Diria que o diretor e roteirista Christian Carion ("Meu Filho", "Viva a França!") tem um estilo bem formatado de trabalhar com histórias que envolvam o público, de tal maneira que tudo passa a ter um bom sentido na tela, com planos que valorizem os olhares dos protagonistas, mas que principalmente criem carisma entre os personagens e o público, de tal forma que até imaginava tudo o que iria acontecer durante o filme quase que inteiro, pela pegada da trama, mas o diretor conseguiu amarrar tudo tão bem que acabei envolvido demais, gostando de todos os detalhes na tela.
Quanto das atuações, Line Renaud trouxe para sua Madeleine Keller uma vivência bem trabalhada, cheia de nuances e olhares, e principalmente tendo um tom de voz que cativa prestarmos atenção na sua história de vida contada para o taxista, de tal maneira que acaba sendo daquelas senhorinhas que bateríamos um bom papo sem cansar e ainda agradeceríamos pelo bom dia junto, e assim sendo foi muito bem no que fez. Pelo outro lado tivemos o sempre estiloso de olhares Dany Boon com seu Charles, inicialmente carrancudo, meio que preso em mais um dia chato de trabalho, não tão disposto a ouvir a senhorinha, mas que depois acaba se envolvendo demais, e vivendo um grande dia de conexões, passando sentimento, sensações e quase virando realmente o neto que ela não teve e mentiu na blitz, ou seja, virou o personagem e agradou muito com sua paciência e envolvimento. Ainda tivemos Alice Isaaz bem imponente como Madeleine Keller jovem sofrendo nas mãos de Jéréme Laheurte com seu Raymond Haguenot ou simplesmente Ray, fazendo um homem violento e duro, entre outros que apenas vivenciaram as histórias do passado da protagonista, mas sem chamar tanta atenção.
O bacana do visual da trama é que praticamente só ficamos dentro do táxi só protagonista, mas vemos vários bairros de Paris, dos mais afastados riquíssimos até o centro movimentado e cheio de lojas e restaurantes, as pequenas ruas e tudo mais, além claro doa anos 50 aonde conhecemos um pouco da vida da protagonista nos teatros aonde a mãe trabalhava ou em uma casa simples aonde apanhava do marido, ou seja, foram bem simples no contexto artístico, mas com detalhes cênicos além de luzes bem encaixadas para dar o devido tom da trama.
Enfim, é um filme que não chega a ser brilhante, principalmente por sabermos os rumos que tudo vai tomar sem surpresas, mas que envolve demais e acaba sendo tão gostoso de ver que vale demais a recomendação para todos que forem curtir o Festival Varilux, então fica a dica e eu fico por aqui agora, indo para mais uma sessão, então abraços e até logo mais.
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