Netflix - Leo

11/21/2023 10:41:00 PM |

Logo de cara tenho de falar duas coisas sobre a animação da Netflix, "Leo", que é bem bonitinho, cheio de sacadas inteligentes bem colocadas com morais e tudo o que uma animação deve ter, e que mesmo sendo voltado para os menorzinhos, com uma temática até que bem infantil, vai agradar bastante todos que entrarem na onda do último ano do ensino fundamental. Dito isso, o filme é bem divertido, os personagens tem estilo e conseguem ter carisma suficiente para segurar bem a trama, e as grandes companhias concorrentes de animações que se cuidem, pois a Netflix investiu bastante no estilo, tendo texturas bem chamativas, e mais do que isso, sabe o público que quer atingir, de tal forma que o longa aqui não foi pensado para vender para todos, e nem é isso que queriam, e assim consegue agradar e divertir bastante com o resultado final, aonde o personagem principal acaba quase como um conselheiro bem trabalhado para os vários problemas do fim da primeira infância.

O longa nos mostra que Leo é um velho lagarto que está há anos preso com uma tartaruga em um terrário na sala de aula de uma escola. Então, ao descobrir que tem apenas mais um ano de vida, Leo planeja fugir das quatro paredes de vidro para viver o restante de seu tempo no mundo fora. Porém, nada vai como planejado, já que ele se envolve com os problemas da turma. No final, seus últimos desejos não são nada como imaginava - ou planejava - mas o resultado o surpreende.

O mais bacana que os diretores Robert Marianetti, Robert Smigel e David Wachtenheim perceberam no roteiro inicial de Adam Sandler junto com Robert Smigel e Paul Sado foi que eles não deveriam elaborar algo que fosse para os adolescentes, mas sim para o grupo de crianças mais novas e seus pais, de modo que os mais velhos até podem curtir algumas boas sacadas, rir de algo infantil, mas que o foco ficasse nos pequeninos que já estão se achando "grandes", e assim a trama funciona muito bem, pois os pais vão achar tudo bonitinho, vão lembrar dessa época insana, e ainda saber como dar os mesmos tipos de conselhos para seus filhos, além claro de entrarem na onda, afinal o personagem tem um ótimo carisma e contou com dublagens perfeitas tanto na língua original quanto na incrível dublagem brasileira cheia de sacadas bem alocadas. E mais do que isso, o filme poderia funcionar perfeitamente como apenas uma animação tradicional contada linearmente sem floreios, mas o que já disse em outras animações que é o fator Disney que dá a grandiosa magia nos seus filmes: a cantoria! E ela foi muito bem colocada nas duas versões, usada sem precisar apelar, e tendo noção para não ficar chata, o que faz o filme funcionar ainda mais. Ou seja, boa história para o público-alvo certo, com texturas bem interessantes, carisma e ainda cantoria bem encaixada, não tinha como errar, e pronto, filme delicioso de ver.

Quanto dos personagens e seus dubladores, vou falar mais da versão dublada brasileira, afinal embora seja contra a dublagem em filmes com pessoas reais, nas animações gosto bastante do que os dubladores profissionais fazem, e claro que a voz tradicional de Adam Sandler foi feita por Alexandre Moreno, seu dublador oficial no país, e ele soube conduzir com maestria toda a personalidade de Leo, não dando tons de um animal na idade normal, mas sim um senhorzinho que tem carisma e muita desenvoltura, que gosta de conversar e dar conselhos, e que é muito sagaz para convencer todos de que eles são os únicos que conseguem ouvir ele sendo especiais, e essa sacada do personagem é brilhante, pois ousa com a ingenuidade das crianças, e brinca da mesma forma que muitos vôzinhos fazem mundo afora, ou seja, o personagem Leo é muito bem colocado e gracioso na medida para envolver o público como todo bom protagonista deve ser. Ainda tivemos Mário Jorge dando sua voz para a tartaruga Squirtle, que no original é feita por Bill Burr, e com um ar mais rabugento, cheio de diretas bem colocadas consegue divertir ao mesmo tempo que critica tudo, e ficou perfeito de ver. Agora falando mais de alguns personagens foi bem bacana ver a professora substituta bem imponente e cheia de traquejos bem diferente da boazinha professora original que estava grávida tirando sua licença, vemos crianças recheadas de problemas de personalidades prontas para serem aconselhadas por alguém que as escute, diferente do que muitos pais fazem normalmente, e assim tudo acaba se encaixando bastante no jeito desesperado de uma falar, da outra necessitando de afeto por ter os pais separados, o jovem que é valentão, mas oco por dentro, e tudo mais que já vimos nesse mundinho infantil, e que a equipe soube desenvolver perfeitamente dentro da trama.

Como já disse a equipe trabalhou muito bem texturas, e da mesma forma visualmente a trama tem um estilo bem próprio e lúdico, cheio de traços bem colocados e um formato tridimensional bem colocado que envolve sem forçar a barra, tendo ambientes tradicionais como uma escola primária cheia de detalhes, mostrando desde os pequeninos malucos destruindo tudo o que tiver na frente deles até os mais velhos e problemáticos da quinta-série, e focando mais na sala de aula e no terrário dos bichinhos, mostrando ainda as casas dos garotos desde o mais rico com uma festança, até uma viagem bem insana. Ou seja, tudo sem exagerar e agradando demais na tela.

Enfim, mais um grande acerto da Netflix nas animações, que possivelmente irá brigar pelos prêmios junto dos grandões na temporada das premiações, de tal forma que talvez pudessem já dar algumas nuances de uma possível continuação, mas como é finalizado Leo deve ficar com a turma dos mais jovens ainda, então veremos o que virá. E é isso pessoal, recomendo que se você for próximo do público-alvo como disse, pode dar play tranquilamente, e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.


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