O longa nos conta que Irene vive em Roma quando recebe um chamado inesperado: deve voltar para Rimini para cuidar do irmão Omar, adulto e autista, que foi excessivamente protegido e não consegue ser independente. Omar, no entanto, tem sonhos claros — quer se tornar um cantor de rap, casar e ter três filhos — e pede a Irene que lhe ensine a “ser adulto” de verdade. Neste lar carregado de memórias, os dois embarcam num curso intensivo de crescimento mútuo, descobrindo que, para amadurecer, às vezes é preciso estar em sintonia em dois corações.
Posso dizer que a estreia da atriz Greta Scarano como diretora e roteirista de longas foi bem trabalhada em cima da história real, e que sem criar grandes vértices expressivos na tela acabou brincando com as facetas e desenvolvendo tudo sem grandes floreios, ou seja, é aquele filme que sabemos do seu potencial, ficamos esperando acontecer, ele vem com tudo, mas sem explodir, o que é muito comum em tramas de diretores iniciantes, porém esse "erro" acaba sendo suprimido pela boa interpretação do protagonista, e assim sendo o resultado funciona bem na tela, e claro acabou sendo premiado tanto com o protagonista quanto com a diretora, o que é um grande acerto. Ou seja, faltou talvez uma firmeza maior na dramaticidade para que a trama impactasse mais, mas usando de artifícios cômicos leves, a força cênica funciona.
E já que entrei no mérito do protagonista, fui pesquisar se Yuri Tuci era realmente autista, e a resposta foi que sim, tanto que já vinha entregando sua personalidade e problemas no teatro, e aqui apenas deu mais nuances para que seu Omar tivesse essa imponência na tela, chamando tudo para si, e fazendo com que seu personagem dominasse o ambiente com boa técnica e entonação, ou seja, se jogou e agradou muito com o que fez. Já Matilda de Angelis fez sua Irene com uma personalidade bacana de entregas, mas pareceu meio que deprimida demais em alguns atos, o que não é legal de ver nesse estilo de trama, porém foi bem dinâmica e soube segurar bem alguns atos, sem precisar explodir mais em cena. Os demais atores todos foram bem conectores para que o filme fluísse, não tendo grandes momentos, mas também não ficando apagados demais em cena.
No conceito visual tivemos algumas cenas bem bacanas na casa bagunçada da família, bem tradicional italiana, com todos falando pelos quatro cantos, bicicletas levando o público para passear pela orla da praia, uma fábrica de garrafas, um clube de talentos de autistas, além do programa "Yes You Can" na versão italiana, sendo algo bem simples toda a essência do longa, mas funcionando em cada momento da sua forma singela e bem cheia de nuances.
Enfim, é um filme bem simples, mas bem feito com a entrega da trama, tendo o principal defeito a falta de emoção, pois é o tradicional estilo que pede fazer o público se emocionar com o que acontece na tela, e isso acabou sem fluir, ou seja, é daqueles que funciona e agrada, mas que dava para ir muito mais além para que não ficasse apenas como um bom passatempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.







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