Diamantes (Diamanti)

11/25/2025 01:54:00 AM |

Costumo ficar pensando como alguns diretores possuem tantos contatos para seus filmes, pois muitas vezes a trama é algo tão simbólico que o ator ao ler o roteiro fica pensando será que compensa botar meu nome nisso, mas como tem a parceria com o diretor, vai lá e faz. E o que é mostrado no longa "Diamantes", que pode ser conferido dentro do Festival de Cinema Italiano no Brasil, é bem isso mesmo, pois vemos um diretor que deseja criar uma homenagem aos ateliês de figurinos para cinema, mostrando o desenvolvimento, conflitos e criatividades, mas não bastando ser básico, ele quis colocar todas suas atrizes preferidas da Itália, contando com as mais novas estrelas até as grandes que já fizeram sua história, e o que acabou acontecendo? Sucesso absoluto de vendas de ingressos no país, além de prêmio de Filme do Ano no Nastro d'Argento, ou seja, uma junção simples, mas que fez história, pois a trama é bem básica, sem grandes anseios, mas funciona, mesmo tendo um estilão bem novelesco.

Situado em Roma nos anos 1970 e atualmente, o filme explora a jornada das irmãs Alberta e Gabriella Canova, donas de um renomado ateliê de figurinos cinematográficos, e das habilidosas mulheres que nela trabalham. A trama desenha uma rica tapeçaria de memórias, solidariedade, ambições e desafios, celebrando a força feminina e a arte do figurino no cinema.

Diria que o diretor e roteirista Ferzan Özpetek foi bem coerente na sua forma de homenagear as mulheres, e principalmente as figurinistas e costureiras que dão vida para os cinemas, sabendo encontrar materiais e simbolizar tudo o que um diretor deseja ver na tela, e só não diria que ele foi perfeito, pois optou por um dos estilos menos necessários que é o novelesco, tentando trabalhar diversas personagens, dinâmicas diferentes e até algumas esquetes soltas, de tal forma que seu filme até tem um volume interessante, começa bem deixando o público curioso, mas do miolo pra frente começa a se enroscar demais, resultando em algo bacana de ver pela ideia em si, mas fora de um padrão comum que o pessoal costuma conferir.

Quanto das atuações, é interessante que o longa dá bons momentos para praticamente todas as atrizes, e ficar falando de cada uma aqui faria o texto ficar imenso, então vou focar nas donas do ateliê, que Luisa Ranieri entregou uma Alberta bem imponente, porém cheia de conflitos para desenvolver tanto do lado pessoal, quanto do profissional, mas encaixando trejeitos marcantes e bem chamativos, e do outro lado Jasmine Trinca fazendo uma Gabriella mais fechada, com um zelo maior pelas costureiras, aonde a atriz não se jogou tanto, mas soube dosar bem seus olhares. E a que teve um pouco mais de história para trabalhar foi Milena Mancini com sua Nicoletta que apanha do marido que não gosta de seu trabalho, e a atriz soube ser marcante em seus trejeitos para resolver o problema da melhor forma que as amigas indicaram.

Visualmente é bem bacana observar como são feitos os pedidos de figurinos para o cinema, os diversos tipos de tecidos, de experimentos e de desenvolturas com o prazo curto para entregar tudo, vemos quase como uma casa de família aonde as mulheres almoçam e vivenciam tudo ali, além de bons momentos e dinâmicas para detalhar cada elemento cênico presente na ideia do diretor tanto do filme que vemos, quanto do que está sendo criado e da criação.

Enfim, é um longa bem diferente dos padrões normais que estamos acostumados, que poderia até ser ainda mais ousado se não recaísse para o lado novelesco, mas ainda assim conquistou o público italiano, então vale como um exemplar para pensarmos se algum dia isso caberia por aqui. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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