Uma Batalha Após a Outra (One Battle After Another)

9/27/2025 11:57:00 PM |

Quando vejo meus amigos críticos internacionais elogiando tanto um filme, acabo indo conferir com um certo receio do que irei encontrar na tela, e um que nem tinha visto o trailer, mas que a mídia internacional estava julgando como o melhor filme do ano é "Uma Batalha Após a Outra", que até tem uma boa pegada, não cansa o espectador, mesmo tendo 170 minutos de duração, e entrega uma trama bem crítica aos governos atuais, entregando os rebeldes que confrontam o sistema, e toda a tentativa de apagar algo errado quando se entra para um grupo seleto, e a sacada do desenvolvimento até funciona bastante na tela, de modo que o filme parece que não vai ter um final decente, mas felizmente ocorre, e toda a dinâmica de ação ininterrupta mostra que o diretor também sabe sair do tradicional drama denso, o que acaba sendo diferenciado, e que vai agradar não apenas o público fã de tramas de festivais, mas sim o grande público comercial que gosta de algo que envolva e tenha uma boa história.

O longa nos apresenta Bob Ferguson, um ex-revolucionário que sai da aposentadoria para enfrentar a missão mais importante de toda a sua vida: resgatar a sua filha. Tendo vivido a juventude como integrante de um grupo de guerrilha, agora a sua fracassada vida o atinge em cheio com frustrações e tristezas quando o mais cruel de sua longa lista de inimigos retorna após passar 16 anos desaparecido e resolve sequestrar a garota. Diante de tamanha urgência, ele reúne seus antigos companheiros e embarca em um implacável desafio em que precisará correr contra o tempo para salvar quem ele mais ama.

Quem conhece o estilo do diretor e roteirista Paul Thomas Anderson sabe que mesmo nos seus filmes mais simples sempre haverá uma crítica social embutida, dinâmicas que farão o público pensar e tudo mais que por vezes acaba se tornando chato e cansativo, porém aqui ele soube brincar com as facetas de uma forma tão direta e bem encontrada, fazendo com que as dinâmicas tivessem expressividade para não cansar e ainda apontar o dedo nas feridas que alguns andam achando comum nos governos atuais. Ou seja, ainda é um filme com a cara do diretor, mas tem tanta personalidade e dinâmica que por vezes você pensa se realmente ainda é o mesmo filme, com uma abertura ampla, um miolo centrado, e um fechamento completamente pegado, aonde tudo se encaixa bem, e mostra que ele pode ser muito mais do que um diretor apenas de festivais, como eram o caso de praticamente todos seus filmes anteriores.

Quanto das atuações, o que posso dizer é que o elenco se jogou por completo em seus papeis, não tendo um personagem que não merecesse aplausos pelo que fez em cena, e claro que vou começar falando de Leonardo DiCaprio, que se fosse o produtor indicaria ele como coadjuvante nas premiações para ganhar com certeza, embora seu Bob seja cheio de facetas e dinâmicas, completamente maluco com suas drogas, correndo em cima de telhados, fazendo interações bizarras do começo ao fim, e mesmo parecendo um doido sem base alguma ainda foi perfeito nas situações. E qual o motivo de colocar o DiCaprio como coadjuvante, pois ao colocar Sean Penn com seu Steven Lockjaw como protagonista, as vertentes indicativas mudariam por completo e ambos provavelmente acabariam indicados, pois o ator conseguiu demonstrar muita personalidade e entrega, em um papel duro e cheio de imposição, embora seus atos finais sejam meio fora do padrão esperado, e a maluquice do roteiro seja divertida para que ficasse mais engraçado do que durão. Teyana Taylor trabalhou uma Perfídia bem audaciosa, cheia de personalidade e entrega, conseguindo segurar bem todas suas cenas ousadas com trejeitos sensuais e dinâmicas fortes, de modo que poderiam ter usado mais ela em cena, mas ficou apenas no primeiro ato seus momentos. Ainda tivemos Benicio Del Toro bem cheio de sacadas com seu Sensei Sergio St. Carlos e a jovem Chase Infiniti trabalhando as dinâmicas de sua Willa com imponência e mostrando uma estreia promissora na telona, entre muitos outros que apenas tiveram atos bem marcados, mas que não vou ficar enchendo o texto de nomes.

No conceito visual o longa teve boas escolhas nas prisões para imigrantes, trabalhou bons momentos de assaltos e preparações de bombas com explosões intensas e marcantes em diversos locais, e depois partiu para a casa isolada do protagonista com um túnel bem simples, o prédio do Sensei também com um túnel de fuga, uma corrida marcante pelos telhados, uma festa de casamento com uma reunião secreta numa grandiosa mansão, alguns atos intensos de perseguição de carros por uma rodovia gigante e vazia, entre outras boas dinâmicas bem chamativas dando algumas nuances de época, mas sem se prender a datas.

Outro ponto interessante que incomoda um pouco é a trilha sonora, que assim como a ação do filme, não desliga em momento algum, sendo alterada para dar as devidas nuances, mas que por vezes pode até parecer um pouco chata demais, mas como fez parte da essência do longa, até funciona no que se propõe.

Enfim é um filme diferenciado que funciona dentro de algo comercial, sendo ao mesmo tempo algo que critica o que andamos vendo acontecer mundo afora, mas que também diverte e entretém, então acaba sendo uma boa escolha para se conferir, claro desde que não se espere o mundo maravilhoso que muitos críticos andam classificando ele, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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