Terror em Shelby Oaks (Shelby Oaks)

11/01/2025 03:30:00 AM |

Se tem uma coisa que me irrita muito em filmes de terror é o diretor achar que o público é tão burro quanto os personagens que vão se enfiar no mato sozinhos a procura de alguém desaparecido, nada contra procurarem as pessoas, mas vá durante o dia, vá com várias pessoas, e principalmente vá com a polícia especializada, afinal você também pode desaparecer! E claro que se os personagens não fossem burros, não teríamos filmes de terror, então vida que segue. Dito isso, o longa "Terror em Shelby Oaks" mistura dois nichos que costumam vender bastante, que é o de found footage (o famoso descoberta de fitas ou câmeras com materiais dos desaparecidos) com incrivelmente rituais demoníacos que fazia tempo que não utilizavam, e claro que para mixar bem esses dois estilos que não se trombam muito, o diretor brincou com a faceta de um documentário jornalístico parecendo que tudo fosse bem real, misturando com as cenas fictícias da protagonista indo em busca da irmã desaparecida, e claro que usando das dinâmicas de tentar assustar o público com cenas repentinas, trabalhando alguns elos de presença e obviamente tendo muitas cenas escuras, ou seja, o básico do estilo que funciona sempre, não sendo algo tão perturbador quanto poderia, mas agradando bem de certa forma pela essência passada na tela, que talvez até desenvolvam fácil em alguma continuação.

O longa acompanha uma mulher chamada Mia em um momento trágico de sua vida: a busca desesperada pela irmã caçula desaparecida. Riley era uma youtuber famosa que sumiu sem dar nenhuma pista sobre seu paradeiro. Com o passar dos anos, Mia foi perdendo as esperanças de encontrar a irmã perdida. Até que, de repente, ela recebe uma misteriosa fita com fortes indícios de que Riley pode estar viva. Todo o cenário muda e Mia entra numa procura obstinada e intensa pela irmã novamente. Essa investigação, porém, colocará a jovem no centro de eventos estranhos e sombrios que revelarão informações perturbadoras.

Diria que a estreia em longas do diretor e roteirista Chris Stuckmann foi no melhor estilo que poderia, afinal o terror de buscas é o mais fácil de se trabalhar, e se bem alocado com uma boa produção o resultado acaba surpreendendo, e aqui ele teve o acobertamento do produtor Mike Flanagan, que vem sendo responsável da maioria das séries de terror dos streamings, ou seja, foi preparado um bom terreno para que ele estreasse bem, e volto a frisar que ele não falhou em técnicas, tendo todos os clichês possíveis do estilo, e brincando com algo que andava meio parado nesse mundo do terror, ou seja, soube usar bem os brinquedos que lhe deram. Claro que dava para inovar um pouco mais no estilo, causar um pouco mais de terror no público, mas aí eu já estaria exigindo demais, e o jeito vai ser esperar ver se dará resultados para o bolso do produtor para vir uma continuação e aí sim ousar mais, ou se o padrinho lhe der mais brinquedos para testar.

Quanto das atuações, diria que Camille Sullivan acabou exagerando no nível de coragem de sua Mia, pois inicialmente parecia uma pessoa mais centrada, mas quando vê a cena que rola na sua frente, e fica ensanguentada por mais bons minutos de tela assistindo a fita, vira quase o Rambo indo para o meio do nada em uma investigação sem limites, e assim seu resultado até mostra alguns bons olhares, mas não ficou crível o suficiente. Vemos mais Sarah Durn nos vídeos do que atuando realmente para se impor, de modo que ao final até está apática demais, claro devido aos acontecimentos com sua Riley era esperado não estar muito normal, mas dava para não ficar tão seca na tela. Quanto aos demais, Brendan Sexton III até tentou aparecer um pouco com seu Robert, mas não foi muito além, sobrando para destacar somente Robin Bartlet com sua Norma bem estranha e com olhares e dinâmicas bem tradicionais do estilo.

Visualmente o longa foi bacana em alguns sentidos com uma floresta densa, a casa da velhinha com um porão bem tenso, a casa da protagonista só trabalhando escuro, e claro uns personagens bem mal encarados, além de uma prisão bem abandonada e aterrorizante, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para os "três" filmes funcionarem, afinal tivemos o documentário, os vídeos dos caçadores paranormais e a história real acontecendo que deu todo o tom.

Enfim, não é o melhor do estilo que já vi, mas também passa longe de ser o pior, valendo o tempo de tela e a dinâmica em si, principalmente por ser um estreante, então vamos ver o que rola futuramente tanto com o diretor, quanto com a história, afinal tem potencial para sequência. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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