A sinopse nos conta que em busca de material para seu novo livro, o escritor Lauriano parte para a conturbada fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia, onde o crime organizado dita suas próprias leis, em busca de um “Jacaré”. O que começa como uma simples investigação se transforma em uma jornada inesperada, repleta de ação, conflitos e personagens excêntricos. Em meio ao caos de uma vastidão silenciosa e cheia de contrastes, Lauriano mergulha em uma trama tão perigosa quanto cômica — onde sobreviver é o seu maior desafio.
Diria que o diretor Fábio Flecha até teve grandes acertos na dinâmica criada, porém ao recortar demais sua trama, e precisar a todo momento dimensionar o fato do nome do estado que tanto sabemos que há essa rixa, e ainda colocar a trama como algo muito amornado na tela, fez com que em muitos momentos não acreditássemos no contexto policial da trama, e isso é um erro máximo no gênero policial, pois o público precisa acreditar na história que está vendo. Volto a frisar que o filme tem alguns ótimos momentos, mostrando que o diretor tem técnica e sabe usar os recursos que tinha em mãos, mas em outros atos o filme parece um trabalho de conclusão de faculdade aonde terminaram na correria para que a banca visse e desse a nota.
Quanto das atuações, diria que Felipe Lourenço até trabalhou seu escritor Lauriano como alguém empolgado em tentar investigar e captar melhores textos para seu novo livro, fazendo alguns trejeitos misturando incredulidade e por vezes até se divertindo com toda a situação que se envolve, pensando estar sendo bem enganado por algo fictício, mas também não foi além como um bom escritor investigativo, de modo que parece estar satisfeito com o pouco que retira dos personagens que entrevista. Talvez o filme pudesse ter trabalhado mais o personagem Jacaré de Espedito di Montebranco, pois o ator se mostrou muito disposto a desenvolver o personagem e dar voz como um real pistoleiro e traficante de produtos, sabendo impor olhares e chamar o filme para si, mas como é meio que subjetivo dentro do longa, seu resultado não vai muito além. Ainda tivemos outros muitos personagens, mas a maioria não se entregou tanto quanto poderia, tendo leves destaques para Luciana Kreutzer como uma Dra. Julia que nem parece ser membro de alto escalão da justiça, e Leandro Faria que faz um Deputado meio jogado na tela, sem muito o que conseguir fazer.
Visualmente a equipe brincou com alguns ambientes mais fechados, usando e abusando de iluminações bem densas para dar um clima interessante para o longa, brincou com alguns momentos em preto e branco e contou com muitas armas, e uns tiros e sangue exageradamente falsos, mas como os ambientes chamaram atenção pela densidade policial, principalmente o hotel do final, quase esquecemos de alguns momentos meio estranhos na tela e desnecessários na tela, como a empresa de drones, o podcast meio que jogado demais.
Enfim, é um filme que tinha um bom potencial por ser diferenciado de tudo o que costumamos ver no cinema nacional, mas faltou explosão para que o diretor conseguisse passar uma realidade mais marcante como o estilo pede, e assim o resultado não foi muito além. Não digo que seja algo que valha realmente uma ida aos cinemas, mas quando sair nas plataformas digitais é algo interessante para conhecer um pouco desse estilo que não vemos tanto no nosso país, ao menos não como filme, então fica a dica, e claro fico por aqui agradecendo o pessoal da TZM Assessoria e da Kolbe Arte Filmes pela cabine, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até lá.
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