator, mas um erro da direção, pois poderia voltar outros Pedro's diferentes nas demais realidades, e não apenas o ponto de escape escolhido, mas como aqui estou falando da atuação em si, posso dizer que ele foi bem no que fez. Agora diria que Carol Macedo acabou muito mal aproveitada na tela com sua Bruna, de modo que ficou somente no meio da discussão dos dois rapazes, e foi uma contadora da história de sua mãe e da sua tia, repetindo inclusive as falas narradas de Camila Morgado no começo e depois em uma leitura de carta, e isso não a valorizou, mas ao menos segurou a onda toda e trabalhou alguns trejeitos duvidosos, o que de certa forma não foi de todo ruim.
Visualmente volto a afirmar que se o diretor quiser transformar o longa em uma peça teatral ele pode começar a rodar o país todo amanhã, pois o ambiente foi completamente desnecessário para todo o filme, tendo de importante apenas a poltrona, a arma e o vaso atrás que se quebra uma única vez, de modo que a sala inteiramente fechada até dá uma certa claustrofobia, mas apenas foi decorada com uma mesa de carteado, uma de sinuca e alguns armários com livros para mero enfeite, o que talvez pudesse ter sido usado para algo a mais. E como disse, por ser um filme de baixo orçamento não quiseram ousar tanto nas viagens temporais, tendo alguns atos com sangue provenientes dos tiros ou das voltas temporais, mas sem grandes expressões da equipe de arte em si.
Enfim, é um filme simples e bem feito, que volto a frisar que tenha faltado um pouco de ousadia para representar melhor e causar mais no espectador, pois alguns até vão se convencer de tudo o que ocorre ali e entrarão completamente no clima do longa, enquanto outros vão achar apenas básico demais sem entender bem a proposta, e como digo sempre que arriscar depender do público entender é uma fria sem tamanho, e assim sendo pode dar muito certo ou muito errado. Sendo assim, fica a dica para quem gostar do estilo conferir ele quando lançado, o que ainda não tem uma data prevista, já que o longa está participando de muitos festivais mundo afora, mas chegando a data eu coloco o aviso aqui, e desde já agradeço o pessoal da assessoria de marketing do longa por confiar em meu trabalho e enviar o link para conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.
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