A Longa Marcha - Caminhe ou Morra (The Long Walk)

9/22/2025 01:08:00 AM |

Se o livro do Stephen King não fosse de 1979, certamente eu diria que o diretor Francis Lawrence plagiou ele mesmo no filme "A Longa Marcha - Caminhe ou Morra", pois a trama se parece demais com "Jogos Vorazes", tendo a mesma pegada de um indicado por condado, o lance da guerra ter destruído tudo e a fome dominado, e claro a dinâmica de vários irem morrendo até sobrar apenas um ganhador, ou seja, toda a base completa dos longas que já vimos no passado. Claro que o longa não ficou ruim de conferir, mas também não é nada muito original, já que a essência é a mesma, tendo apenas bons momentos e dinâmicas fortes para causar a impressão mais violenta, e com um seguimento bem pautado em cima de críticas sociais que até hoje são bem assim. Diria que o longa poderia ter algumas dinâmicas mais intensas, porém mudaria o conceito do livro, mas o resultado foi até bem dinâmico, pois o livro tem mais de 400 páginas, e aqui em 108 minutos tudo foi bem resolvido e aceito, mesmo com algumas liberdades ficcionais que não seriam tradicionalmente aceitas numa realidade. Só sei de uma coisa, que cansei de andar só vendo os rapazes, pois foram mais de 500km em 5 dias sem paradas, e isso nem em sonho daria para fazer.

O longa se passa num futuro distópico em que os Estados Unidos vivem sob um regime autoritário em que uma competição mortal recruta todo ano um grupo de cinquenta jovens meninos para o que eles chamam de A Longa Marcha. Um dos escolhidos desse ano é o adolescente Ray Garraty e a regra é clara: se mantenha caminhando, sem parar para não ser baleado enquanto essa prova brutal de resistência é transmitida para milhares de espectadores ao redor do país. É preciso andar e andar até o último sobrevivente permanecer de pé. O prêmio é ser concedido um único desejo pelo resto da vida, mas será preciso lutar para sobreviver aos obstáculos e à exaustão. Se qualquer um tropeçar, cair, andar no limite da velocidade permitida ou sentar, recebe um aviso. Após três comunicados, você está fora permanentemente.

O interessante do diretor Francis Lawrence é que ele é daqueles diretores que colocam seu estilo em tudo o que faz, e aqui como já disse no começo se o livro não lembrasse "Jogos Vorazes" com toda certeza o diretor deixou o mais semelhante possível, sendo até método de comparação entre as obras, e não digo que isso seja algo ruim, mas também não é algo que faça algum milagre na tela, pois a trama prende pelos diálogos e pelas ações de morte, não sendo algo que tenha atos de surpresa ou impactos com reviravoltas, mas que funciona principalmente por não cansar o espectador com algo que é apenas de andanças, conversas e mortes, e que envolve pelo carisma dos personagens. Ou seja, sendo o primeiro livro de Stephen King, o que mais vemos é que na época ele não tinha uma concisão maior, pois mais de 400 páginas para contar uma competição de caminhada é algo meio que exagerado, mas que o diretor no filme soube brincar com as facetas possíveis, mesmo que tudo seja muito esperado, e assim o resultado pode não ser o melhor para todos.

Quanto das atuações, o jovem Cooper Hoffman tem muita personalidade e já tinha mostrado isso em outros filmes, mas aqui com seu Ray Garraty conseguiu segurar o longa com tanta precisão que ficamos esperando suas atitudes e acertos para cada ato, passando semblantes cansados, revoltados e cheios de intensidade, o que realmente fez dele um protagonista dinâmico e acertado. Outro que encaixou muito bem na tela foi David Jonsson com seu Pete McVries, aonde teve segurança e atitude, passando um companheirismo incrível para com o protagonista, e criando dinâmicas bem coesas para que seus atos se encaixassem na tela, não sendo apenas algo singelo, mas sim algo que foi determinante para os atos de fechamento. Quanto aos demais, tivemos bons atores e personagens que deram as devidas conexões cênicas para a trama, mas vale destacar mesmo apenas Charlie Plummer com seu Gary Barkovitch intenso e conseguindo quebrar bem algumas dinâmicas dentre os demais personagens, e claro Mark Hamill com seu Major aos berros e chamando para si os atos mais duros e expressivos, porém sem ter muito tempo de tela, afinal é apenas o contraponto de tudo.

Visualmente o longa foi bem simples, com uma caminhada por uma rodovia aonde as paisagens vistas eram apenas de plantações e mato, com pequenas vilas ou cidades aparecendo raramente, com poucas pessoas observando a caminhada e querendo ver os tiros nos caminhantes, com tanques e jipes acompanhando eles, alguns com luzes para iluminar a caminhada noturna, e personagens com roupas bem surradas, fazendo suas necessidades fisiológicas pelo caminho, e com mortes bem marcantes e violentas, tendo alguns atos com chuvas, mas tudo bem simples de essência, não sendo daqueles filmes que precisam de tantos ambientes, mas ainda assim tendo bons elementos cênicos como a bola que o protagonista leva, os alimentos enlatados ou em pastas, cantis e rifles, mostrando que o trabalho mesmo ficou a cargo da equipe de fotografia para encontrar bons ângulos com tudo em movimento sem parar.

Enfim, é um filme interessante, com uma boa proposta de entrega, que até poderia ser mais impactante com algumas mudanças cênicas mais desenvolvidas, porém não dá para mudar muito algo que tem como base um livro, e sendo assim o resultado na tela chega a ser chocante em determinados atos, mas nada que quem esteja acostumado com tramas de terror se incomode. Sendo assim vale a recomendação por ser algo que já vimos em outras formatações e que tem pegada, mas quem for esperando muito dele irá certamente se decepcionar. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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