Netflix - Nonnas

5/17/2025 02:30:00 AM |

Tem dias que você não quer nada a mais do que um filme confortável, que para alguns é rever algum clássico ou até mesmo aquela trama bobinha que você já sabe até as falas, mas como já expliquei algumas vezes para várias pessoas, não gosto de ver um filme mais do que uma vez (sendo raríssimos exemplares que saio dessa ideologia), então procuro dar play ou ir ao cinema ver algo bobinho, leve e que me inspire apenas a curtir o que está sendo mostrado, e um bom exemplar que escolhi hoje para isso foi o longa da Netflix, "Nonnas", pois uniu duas coisas que gosto muito: comida de avó e história real, ou seja, não tinha como dar errado. Claro que como crítico tenho de apontar defeitos quando existem, e esse estilo acaba sendo muito fácil para o diretor errar ou acertar em cheio, e o maior problema aqui é que mesmo sendo uma trama, digamos familiar, faltou a emoção de família mesmo, acontecendo somente nos atos finais isso, e essa falta de fazer o público se conectar com os personagens acaba pesando bastante, ao ponto que vemos o filme apenas como um leve passatempo, sendo que ele poderia ter ido mais além, afinal tinha todas as entrelinhas para isso. Ou seja, dá para como o nome diz, passar um tempo conferindo ele, pois não é algo ruim e cheio de falhas, mas faltou o diretor pegar e chamar o filme como seu, e botar a história do verdadeiro Joe como algo que todos gostariam de conhecer.

A sinopse é simples e nos mostra que após a perda de sua mãe, Joe Scaravella (interpretado por Vince Vaughn) arrisca tudo para homenageá-la ao abrir um restaurante italiano com um grupo de avós locais como chefs.

O que mais gosto no estilo de direção de Stephen Chbosky é que ele permite em seus filmes que você entre para dentro da trama e se envolva com os personagens, ou melhor, era o que ele mais acertou seja em "As Vantagens de Ser Invisível", "Extraordinário" e "Querido Evan Hansen", mas aqui foi justamente o que ficou faltando para o longa ser incrível, pois se sentíssemos a presença familiar italiana envolvendo mais na tela, o resultado acabaria ficando genial e não apenas comum. Volto a frisar que a história de Joe Scaravella não é ruim, e a ideia do rapaz foi brilhante, pois quem não gosta de uma boa comida de avó, mas agora após saber quem era o diretor fiquei ainda mais decepcionado, pois ele sabe fazer algo emocional bem colocado, e facilmente conseguiria com poucos ajustes fazer algo lindo de se ver, e não apenas algo básico como foi entregue.

Talvez o maior erro do diretor tenha ficado com a produção de Vince Vaughn, que provavelmente algum dia almoçou no restaurante de Joe e se apaixonou pela ideia arrumando um bom roteirista e um excelente diretor, com a clara condição de que fosse o protagonista da trama, e o ator é bom em tramas cômicas ou mais jogadas, não sendo alguém bem colocado para algo emocional realmente, então fez seu papel sem grandes chamarizes, e ao final vemos que o verdadeiro Joe nem se parece com ele, ou seja, dava para produzir, ganhar dinheiro e talvez arrumar alguém que impactaria na tela. Quanto das vovós que mandam ver nos pratos vale o destaque desde a belíssima Susan Sarandon com sua Gia imponente e cheia de história para o papel, passando pelas duas briguentas siciliana e bolonhesa Antonella e Roberta bem vividas por Brenda Vaccaro e Lorraine Braco que foram dinâmicas e intensas na tela, até chegarmos na mais fechada ex-freira Teresa que Talia Shire soube brincar com o que tinha em mãos. Ainda tivemos bons atos de Joe Manganiello com seu Bruno e Linda Cardellini com sua Olivia, mas bem de forma secundária dentro do envolvimento completo da trama.

Visualmente a trama é básica, mas muito comum de vermos em filmes de famílias italianas, cheias de pessoas comendo e opinando em voz alta, numa confusão tremenda que só eles entendem, isso nos atos do passado, depois vemos o protagonista enlutado em sua casa simples, e o restante da trama foca na construção e preparação do restaurante e dos pratos que serão servidos, sendo algo chamativo, mas simples e bem trabalhado pela equipe de produção e de arte, unindo o passado talvez importante para o verdadeiro do baile de formatura que deu os canos na moça, e claro os poucos clientes do começo até o grande boom após a avaliação como ambiente familiar, ou seja, tudo bem feitinho sem grandes chamarizes.

Enfim, é um filme leve e muito bem feito, que tem como principal defeito a falta de emoção, mas que não chega a ser algo que atrapalhe e desabone demais a trama, valendo como disse no começo como um bom passatempo, e assim fica a dica para quem quiser dar o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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