Looke - O Melhor Torcedor do Mundo (Wochenendrebellen) (Weekend Rebels)

9/24/2025 01:24:00 AM |

Costumo dizer que sou fã de longas que tem pegadas esportivas, mesmo que quase em 100% dos casos recaiam para clichés do gênero, que é algo que incomoda demais a maioria dos críticos mundo afora, agora outro estilo que anda muito em pauta são as tramas inclusivas, que trabalhem bem as diversas síndromes e deficiências que acabam causando problemas para os jovens, então o que daria juntar as duas coisas? Sim, já vimos outros filmes que fizeram isso, um ótimo exemplar mais puxado para a comédia é "Campeões", e agora um que puxa para o lado do autismo é "O Melhor Torcedor do Mundo", que pode ser conferido dentro da plataforma Looke, e que de forma bem graciosa mostra os perrengues que uma família passa com seu filho quando esse quer escolher um time de futebol para torcer, mas que não será de maneira aleatória, afinal o time tem de seguir todas as regras que ele determinou e com isso precisará visitar os jogos das 56 equipes alemãs. Ou seja, uma trama cheia de dificuldades, afinal os jovens com o espectro não aceitam que toquem neles, não gostam de barulhos e tudo mais que é muito comum em jogos de futebol, e assim sendo o resultado mostra algo que vai muito além de um único filme.

A sinopse nos conta que Mirco é orientado a procurar uma escola especial para Jason, seu filho autista. O garoto promete que irá se esforçar para permanecer na escola se seu pai ajudá-lo a escolher um time de futebol. No entanto, antes de tomar sua decisão final, Jason gostaria de conhecer os 56 clubes das três primeiras divisões de futebol do país.

O cinema alemão por si só já é diferente do normal que estamos acostumados a ver, então falar que conheço muitos filmes deles é algo completamente mentiroso, de forma que analisei hoje somente pelo que o diretor Marc Rothemund me entregou, que nada mais é que uma trama bonita, simples e simpática, aonde conhecemos mais do mundo dos autistas, vemos seus conflitos internos e até mesmo os conflitos para com seus familiares que acabam por vezes até os mimando demais. Claro que é algo subjetivo de entrega, e que mesmo sendo baseado em uma história real (a qual vemos os verdadeiros na tela durante os créditos) conseguiram transpor para a tela algo bacana de estrutura, aonde nada cansa, e mais do que isso, nos conecta na tela, o que é funcional e diferenciado. Ou seja, é o famoso filme que explicita o bullying que muitos jovens sofrem pela deficiência, mas que também mostra que incorporando eles nas atitudes comuns podem sair grandes gênios pela mente que não se desliga facilmente, e assim sendo o longa emociona e agrada bastante.

Quanto das atuações, é claro que tenho de falar logo de cara do jovem Cecilio Andresen que conseguiu fazer com que seu Jason fosse bem explosivo e cheio das nuances, trabalhando talvez um estilo que alguns jovens irão se conectar, mas que ao segurar o protagonismo para si, mostrou algo que vai muito além da personalidade, de tal forma que se ele realmente não tem o espectro, conseguiu representar muito na tela, agradando do começo ao fim. Florian David Fitz conseguiu trabalhar seu Mirco com uma intensidade bem colocada daqueles pais que até tentam entender a vida do filho, mas que trabalhando mais fora do que dentro, deixando as funções principais para a mãe, acaba vivenciando tudo com muita força quando passa a viver todo o caos, e o ator soube segurar bem a dramaticidade na tela, emocionando também em alguns bons atos. Ainda tivemos Aylin Tezel mostrando uma Fatime múltipla para cuidar dos filhos com as mil regras do garoto, enquanto o pai trabalha viajando, sabendo passar um bom ar de cansaço na tela, e sendo a mãe guerreira que muitos conhecemos, e também tivemos boas cenas com Joachim Król como o avô do garoto tendo boas dinâmicas e sínteses com o garoto.

Visualmente a equipe trabalhou bastante para levar os protagonistas para os vários estádios que aparecem no longa, com muitos jogos importantes que lotaram as arquibancadas do país, mostrando o fanatismo das torcidas, e claro todas as dinâmicas caóticas que alguém com autismo sofre nesses lugares, ainda tivemos a casa da família e também muitas cenas em trens levando eles de ponta a ponta do país. Ou seja, é quase um road-movie, mas numa formatação diferenciada.

Enfim, é um filme simples, mas quem gosta de tramas familiares, ensinamentos bem encaixados sobre pessoas diferentes, e claro de como o esporte pode mudar a vida das famílias, irão gostar bastante, então indico com certeza o play na plataforma. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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