O longa acompanha um menino de 13 anos deixado sozinho com seu irmão no deserto após a morte dos pais no Kansas em 1880. Mas após acidentalmente matar um fazendeiro local, ele precisa fugir com seu avô, com quem não tem muita afinidade, para evitar de ser enforcado como punição.
Diria que o diretor Joel Souza até tentou ser ousado com a entrega de seu filme, pois o estilo faroeste não é mais aqueles que cativam tanto o público, porém ainda existem diversos fãs do estilo que facilmente pagariam para ver algo novo bem feito na telona, porém quis o acaso que desse uma bagunça gigante nas filmagens, e tudo fosse por água abaixo, e mesmo ele falando no final após os créditos em uma cena de homenagem à diretora de fotografia que morreu, que ela gostaria de ver seu olhar exibido para todo o mundo, ficou bem claro que não conseguiram filmar tudo o que tinham para acabar o longa, e encheram de cenas com transições, muitas cenas com personagens em sombras e assim o resultado mostrou um filme tradicional, mas com muitos ruídos e que de certa forma não chega a empolgar como deveria. Ou seja, não ficou algo ruim, pois a essência tradicional western funciona dessa forma meio que de solavancos, mas dava para terem executado melhor os fechamentos e assim agradar mais.
Quanto das atuações, Alec Baldwin sempre teve trejeitos bonachões, e aqui seu Harland Rust tem a pegada tradicional do estilo que funciona bem, conseguiu ser bem hábil nos movimentos com as armas, e trabalhou seus diálogos de modo rústico como deveria, não sendo algo chamativo aos montes, mas que funciona dentro da essência. O jovem Patrick Scott McDermott trabalhou seu Lucas com muita imposição, com trejeitos fortes e também bem emocionais, e soube segurar suas cenas para que ficasse com um ar de protagonista, ao ponto que teve um início mais intenso e marcante, e depois relaxou um pouco, mas ainda assim agradou bastante com o que fez. Não sei se o personagem Wood Helm de Josh Hopkins tinha algo a mais na formatação original, mas pareceu meio perdido em cena, com alguns traquejos soltos estranhos que não funcionam como deveria, de forma que não agradou como um "mocinho" da lei. Outro que talvez merecesse mais cenas foi Travis Fimmel com seu Fentron "Pregador" Lang, pois teve momentos intensos e chamativos como um "fora-da-lei" que tenta cumprir a lei para ganhar as recompensas, e também pregando as palavras bíblicas, mas ficou meio que jogado de lado, ao ponto que seus atos finais até foram marcantes, mas praticamente não se impôs no restante.
Visualmente o longa foi bem clássico, com os famosos bares do velho oeste, as cadeias rudimentares, fazendas soltas praticamente falidas para os bancos, alguns duelos na rua, algumas cenas de tiroteios, e também alguns ambientes mais hostis na fuga, passando por índios e outras pequenas vilas, além dos enforcamentos nas praças, que deram um bom tom para a trama. A fotografia do longa podemos dizer que ficou bem bonita, numa mistura árida com muitos contraluzes em direção ao sol, o que deu algumas sombras intensas e marcantes, porém as cenas internas e noturnas faltou o que chamamos de iluminação falsa para realçar os personagens, ao ponto que alguns atos você nem vê o que está na tela, e isso é bem ruim de acontecer.
Enfim, é um longa que tinha a quase certeza de que não iria conferir completo na telona ou na telinha, mas que acabou finalizado meio que em "homenagem" a diretora de fotografia Halyna Hutchins que morreu durante as gravações, e os processos ainda estão em julgamento dos acusados, agora quanto a um verdadeiro faroeste mesmo, daqueles empolgantes que víamos nas noites da nossa juventude, esse passa bem longe, porém ainda vale a conferida como um passatempo do estilo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...