Canal Adrenalina Pura - A Perseguição (Six Jours)

9/13/2025 01:35:00 AM |

Quem me acompanha sabe que sou um extremo defensor do cinema francês, de onde provém obras que sempre me impressionam seja dentro de festivais ou de tramas mais comerciais, e que vivo repetindo que quem seguir a escola francesa faz sucesso em qualquer outro país, claro que há exceções que já falei por aqui também de algumas bombas que já apareceram, mas felizmente são raros os casos. E cá hoje estou muito feliz após conferir "A Perseguição", longa que estreia dentro do Canal Adrenalina Pura na próxima quinta (18/09), pois a trama brinca com as facetas de suspense investigativo que curtimos acompanhar, aonde toda a essência brinca com o público, e que só não ficou mais perfeito por faltar tensão nos atos de busca, ficando um pouco frouxo nesse sentido, porém é um tremendo filmaço que não duvido que daqui alguns anos apareça mais versões dele em outras línguas, já que é um estilo universal: o de sequestros de crianças e a busca pelos culpados. Ou seja, é daqueles longas que você tenta interpretar os sinais junto com os investigadores, pensa como agiria se fosse os protagonistas, e até se indigna com o desmonte final, pois não cheguei a pensar na entrega final, mas até que foi uma forma inteligente de fechamento, mesmo que talvez um pouco forçada.

A sinopse nos conta que anos depois de não conseguir resolver o assassinato de uma jovem, um detetive se vê obrigado a reabrir o caso quando um crime semelhante acontece. Faltando apenas 6 dias para o caso ser definitivamente arquivado, ele sente o dever de solucioná-lo e evitar que outra criança sofra o mesmo destino.

Diria que o diretor Juan Carlos Medina soube pegar a trama sul-coreana "Montagem" de 2013 (que já fiquei com muita vontade de achar ela, pois muitos falaram muito bem, e não a vi) e transformar em algo tão bem encaixado de nuances, que seu filme passa num piscar de olhos, aonde ele amarrou bem a essência da trama e fez com que tudo fluísse naturalmente na tela, e o mais engraçado de tudo é que analisando agora o final, fez bem o sentido do fechamento, e também fez muito sentido a forma como tudo ocorreu, pois se eu tivesse aguçado um pouco mais meu ar de detetive teria pensado na possibilidade que não imaginei, e isso é o que falo que é o mais legal nesse estilo, você pensar que não tinha como descobrir o fechamento, mas que ao escrever vou lembrando que as pistas foram dadas, e isso é trabalhar bem o gênero na tela. Ou seja, ainda não vi o longa original, mas talvez até perca um pouco do charme agora sabendo as pistas completas (que é o motivo que sempre falo que não vejo um longa duas vezes, ainda mais tramas investigativas), mas que mostra que o diretor foi bem no que fez, e se tivesse trabalhado um pouco mais a tensão em cima do investigador o resultado teria ficado perfeito.

Quanto das atuações, Sami Bouajila é daqueles atores que conseguem entregar personalidade demais para os seus papeis, de modo que num primeiro momento parece canastrão demais, mas depois se joga e acaba convencendo dentro do estilo policial mais brutão, e talvez seu Malik pudesse ser até mais imponente na tela, mas com isso recairia para um lado menos denso, então esse meio do caminho até foi acertado na escolha dele. Julie Gayet trabalhou sua Anna inicialmente bem cheia das facetas, sendo mais crua de estilo e desesperada, porém faltou criar mais espaço para que suas dinâmicas convencesse o espectador do seu lado mais investigativo e direto, ao ponto que só no final mesmo é explicado sua história e entregas, e assim acabou não indo para o rumo mais acertado. Philippe Résimont trabalhou seu Frank também exagerando demais na gritaria, ao ponto que o avô da garota parece ter um desespero além do normal, porém era esperado algum envolvimento com a pista deixada do telefone, e o resultado acaba sendo interessante dentro da essência que o ator conseguiu em seus atos finais. Ainda tivemos outros bons atores em papeis menores, com Anne Azoulay trabalhando uma Catherine meio que fechada demais para alguém desesperada com o desaparecimento da filha, Marilyne Canto fazendo uma comissária simples, porém decidida, e Yannick Choirat trabalhando bem o amigo do investigador, mas quem deu uma aula de técnica com as comparações vocais foi Pierre Cévaër, que se não trabalhou com isso aprendeu demais para fazer bem suas cenas na frente do computador.

Visualmente a trama até é bem simples, tendo algumas dinâmicas intensas no começo, mostrando o desfecho do caso traumático do protagonista aonde não conseguiu salvar a garotinha, com um grande acidente de carro e tudo mais, depois tivemos muitos atos na delegacia, numa casa antiga da outra família, numa rodoviária cheia de torcedores, e em um galpão, voltando para dentro de um estúdio da polícia e toda a amarração entre os dois casos, tendo como disse várias pistas para você ir montando o quebra-cabeça e descobrir tudo antes mesmo do protagonista, então fica a dica que em filmes desse estilo a equipe de arte sempre capricha nos elementos cênicos para toda a desenvoltura funcionar.

Enfim, foi um filme que me agradou bastante, mas que dava para ter ido ainda mais além na tela, de modo que a tensão fosse mais presente e o resultado fosse mais chamativo, mas ainda assim vale a recomendação para todos conferirem o longa no Canal Adrenalina Pura na quinta-feira. Agora é tentar arrumar o longa de 2013 para fazer a comparação, mas não tão cedo, afinal esse final de semana estou cheio de cabines, então volto logo mais com outras dicas de estreias. E é isso meus amigos, fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Atomica Lab Assessoria e do Canal Adrenalina Pura pela cabine, e volto amanhã com mais filmes, então abraços e até logo mais.


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