Netflix - Nyad

11/04/2023 04:45:00 PM |

Sou suspeito pra falar de filmes esportivos baseados em histórias reais de superação, pois amo demais, me envolvo e no final já estou torcendo que nem um maluco para que a pessoa consiga chegar ao final e ganhar o que se propôs a fazer, mas o que vi hoje no longa da Netflix, "Nyad", é daquelas tramas que não tem como não se arrepiar, não tem como não chorar e vibrar com tudo o que é mostrado na tela, pois Annette Bening deu tudo e mais um pouco para que a personalidade forte de Diana Nyad aparecesse na tela, e junto de uma Judie Foster como treinadora não tinha como dar errado! Sei que é difícil apostar em filmes desse estilo caírem nos gostos dos votantes da Academia, mas facilmente eu colocaria o longa entre os melhores filmes desse ano, e claro a protagonista na briga máxima pelo prêmio, pois é um filme que se olharmos a fundo até é simples de dinâmica, com uma pessoa nadando no mar acompanhada por sua equipe em um barco, sem poder ter contato físico com a nadadora, nem ela podendo encostar no barco, apenas recebendo comida e medicação quase que por arremesso, mas tudo sendo montado por especialistas em tubarões, em águas-vivas, navegadores experientes e tudo mais, que entregaram tudo pelo sonho de uma mulher que foi abusada pelo treinador no passado quando competia natação, que desistiu quando mais jovem por não conseguir fazer a travessia, mas que aos 60 anos decidiu tentar novamente e na quinta tentativa, depois de muitos perrengues conseguiu. Ou seja, um filmaço de primeiríssima linha que funciona demais e vale a pena ser conferido!

Inspirado na verdadeira história da nadadora americana Diana Nyad, o filme narra um momento importante da carreira da atleta que aos 60 anos, desafiou as probabilidades de se tornar a primeira pessoa a completar uma viagem de 161 km em 53 horas, de Cuba à Flórida em pleno alto mar. Auxiliada por Bonnie Stoll sua melhor amiga e uma equipe de 35 apoiadores dedicados, Nyad pretende nadar através de águas-vivas venenosas e águas infestadas de tubarões para completar sua missão, ultrapassando todos os limites e mostrando sua capacidade para os que duvidaram dela.

Diria que os diretores Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi conseguiram trazer toda uma vertente incrível para o livro da verdadeira Diana Nyad que Julia Cox adaptou para as telas, pois tramas de superação quando retratadas em filmes é 8 ou 80, não tendo como ficar no meio termo, já que ou você apela para a emoção e acerta direto com algo que vai ser incrível, ou segura o tom e trabalha com algo mais denso e forte que pode ficar fora de série, e em ambos os casos tudo pode dar muito errado, pois se ficar apelativo demais o público que não é tão emocional vai achar chato e cansativo, e se não apelar nem um pouco acaba ficando uma trama sem emoção, ou seja, é o famoso filme dificílimo de fazer e agradar a todos, mas que souberam criar todas as dinâmicas de uma forma bem coesa, emocional em nível máximo e principalmente escolheram perfeitas atrizes para os papeis principais, afinal é um filme de ator, aonde se errar ali, o longa fica deprimente, e não foi o que ocorreu, pois ficou perfeito, mostrando técnica, boas escolhas e um recorte primoroso.

E falando das atuações, fiquei pensando o quanto Annette Bening se preparou para fazer Diana Nyad, pois a atriz já está com a mesma idade da nadadora, mas não com a disposição maluca para fazer exercícios, nadar aos montes e ainda se impor na tela com muita personalidade, mas quando falamos em personalidade ela é a melhor, e conseguiu entregar tanto na tela que chega a impressionar, ficando muito parecida com a verdadeira Diana, e entregando um gênio forte e impactante que certamente vai ficar na mente de quem gosta dela, e como já disse no começo, irei torcer para ver ela nas premiações e vou vibrar também se ganhar. Outra que foi perfeita de imposições é Jodie Foster totalmente diferente para que sua Bonnie ficasse bem semelhante à original que vemos no final do longa, e trabalhando uma amizade difícil com a protagonista criou dinâmicas e imposições com muita personalidade, deu nuances emocionais nos momentos certos e conseguiu criar algo que fosse bem marcante na tela. Além delas tivemos bons atos de todos os demais atores que fizeram parte da equipe principal da nadadora, com Luke Cosgrove entregando Luke Tipple e Ethan Jones com seu Nico especialistas em tubarões, Karly Roth como Dee uma marinheira mega experiente, Jeena Yi com sua Angel Yanagihara especialista em águas-vivas, mas principalmente quem teve atos bem emocionais e envolventes foi Rhys Ifans como o navegador John Bartlett, demonstrando um carinho pela protagonista e sabendo muito bem os riscos, de modo que o ator soube segurar bem ainda um problema seu para ajudar na meta da equipe. Isso sem falar nas caras fortes e duramente presas na mente da personagem que Eric T. Miller fez como o treinador Jack Nelson que abusou da nadadora quando jovem.

Visualmente é claro que não fizeram a protagonista fazer a travessia que seria algo completamente insano, mas filmaram bem em piscinas para dar todo o realismo das cenas mais fortes, filmaram boas cenas no barco e claro nas cenas nas casas e eventos aonde elas foram para vender e conseguir patrocínios, de forma que cada detalhe contou como luzes para ver a personagem no meio do escuro noturno do mar, máscaras de proteção contra as águas-vivas, roupas térmicas para suportar o frio, e tudo isso acontecendo várias vezes, pois foram cinco tentativas até conseguirem, e a equipe de arte foi minuciosa nos detalhes chamativos da travessia, além de representar bem a época.

Enfim, é um tremendo filmaço que recomendo para todos verem, mostrando claro um lema de vida e superação, que não tem idade para se conseguir fazer um sonho acontecer, basta ter vontade, e que cheio de ótimas interpretações em uma direção perfeita e marcante vai com certeza fazer todos lavarem as salas de casa com tudo o que ocorre no longa. Vale demais o play e eu fico por aqui agora, pois volto hoje ainda com muitos outros filmes e dicas, então abraços e até logo mais.

PS: sim, acho que ando bonzinho demais com a quantidade de notas máximas que ando dando, mas o filme me comoveu demais, e não achei nada que atrapalhasse para baixar a nota, então vejam!


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