Diria que o diretor e roteirista Gianni Amelio soube escolher bons momentos representativos para que sua trama tivesse um ar bem representativo de um julgamento que não merecia existir, e conseguiu criar as devidas nuances usando de cenas de julgamento, testemunhos e antes disso mostrar um pouco da vida do diretor e do garoto, de maneira que o filme ficou interessante e bem colocado, trabalhando também as intenções do jornalista em conseguir mostrar tudo, mas analisando friamente, a montagem peca em não ter uma síntese melhor colocada, de modo que o filme não soa nem representativo demais sobre o personagem principal, nem imponente para causar reflexões sobre o tema. Ou seja é um filme bem interessante e representativo, mas que mais cansa pela entrega do que realmente pelo que aconteceu, sendo que usaram leis da época do fascismo para julgar, teve todo o caso problemático na família do garoto que o levou para a conversão por choque, e por aí vai, mas sem desenvolvimento, o resultado acabou ficando morno demais.
Quanto das atuações, Luigi Lo Cascio até deu boas nuances para seu Aldo, transformando o personagem em alguém bem calmo e rico de conhecimento que passa seus momentos analisando a vida das formigas para entender a organização dos homens, e o ator foi bem centrado e cheio de nuances bem colocadas para ser enxergado, mas faltando um pouco mais de personalidade para que seus atos mais marcantes ficassem imponentes realmente. Já Leonardo Maltese trabalhou muito bem seu Ettore, usando artifícios de loucura e desenvolvendo bem olhares e emoções durante as fases da trama, de forma que nos convence mais com o estilo do que com a personalidade do papel realmente. Tivemos ainda atos bem direcionados de Elio Germano como um jornalista que desejava mostrar realmente tudo o que estava ocorrendo no julgamento, mas que era boicotado pelo editor do jornal, e a garota Sara Serraioco que faz uma ativista bem colocada que tenta ajudar a cancelar o julgamento, mas que dentro da proposta meio confusa da trama não conseguiram se destacar tanto com seus personagens.
Visualmente diria que a equipe de arte trabalhou bem, mostrando alguns atos bem colocados na tela da "torre" aonde o diretor desenvolvia peças e interações culturais com seus alunos, vemos também atos marcantes do julgamento do protagonista, e até mesmo os atos nas casas e festas conseguiram ser trabalhados de forma bem representativa para dar as nuances da época, mas nada que fosse grandioso demais de ver.
Enfim, é um filme que tenho certeza que nas mãos de um diretor mais expressivo entregaria uma trama tão imponente e inesquecível que chamaria muito mais atenção do que a forma meio cansativa entregue aqui, mas como é um tema que dificilmente alguém pegaria para trabalhar acabou sendo algo até que interessante de ver. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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