A sinopse nos conta que Maria é uma jovem atriz promissora, passando por uma fase de dificuldades. Quando um diretor italiano em ascensão a escolhe para estrelar um novo filme ao lado de Marlon Brando, seus sonhos parecem se concretizar. Mas o que deveria ser uma grande oportunidade, se revela o início de um inferno pessoal. O filme é “O Último Tango em Paris”, e esta atriz é Maria Schneider.
Em seu segundo longa, a diretora e roteirista Jessica Palud não quis ousar para entregar a história do livro de Vanessa Schneider, de modo que o filme flui bem na tela, tem suas perspectivas bem entregues, e claro todo o processo de gravação do longa polêmico e de alguns outros que a atriz trabalhou depois, mas a grande base fica em cima de como um trauma acabou mudando sua vida, sua perspectiva de vida e como passou a enxergar tudo. Ou seja, é daqueles longas aonde você não chega a ver a mão da diretora pesar sobre a história, mas sim os fatos ocorrendo e tudo o que isso acabou influenciando na vida da mulher Maria Schneider, que na época apenas falaram que ela era maluca e que fez tudo por dinheiro, mas que muitos anos depois com o #MeToo tudo foi muito mais escancarado e até queimado de vez as carreiras dos demais envolvidos, que como mostrado na tela e contado pela protagonista, o principal problema nem foi o ato em si, mas sim nenhum dos dois terem pedido desculpas depois da cena.
Quanto das atuações, a jovem Anamaria Vartolomei mostrou mais uma vez por que tem sido chamada para tantos papeis bem colocados, pois sabe ser segura nos olhares sem soar falsa na tela, e aqui fazendo o papel da protagonista Maria Schneider conseguiu envolver tanto na tela que por vezes até esquecemos dos demais que estão em cena, e dosando atos mais explosivos com dinâmicas mais centradas, acabou agradando bastante com tudo o que representou. Foi bacana ver um ator parecer tanto Marlon Brando como Matt Dillon, pois sua representação em cena mostrou que o ator mesmo cheio de galanteios e bons traquejos também não titubeou quando era pra por tudo em cena, e o ator fez com precisão cirúrgica cada ato seu. Ainda tivemos bons momentos com Giuseppe Maggio fazendo o diretor Bernardo Bertolucci com seus semblantes calmos e intensos olhares, e Céleste Brunnquell bem trabalhada com sua Noor, parceira de bom tempo da personagem na época de seu tratamento contra o vício.
Visualmente o bacana da trama foi mostrar bem as gravações de filmes na época com toda a pouca preparação e apenas um pouco de maquiagem para que tudo rolasse de forma crua, vemos alguns atos de nuances do vício, boates, e muito mais dos anos 70, sendo simples de essência, porém bem colocado na tela de forma representativa, tendo claro o ato da manteiga bem expressivo, mas ampliando tudo com boas desenvolturas cênicas para mostrar um pouco dos bastidores do cinema, aonde nem tudo é muito bonito como vemos na telona.
Enfim, é um filme bem intenso, mas que consegue ser representativo sem forçar a barra, entregando para o mundo atual algo do passado que foi marcante, que mesmo gerando um tremendo filmaço para a época, acabou sendo mais falado pela polêmica em si do que pela história, e assim com essa nova obra acaba valendo para conhecer mais da mulher que viveu tudo isso. Então fica a dica para alugar, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais dicas.
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