O longa nos conta que Martina é uma viúva argentina que procura há mais de trinta anos pelo neto, nascido em cativeiro durante a ditadura militar. A necessidade de encontrá-lo se torna ainda mais urgente quando Martina recebe o diagnóstico de Alzheimer. Ao descobrir que o neto pode estar no Brasil, Martina embarca em uma jornada onde passado e presente se misturam, transformando sua busca em uma luta contra o esquecimento.
Diria que a estreia da diretora e roteirista Márcia Faria em longas foi precisa demais, pois a história em si tem um funcionamento tão doce e ao mesmo triste, que consegue se desenvolver dentro da trama várias sensações, e isso conforme vai acontecendo na tela vai se abrindo os frutos do carisma da personagem para com a essência do que viveu, da sua busca em tentar não ser esquecida, de ter um mínimo contato com alguém de seu sangue, e tudo mais, juntamente com fantasmas do passado que a mente vai lhe trazendo, criando um elo bonito e cheio de desenvolvimentos. Ou seja, ela fez daqueles filmes que mesmo não sendo fortes e impactantes, conseguem passar o sentimento da tela para o público, e isso é acertar na escolha de um primeiro longa, que nem é tão longo assim, tendo 87 minutos que é uma medida perfeita para funcionar.
Quanto das atuações, sem dúvida alguma Mercedes Morán soube dominar a tela com sua Martina, passando muita sinceridade no olhar, desenvolvendo personalidade nos atos mais densos e sendo tão solta que por vezes você até esquece que está vendo um filme e não apenas acompanhando ela na sua busca, o que é bem raro de ver em muitos filmes aonde você sente a mão do diretor nos personagens e atores, ou seja, ela se jogou e conseguiu passar muito tanto a sensação da doença, quanto o sentimento de perda de alguém. Outra que foi muito bem em cena, e gosto muito de suas atuações é Luciana Paes, pois fazendo a recepcionista do hotel Jéssica de cara demonstra conhecimento do Rio, e assim como as boas recepcionistas são fluentes em outros idiomas, e aqui além disso ela ajudou demais a protagonista na sua busca, foi precisa de envolvimento, e a atriz passou trejeitos tão bem feitos que acabam agradando bastante na tela. Vale ainda dar um destaque para Carla Ribas com sua Hilda, aonde não chega a passar a rigidez militar de seu marido, mas segurou a dramaticidade cênica nos atos de confronto com a protagonista, sendo bem marcante com o que conseguiu trabalhar.
Visualmente o longa passeia no começo pela casa da protagonista, sua rotina de remédios e coisas sumindo de sua vista, sua imaginação conversando com o marido que não a ajuda achar as coisas, vemos suas idas na hidroginástica e no aniversário de uma amiga, depois já no RJ vemos suas andanças por bairros simples e comunidades, além de um fechamento em um terreno bem marcante pela simbologia entregue, ou seja, a equipe de arte foi sutil e direta no que desejavam entregar.
Enfim, é um filme que em um primeiro momento achei que não fosse curtir tanto, mas que acabou me envolvendo de um jeito gostoso e interessante, e que certamente recomendo para todos que gostam de um bom drama com os temas, então fica a dica para conferirem nos cinemas quando lançar no dia 05/06. E é isso meus amigos, fico por aqui agora agradecendo a Bretz Filmes e a Primeiro Plano Assessoria pela cabine, e volto mais tarde com outras dicas, então abraços e até logo mais.
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