Diria que o diretor e roteirista Emmanuel Mouret até trabalhou bem as várias dinâmicas da trama, mas exagerou tanto nos diálogos e emoções que a trama acaba ficando presa demais, parecendo quase uma peça teatral interminável, aonde tudo até flui, mas que não vai além. Ou seja, é daqueles textos que num livro até acabam agradáveis de ver, tendo seus devidos gracejos, mas que num filme a falta de atitude acaba sendo bobinha demais para encantar realmente.
Quanto das atuações, gosto bastante do estilo que Sandrine Kiberlain entrega sempre para suas personagens, pois dá uma vida tão bem trabalhada que parece que já há conhecemos a muito tempo, e aqui com sua Charlotte ela deu toda a determinação clássica do estilo quero mas não falo, e ajo sem demonstrar, o que acaba não fluindo tanto, mas que para o que o longa pedia funciona. Já Vincent Macaigne abusou de alguém romântico aflorado que se perde no que quer com seu Simon, de modo que até nos conectamos em suas atitudes, mas fica parecendo não ir muito além, o que acaba sendo chato como personagem. Ainda tivemos alguns atos meio apáticos de Georgia Scalliet com sua Louise, sendo até interessante para a quebra do fluxo do filme, mas sem ir muito além de trejeitos sem sal.
Visualmente a trama foi bacana por passear por muitos lugares que até marcaram a vida do casal, como hotéis, parques, bares e até a casa dela, e ainda passando pelo serviço do protagonista e um apartamento de um amigo, de modo que foram bem representativos, e gastaram bem o tempo de tela da equipe de arte.
Enfim, não é um filme ruim que chegue a ser chato de ver, pois tem boas sacadas, e claro as inversões de personalidades no final, mas é exageradamente enrolado de diálogos, o que acaba cansando demais, não sendo algo que eu recomendaria. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas vamos lá que o Festival Varilux apenas está começando, então bora para mais uma sessão.
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