Não é a toa que diretor e roteirista Rodrigo Sorogoyen conseguiu ganhar Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Filme do Goya (Oscar Espanhol) com o longa, pois o filme é realmente intenso e incrível, de tal forma que você fica esperando em cada momento o pior, pois a trama não leva para algo que possa ser amenizado, e essa dinâmica entrega com propriedade uma mão tão precisa de escolha de ângulos e desenvolturas que não tem como conseguir fugir da tela também, sendo algo que você enxerga a mão do diretor, enxerga tudo o que ele quer nos mostrar, e o melhor é que ele não falha em vértice algum. Ou seja, se você tem problema com filmes tensos esse certamente não é algo bom para o seu coração, pois dá muita raiva de tudo, da vontade de envenenar os vizinhos e/ou qualquer outra atitude, pois do contrário você cai no golpe deles e se envenena e morre pelas mãos deles.
Quanto das atuações, nos primeiros atos achei Marina Foïs muito submissa e fraca com sua Olga, mas nos atos finais ela se impõe de tamanha forma que o filme toma rumos fortes e bem colocados, mostrando uma personalidade incrível e cheia de traquejos, que não se impõe e não descansa até o último segundo, e isso é brilhante de ver. Denis Ménochet também entregou dinâmicas bem fortes e intensas com seu Antoine, de modo que o filme se prende em seu personagem com muita dramaticidade e imposição e agrada bastante na tela, só podia ter tomado uma atitude antes do que acontece, mas isso é do personagem, então ele foi bem demais. Luis Zahera com seu Xan e Diego Anido com seu Lorenzo são dois perfeitos f*****"**** que entregam personagens muito fortes e irritantes, com olhares e envolvimentos tão bem colocados que surpreendem e agradam mesmo sendo "vilões". Ainda vale uma menção para Marie Colomb com sua Marie, pela entrega emocional no ato da cozinha que deu um leve show ali.
Visualmente a trama é bem marcada com uma vila praticamente abandona só com pessoas xucras, aonde querem implantar torres de energia eólica e o protagonista quer cultivar horta e criar ovelhas, então tudo fica bem preso nisso, com um barzinho simples, casas mais simples ainda, uma floresta de árvores imensa e um lago, sem muito mais, além de alguns poucos detalhes, mas tudo bem cinzento e cheio de nuances.
Enfim, um tremendo filmaço que arrepia do começo ao fim, valendo demais cada minuto da produção, sendo daqueles que você não pisca, não respira e sai querendo ver mais, mesmo o filme tendo uma duração gigantesca para o estilo, veríamos facilmente mais uma hora com toda a entrega que o diretor nos propõe, então não perca a oportunidade de ver ele no Festival Varilux ou em qualquer lugar assim que aparecer, pois é daqueles que eu posso assinar embaixo como imperdível!! E é isso meus amigos, lá vou eu para a próxima sessão de hoje do Festival, então abraços e até logo mais.
PS: Não tenho nota 11 para dar, mas sem dúvida vou colocar ele como o melhor do Festival, quiçá do ano na minha opinião ao menos!
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