O longa conta a história de um magnata da música chamado David King, conhecido como os "melhores ouvidos do ramo". O milionário é alvo de um plano de resgate que o deixará preso em um dilema moral de vida ou morte. Ele é forçado a agir e dar tudo de si depois que o filho de seu amigo e motorista Paul Christopher é raptado ao ser confundido com o seu filho Trey. King precisará descer do topo luxuoso e privilegiado que conquistou de volta para o asfalto de Nova York para levar a recompensa em dinheiro para o sequestrador e aspirante a rapper Yung Felon.
Não tenho nada contra alguns diretores defenderem seus ideais na tela, desde que não fique exageradamente forçado, e um que chega a ser insistente em seu estilo é Spike Lee, que por vezes insere a pegada negra com facetas tão bem colocadas e funcionais, mas em outras chega a ser apelativo e incômodo até, como ocorre aqui em duas ou três vezes, começando pelo policial branco querer arrumar confusão a qualquer custo enquanto os demais parecem ultra-calmos, depois a rica esposa querer que o filho seja anunciado em algo de uma lista de negros desaparecidos, entre outros atos, que claro poderiam ser muito bem colocados, mas não sendo impositivos. Ou seja, o diretor brincou até que bem com o longa original que é a famosa gangorra de que quando acha que está por cima desce e vice-versa, porém exagerou em situações não muito fluidas, e com isso dava para ter cortado mais para que seu filme ficasse mais dinâmico, mas esse é o estilão de Lee, e assim seu filme até ficou com a sua cara, não sendo impactante quanto poderia, porém não ficando frouxo em críticas, o que acaba agradando de certa forma.
Quanto das atuações, um fator bem marcante foi deixar que o filme fosse de Denzel Washington, e assim seu David King traz consigo características que já o vimos fazer em diversos outros longas, o que é bacana, mas que não traz novas facetas para um ator que é tão expressivo que poderia ter ido ainda mais longe nos traquejos da trama. Ainda tivemos dinâmicas bem colocadas de Jeffrey Wright com seu Paul, tendo algumas nuances meio que discriminatórias, mas fazendo bem uma parceria dentro da essência do papel com o protagonista, porém como também é um ótimo ator, dava para ter trabalhado melhor alguns atos dele. Quanto aos demais, o rapper A$AP Rocky até teve algumas dinâmicas expressivas bem rimadas com o protagonista, mas seu Yung Felon não tem impacto expressivo, e assim o resultado não foi tão imponente quanto poderia, a esposa do protagonista vivida por Ilfenesh Hadera ficou sutil demais, quase sendo um enfeite na sala, e os policiais foram forçados, ou seja, melhor focar só no protagonista mesmo.
Visualmente já reclamei da fotografia dos anos 80, meio que chapada demais, com um filtro que não é tradicional em longas de cidades, de modo que pareceu uma escolha meio ruim do diretor, porém a cobertura do protagonista foi bem representativa, com várias fotos de lendas da música negra, o escritório também cheio de detalhes, e uma gravadora no subúrbio bem representada pelas pichações e intensidades expressivas, e uma festa porto-riquenha completamente desconexa com tudo, que até agora estou sem entender o que o diretor queria expressar ali.
Enfim, é um filme que tinha um potencial maior para atingir, ou eu que sonhei demais com o que parecia entregar, de modo que até vale uma recomendação de conferida, desde que se não espere muito dele, e também tenha calma pela duração alongada, e agora é esperar as outras duas estreias de filmes do mês da plataforma pra fazer jus a assinatura, pois pago já está. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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