Diria que o diretor César Rodrigues brincou bastante com o roteiro de Fernando Ceylão para que seu filme tivesse uma constância de movimentos, ficasse bem dinâmico e ainda divertisse sem precisar apelar, e ele optou em colocar tudo isso com um estilo próprio, de forma que não vemos um filme que se parece com qualquer outro, ao menos que seja lembrado assim de cara, e isso é bem bacana de ver no cinema nacional que geralmente copia muitos filmes estrangeiros, e posso até ser chato frisando isso, mas dou sempre os parabéns para os diretores ousados que saem do clichê novelesco, pois é muito incômodo colocar mil personagens em subgrupos que vão se interagindo e indo para rumos românticos melosos e chatos, então aqui o acerto foi rápido e bem interessante de ver, só não achei necessário dar a deixa para uma possível continuação, mas isso não atrapalha, então acaba valendo acabou sendo bem funcional e interessante de ver o resultado como um todo.
Quanto das atuações, volto a dizer que o filme se fecha bem nos protagonistas, não dependendo praticamente de nenhum coadjuvante para funcionar ou ter as devidas conexões, de tal forma que Rafael Infante se jogou por completo nas cenas de seu Henrique, brincou com piadas sem precisar ser exageradamente bobo, e funcionou dentro das sacadas que o filme precisava ter, utilizando trejeitos meio malucos e desesperados, sempre atento às movimentações de ambientes, e chamando muito da atenção para si, o que acaba agradando bastante. Manu Gavassi soube fazer com que sua Gabriela fosse bem interessante, tivesse vertentes e olhares cativos, mas principalmente fosse uma musa para o protagonista, de forma que a sacada dos vários ambientes e trejeitos que ele vai falando como ela era para o assassino é coisa que mostra quase realmente uma paixonite do personagem, e a atriz se desenrola bem fácil com tudo, ou seja, encaixou bastante no que o papel precisava. Ainda tivemos Diogo Villela como o tio do protagonista que é dono de um teatro, Roberto Bomtempo como o negociador da empresa de assassinos, Heraldo de Deus como o assassino baiano e Pietro Barana como o assassino gringo, mas sem grandes envolvimentos cênicos.
Visualmente a trama passeou por muitos lugares e ambientes, desde o teatro do tio, o apartamento do protagonista, alguns restaurantes e bares, festas malucas, um pouco da Bahia, e até uma sessão de fotos em um prédio elegante, e claro a oficina aonde o protagonista vai para contratar o assassino, tendo como elemento cênico principal os envelopes aonde são colocados a foto da vítima, de tal maneira que a equipe de arte nem foi tão gastona com o orçamento, trabalhando com poucos elementos, mas funcionando bem dentro da proposta deixando que os diálogos falassem mais do que tudo.
Enfim, é um filme bem feito, com um ar não tão rebuscado que funciona bastante, e diria que dava até para ir mais além se criassem um pouco mais de tensão no protagonista, mas aí recairia para outros vértices, então fica a dica para quem gosta de uma comédia romântica diferente do usual, tendo mais ação do que melação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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