O Esquema Fenício (The Phoenician Scheme)

5/31/2025 01:45:00 AM |

Não sou um amante dos filmes do Wes Anderson, mas gosto da estética toda certinha, gosto de ver as loucuras que muitas vezes ele entrega, e principalmente gosto da maioria dos atores com quem ele trabalha (aliás ele deve ser muito amigo de Hollywood inteira, pois tem personagens que entram com menos de 1 minuto de tela em todos seus filmes!), mas não havia visto nem trailer, nem sinopse, nem nada sobre seu novo longa "O Esquema Fenício", e dessa vez ele se superou na quantidade de bebida que tomou para escrever o roteiro, pois é quase como você entrar em uma aula de matemática daquelas completamente complexas achando que veria uma aula de soma de dois mais dois, sendo uma bagunça tão complexa, com tantas informações e dinâmicas, que se fosse algo rápido e bem colocado até daria para curtir, mas é lento e cheio de pontos e interjeições, aonde nossos olhos vão fechando, tudo vai cansando, e confesso que pensei em dormir ou ir embora que é algo que há muito tempo não penso em filme algum. Ou seja, se você realmente for muito fã do estilo do diretor, vá bem descansado conferir, senão a chance do que falei acontecer é altíssima.

No longa vemos que o excêntrico magnata Zsa-zsa Korda já sobreviveu a seis acidentes de avião e é pai de nove filhos homens e uma única menina, a freira Liesl. Ele determina que ela seja a única herdeira de seu patrimônio, mas antes, pede a ajuda da filha para garantir que seu projeto de vida saia do papel, o "Korda Land and Sea Phoenician Infrasctructure Scheme". Agora, eles precisarão viajar pelo mundo acompanhados pelo ingênuo tutor Bjorn negociar com empresários, empreiteiros e criminosos perigosos, confundindo-os sobre suas intenções para afastá-los do esquema.

Claro que quem vai conferir os longas de Wes Anderson sabe bem o que vai encontrar, então na sala vemos a maioria massiva de fãs do estilo dele, e ele não desaponta esses fãs com a entra de seu roteiro e direção, porém diria que ele excedeu um pouco com sua loucura dos personagens, ao ponto que não chega a ser crível uma pessoa tão bizarra ao ponto do protagonista e sua ideologia, chegando a ficar forçado além do padrão Wes de qualidade. Ou seja, sei que muitos vão amar o que verão na tela, mas se irão entender toda a loucura para explicar para qualquer outra pessoa, aí já vai ser outra história. Dito isso, o longa tem pegada, e a essência clássica, com uma história completamente maluca, que num primeiro momento até fazia um certo sentido, mas depois com tantas explicações e negociações malucas, já ficou fora demais da caixinha para uma pessoa normal entender e gostar.

Quanto das atuações, vou ser econômico, pois se eu falar de todos os atores do filme acho que não acabo esse ano de escrever, então diria que Benicio Del Toro caiu bem na personalidade de Zsa-zsa Korda, tendo traquejos e dinâmicas que por vezes lembram um pouco o personagem da família Adams, mas que sabendo dimensionar o que o papel lhe pedia, conseguiu ir se conectando e discutindo com todos os demais com uma qualidade impecável de estilos, e felizmente isso foi suficiente para que o papel não destoasse tanto na tela do começo ao fim, mas ainda assim é alguém bem cheio de excessos. O começo de Mia Threapleton com sua Liesl até tem seu gracejo e funciona bem, mas depois começa a incomodar por ser repetitivo e sem muita expressividade cênica, ou seja, fica faltando algo para criarmos algum carisma ou ódio por ela, e isso é muito ruim quando acontece em qualquer filme. Michael Cera fez com seu Bjorn algo quase que como se ainda estivesse interpretando seu papel em "Barbie", e ficou um boneco de apoio dos demais protagonistas, estando em todas as cenas, mas com uma importância tão besta que chega a dar pena dele ali, ou seja, não fluiu. Quanto aos demais, vou apenas citar os bons momentos de Tom Hanks e Bryan Cranston batendo um bom basquete contra os protagonistas, e ao final Benedict Cumberbatch bem revoltado com seu Nubar, mas sem grandes chamarizes.

Visualmente os longas do diretor são muito bonitos de ver, com uma formatação clássica, cheia de cores, figurinos, objetos malucos e claro tiros, explosões, pedaços voando, sangue e tudo mais que se imaginar por todos os ângulos possíveis, de modo que a abertura vista por cima de um banheiro é um deslumbre a parte, e tudo parece uma composição de quadrinhos transportados via massinha para a tela, o que agrada bastante, e também diverte com a essência na tela, mas é algo maluco de se imaginar cada ambiente e cada situação, então tem de entrar no clima para pensar tanto como o diretor quanto os designer de produção.

Enfim, é um filme que com poucos ajustes seria uma obra fascinante do diretor, mas que pelo excessivo estilo maluco, junto de uma história confusa e sem base funcional, mais um ritmo bagunçado e não tão dinâmico acabaram mais cansando do que agradando, então não posso dizer que recomendo o que vi na tela hoje. E é isso pessoal, amanhã volto com mais dicas por aqui, então abraços e até logo mais.


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