A sinopse é bem simples e nos mostra que um diplomata indiano que tenta repatriar uma garota indiana do Paquistão, onde ela foi presumivelmente forçada e enganada a se casar contra sua vontade.
Diria que o diretor Shivam Nair soube segurar bem a tensão de tela e desenvolver a história para que não ficasse um filme frouxo, ou apenas algo documental sobre o que aconteceu em 2017, de modo que os personagens são apresentados aos poucos durante toda a exibição, sem ser algo direto, mas sim necessário para entendermos suas atitudes, e isso fez com que num primeiro momento até pensássemos estar vendo algo exageradamente novelesco, mas conforme tudo vai se desenvolvendo na tela, o resultado passa a criar uma certa tensão e mostra bem a dimensão diplomática que o caso acaba tendo. Ou seja, é o famoso filme coringa, aonde o diretor brinca com uma faceta fácil de administrar, mas que na tela se amplia tanto que quando vemos já estamos torcendo para a moça se salvar, embora a ideologia de posse matrimonial é algo que precisava ser banido da cultura de alguns povos, pois chega a ser feio de ver.
Quanto das atuações, sei que diplomatas tem de ter personalidade séria e não brincar em serviço, mas John Abraham se fechou tanto com seu JP Singh que não transparece carisma de alguém que está tentando defender a moça, de modo que dava para ele ser menos sintético que chamaria mais atenção como protagonista, e funcionaria bem melhor na tela. Sadia Khateeb trabalhou bem sua Uzma, se desenvolvendo de uma personalidade desesperada para alguém marcada pelo terror, aonde uma fala explode, um ato marca, mas que sabendo segurar bem sua densidade na tela chamou muita atenção e agradou com o que fez. Tivemos outros bons personagens na tela, mas como a base principal focou nos dois atores, vale apenas dar leves destaques para Ashwath Bhatt com seu Malik, Revathi fazendo bem o papel de Sushma Swaraj e Jagjeet Sandhu com seu Tahir, mas sem grandes chamarizes.
Visualmente a trama mostra um pouco do ambiente aonde a protagonista vai morar com seu marido numa vila cheia de armas e mulheres forçadas a procriar e apanhar, vemos todo o ambiente fechado de uma embaixada com vários funcionários espantados com tudo o que rola, um pouco da casa do diplomata, algumas audiências e claro um pouco do envolvimento da garota com o marido na fantasiosa Malásia, ou seja, tudo bem recortado e simples, mas que funciona bem na tela, além de claro a explosão que o diplomata vivenciou em Kabul para ter seu estilo mais denso.
Enfim, é um bom filme tanto como história bem amarrada, quanto com boas dinâmicas de tela, mas que além disso vale para a reflexão e conhecimento do mundo e das políticas diplomáticas dos países de lá que agora vemos estarem em guerra. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, mas amanhã volto com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...