Invencível (The Unbreakable Boy)

5/13/2025 01:42:00 AM |

Costumeiramente quando vou ao cinema achando que sei o que vou ver em filmes dramáticos, geralmente sou pego por alguns traquejos que invertem e me pegam pela emoção. Claro que isso não ocorre sempre, pois muitas vezes alguns filmes entregam algo tão básico que não tem como ir para outros rumos, e felizmente não foi assim com o longa "Invencível", pois trabalhando de uma forma sensível e gostosa de ver (talvez um pouco irritante pelo tanto que o garoto fala, mas sabemos que alguns níveis de autismo são dessa forma) conseguiram brincar com o estilo, entregar dinâmicas bem colocadas na tela, e principalmente não forçar a emoção do público, pois muitas vezes ficam colocando o famoso pianinho de fundo, trabalhando a doença quase como um murro para fazer o público desabar, e aqui vemos o acontecer naturalmente, aonde nos vemos por vezes como os pais do garoto, e por outrora também como se fôssemos os garotos vendo seus pais brigarem e/ou com problemas que nem ele consegue entender. Ou seja, é um filme fácil de se conectar, que funciona e agrada sem precisar apelar, e isso é raro em tramas envolvendo doenças.

O longa conta a história de Austin, uma criança que tem autismo e uma doença rara que deixa seus ossos quebradiços. Apesar dos obstáculos na vida, Austin tem uma visão de mundo alegre, engraçada e afirmativa que transforma e une todos ao seu redor - especialmente seu pai, Scott, que passa a vê-lo como o triunfo de um espírito indestrutível, mesmo nos momentos mais difíceis. Baseado numa história real, acompanhamos as batalhas individuais de cada familiar e a de Austin para se enturmar na escola. Preocupados como futuro dele, seus pais Scott e Teresa se desdobram para dar o melhor e a vida mais normal possível para Austin. É assim que, de frente para uma alegria inesgotável e uma coragem sem medidas, Scott e Austin enfrentarão um dia de cada vez como a família unida que sempre foram.

O mais bacana de tudo é que o diretor e roteirista Jon Gunn tem muita experiência em filmes baseados em histórias reais, e com envolvimentos religiosos encaixados na trama, de modo que seu filme num primeiro momento você chega a pensar que verá mais do mesmo na tela, mas ele sabendo brincar com a interação entre os personagens, os devidos momentos emocionais, e principalmente as dinâmicas para que o filme tivesse um encaixe emocional sem soar pesado na tela, fez com que o filme fluísse fácil e tivesse uma entrega coerente do estilo, representando tanto as doenças, o espectro, a adaptação das crianças, e claro a família como ente maior. Ou seja, o diretor conseguiu mostrar sua mão presente em todas as cenas, e deixando que os atores se soltassem ao máximo, o resultado veio perfeito na tela.

Quanto das atuações, estava bem receoso com o que Zachary Levi iria entregar na tela, pois ele tem um tino cômico muito forçado que já estamos acostumados, e que anda soando cansativo na tela, e no seu último filme que aparentou uma transição para o lado mais dramático, ainda brincou demais, porém aqui seu Scott não teve essa abertura para a comicidade, e ele se jogou como nunca na tela, sabendo dosar trejeitos mais fechados com alguns emocionais, e assim agradando do começo ao fim, ou seja, deem mais papeis dramáticos para o ator, pois ele tem o estilo e consegue fazer o que precisa. O jovem Jacob Laval colocou tanta personalidade no seu Austin, falando tanto que deixa o espectador até tonto como seus pais, e assim sendo foi um grande acerto para o que o papel pedia, de modo que segurou o filme com facetas expressivas tão boas que faz o filme desenrolar como se o diretor nem precisasse falar nada para ele, ou seja, deu show na tela. Meghann Fahy fez sua Teresa com uma facilidade em trejeitos, desde cansada até feliz, sabendo dosar seus traquejos com boa desenvoltura e chamando para si quando precisou, o que agrada demais de ver. Quanto aos demais, tivemos muitos outros bons papeis secundários, mas sem dúvida alguma não tem como não dar todo o destaque para Drew Powell como Joe, um estilo de alter-ego do protagonista, tanto pelo personagem em si quanto pelos ótimos trejeitos que o ator trabalhou, ou seja, deu show também.

Visualmente a trama teve alguns atos na escola dos garotos, mostrando a dificuldade de alguns professores e alunos em trabalhar com jovens portadores do espectro, vemos toda a trabalheira monstruosa da família na casa para que desde bebê não se matasse quebrando seus vários ossos, com um apartamento simples, passando para uma casa mais bonita, e depois para algo mais rústico, tivemos algumas reuniões de pessoas alcóolatras, algumas cenas em uma igreja, alguns atos em bares e festas, e claro o acampamento bem construído para atos tradicionais, ou seja, tudo simples e bem colocado na tela, para que não ficasse nada fora do eixo.

Enfim, é um filme que fui esperando ver algo que já vi tantas outras vezes, mas acabei me conectando demais, tanto com os personagens, quanto com as atuações, e assim sendo o resultado final acabou me agradando demais e valendo a indicação, mesmo tendo um ou outro ato que force a barra, mas vale a dica, e também ver os verdadeiros no final. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.


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