Amazon Prime Video - O Ouro do Mal (Escanyapobres)

5/26/2025 12:54:00 AM |

Eu insisto em falar para a minha pessoa não mudar de ideia quando vai dar o play em algo no streaming, mas não tem jeito, hoje estava tudo certo para ir com um filme da Netflix, mas por algum acaso da natureza acreditei que o longa "O Ouro do Mal" da Amazon Prime Video seria uma opção melhor para fechar o domingo, e cá estou totalmente frustrado de ter pego algo que não recai nem para o lado cinematográfico, nem para o lado novelesco, ficando naquele meio do caminho aonde o diretor não sabia o que fazer e fez isso. Claro tem toda uma pegada meio antiga nos moldes de tramas de velho oeste, com as famosas chegadas das ferrovias para salvar cidades bem pobres dos agiotas e ricos, mas também contando com a criminalidade alta, qualquer mísero dinheiro que tenha não é algo para se confiar a ninguém. Ou seja, o longa catalão poderia ter ido bem mais além para impressionar, mas se perdeu no miolo, e acabou jogado, sendo daqueles que com toda certeza não lembrarei de ter visto daqui alguns dias.

O longa nos situa no final do século XIX. A chegada da ferrovia a uma cidade isolada traz o tão esperado progresso, mas também Oleguer, um agiota obscuro com negócios obscuros. Quando ele se apossa e se hospeda na casa de Cileta e sua família, a jovem camponesa fará de tudo para recuperar sua casa. Mesmo que isso signifique seguir os passos obscuros do agiota.

Ainda estou procurando entender o que o diretor e roteirista Ibai Abad queria com seu filme, se era mostrar que entendia da estética de faroestes, se precisava trabalhar para algum tipo de testes de época, ou se realmente queria apenas mostrar o conflituoso mundo dos pobres contra os agiotas, sem trabalhar explicitamente isso, pois o filme tem tudo que uma produção bonita e cheia de nuances poderia ter, tem personagens que se desenvolvidos poderiam impactar, mas o texto leva nada a lugar algum, ao ponto que fiquei esperando acontecer algo a mais, que rolasse alguma tensão entre o trio principal, ou então que causasse problemas com o sequestro, mas não, ficou no básico mesmo, e isso em qualquer estilo é falhar, mas quando se tem nas mãos algo grandioso, é desesperador. 

Quanto das atuações, Mireia Vilapuig trabalhou sua Cileta até interessante em alguns momentos, mas parece que o filme teve tantos cortes que alguns atos seus parecem perdidos ou sendo parte de alguma outra coisa, e a atriz não tentou ser mais explosiva quanto poderia, chamando pouco para si na tela, e ficando quase que em segundo plano no miolo do filme. Alex Brendemühl teve um primeiro ato chamativo e misterioso com seu Oleguer, mas por vezes parecia ter tanto medo da mulher do seu chefe, que não se impunha na tela como deveria fazer, ao ponto que seus momentos oscilam demais a personalidade do papel, e isso é estranho de se ver com um "vilão". E falando na mulher do chefe, que depois vira a esposa do protagonista, Laura Conejero trabalhou sua Tuïes imponente e chamativa na tela, mas sem um desenvolvimento maior acabou ficando estranha de ver, o que é uma pena, pois dava para aproveitar mais ela.

Visualmente a trama também teve um grande potencial, pois mostrou desde minas, passando por casas de cultivo de trigo no meio do nada, a construção de uma ferrovia e tudo ao seu redor, até mansões clássicas do século XIX, com figurinos bem marcantes de empregados aos ricos, as pequenas vendas e tudo mais que o estilo faroeste precisa para chamar atenção, de modo que valeria ter explorado mais ao invés de focar apenas nos esconderijos de moedas, o que não fluiu como deveria.

Enfim, é um filme confuso e sem grandes nuances, aonde nada leva a lugar algum, e dessa forma acabamos com um resultado sem empolgação e ao final nem sabemos ainda o que o diretor realmente queria mostrar. Ou seja, é melhor ir para outros caminhos do que dar o play aqui. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com a esperança de trazer uma dica melhor para todos, então abraços e até logo mais.


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