A sinopse é bem simples e nos conta que após uma grande perda, Sophia, de 9 anos, passa o verão em uma pequena ilha da Finlândia com a sua avó. Juntas, vão aprender sobre o luto, a natureza e criar um laço profundo.
Diria que o diretor Charlie McDowell quis homenagear a verdadeira personagem do livro de Tove Jansson, pois até trabalhou olhares com sua câmera, deu alguns tons bem trabalhados na encenação dos atos, mas em momento algum vemos o desenvolvimento maior do ambiente de luto, da desenvoltura em cima da relação dos personagens, ao ponto que no momento que a garotinha pede a Deus que traga uma tempestade ou faça algo acontecer que já está cansada, você responde automaticamente para ela: "eu também!". Ou seja, faltou uma estrutura narrativa que trabalhasse algo a mais, e isso não ocorre, ao ponto que vemos que não basta ser algo bonito na tela, se não tiver uma história que agrade.
Quanto das atuações, sei que Glenn Close está com quase 80 anos, mas deixaram ela com uns 100 no mínimo para o papel da avó no filme, de modo que seu ar sentimental e entrega foram muito bons, e se não fosse isso talvez o longa fosse algo insuportável de conferir, mas suas dinâmicas foram condizentes com cada ato, seus movimentos bem determinados e chamando a responsabilidade para si botou um ar gostoso de acompanhar que agrada bastante na trama. A jovem Emily Matthews entregou bons traquejos para sua Sophia, porém não conseguiu chamar a responsabilidade para si como uma protagonista deveria, de modo que faltou uma segurança maior da direção para que a jovem pudesse se soltar mais na tela, ou seja, fez o que podia e foi até graciosa em alguns momentos, mas sem ir além. O pai vivido por Anders Danielsen Lie ganhou seu cachê por fazer praticamente nada, no modo de dizer, pois o papel é bem jogado, tendo o momento da tempestade como algo mais chamativo para si, mas do restante é mero enfeite cênico.
Visualmente o longa tem todo um cerne bem bonito da ilha, vemos as dinâmicas acontecerem com a senhora tentando estar o máximo presente, mas sem atrapalhar a conexão, escondendo detalhes que poderiam causar gatilhos como o chapéu, vemos o conhecer outros lugares próximos, tudo simples e bem colocado para que a fotografia desse o tom chamativo na tela, com nuances do sol e tudo mais, mas falta aquele algo a mais para chamar realmente atenção.
Enfim, é um longa que dava para ir muito mais além, que tem uma atriz de qualidade imensa, uma locação belíssima, uma fotografia linda demais, mas que leva nada a lugar algum, que talvez algumas pessoas até possam enxergar algo a mais na tela, mas infelizmente eu não consegui, e assim não diria que recomendo como algo comercial, pois talvez em festivais o pessoal até enxergue esses detalhes, mas com o grande público, não vai rolar. E é isso meus amigos, fico por aqui agradecendo o pessoal da Synapse Distribution e da Atomica Lab Assessoria pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.







0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...