Napoleão (Napoleon)

11/24/2023 01:29:00 AM |

Costumo dizer que fazer um épico é coisa para gente grande, pois são muitos detalhes para trabalhar na tela, são batalhas gigantescas com toneladas e mais toneladas de figurantes (mesmo tendo computação gráfica, ainda precisa de muitos), e claro ainda desenvolver situações que já foram retratadas da melhor forma possível na tela. E com toda certeza o longa "Napoleão" de Ridley Scott assina épico com todas as letras na tela, pois tem estilo, personalidade, batalhas realistas incríveis (algumas cenas até bem chocantes e violentas) e que mesmo sendo notável aonde cortaram as duas horas para ficar mais cinematográfico com 2h30 ao invés das 4h30 que será lançado no streaming daqui alguns meses, funciona bastante e não chega a ser cansativo como muitos críticos internacionais haviam soltado mundo afora, afinal a história é gigante, todas as batalhas são marcantes, e as sacadas familiares dele desejar um herdeiro é divertida demais para ser jogada fora, então vá conferir, curta e relembre um pouco do que estudou na escola, afinal vemos esse homem maluco muito bem interpretado por um dos maiores atores da atualidade, e mesmo já tendo várias outras adaptações, diria que aqui a intensidade agrada bastante.

O longa é um olhar original e pessoal sobre as origens de Napoleão Bonaparte e sua rápida e implacável ascensão a imperador, visto através do prisma de seu relacionamento visceral e muitas vezes volátil com sua esposa e verdadeiro amor, Josephine. Era no calor da batalha que a mente talentosa de Napoleão como estrategista militar brilhava mais e ao mesmo tempo ele travava uma outra guerra: uma cruzada romântica com sua esposa adúltera. Vindo do nada, como um oficial de artilharia do exército francês, o longa retrata sua jornada, até ser derrotado e exilado na ilha de Santa Helena. Conquistando o mundo para tentar conquistar o amor dela, suas táticas lhe renderam uma forte reputação e foi preciso sete coalizões de potências diferentes para derrotá-lo. No entanto, quando não consegue conquistar seu amor, ele tenta destruí-la - e destrói a si mesmo no processo.

Sei que muitos odeiam o diretor Ridley Scott, seja pelo seu jeito exagerado ou pelas loucuras que costuma fazer em seus filmes, mas uma coisa é inegável, ele sabe fazer filmes gigantescos com tudo o que precisa para impactar na tela, e aqui com o roteiro de David Scarpa ele conseguiu brincar com a personalidade maluca de um dos personagens mais icônicos que o mundo já viu que é Napoleão Bonaparte, e a entrega na tela tem um lado cômico bem colocado com as cenas do protagonista desejando a esposa a todo momento, tem um lado insano no estilo das batalhas imponentes que o diretor entrega na tela, e claro tem o lado bonito de uma fotografia quase que perfeita cheia de envolvimento e nuances, de tal forma que em muitas cenas tudo é tão amplo que praticamente somos transportados para dentro da história com a forma escolhida para filmar em ambientes bem abertos que mostrassem bem toda a dimensão do projeto. Claro que é um filme que muitas coisas já sabíamos de outros filmes e claro do nosso período na escola com as aulas de História, mas que tanto o diretor quanto o protagonista conseguiram marcar na tela e ir além.

Quanto das atuações, tivemos muitos personagens marcantes, mas o filme é de Joaquin Phoenix que entregou seus trejeitos malucos, olhares imponentes e claro alguns "tiques" que nem sei se realmente Napoleão fazia coisas desse estilo, mas que acabaram sendo engraçadas de ver, principalmente nos atos mais tórridos com sua esposa, e ele fez o filme ser dele, tanto que se me perguntarem qual outro personagem apareceu bem na tela praticamente não teria quem citar, além dos que vou falar abaixo, ou seja, deu seu show e agradou. Diria que Vanessa Kirby ficou muito em segundo plano com sua Josephine, mostrando claro uma grande importância na vida do personagem principal, mas fez ares tão sem grandes expressões que quase esquecemos dela no filme. Dentre os muitos outros que aparecem vale um destaque para Rupert Everett como Duque de Wellington (claro pela batalha final de Waterloo) e Edouard Philipponnat como Tsar Alexander da Rússia pelos trejeitos bem encaixados com ares irônicos bem colocados. 

Visualmente a trama é incrível, mostrando os palácios franceses, as diversas batalhas que Napoleão ganhou e a que perdeu, com destaque para a primeira batalha na Rússia com o gelo partindo e levando todos para o fundo do lago, vemos muitas cenas com animais o que deu um fluxo ainda maior para a trama, muitos tiros de canhões e todas as táticas de guerra da época, claro lotado de figurinos imponentes e marcantes, mostrando bem a França da época e todo o simbolismo de brigas entre monarquia e república.

Enfim, é um filme bem grandioso que talvez pudesse ter ido um pouco mais além nas histórias mais fechadas, mas que como uma boa trama representativa de personagem e de guerra acaba valendo a conferida na telona, só não sei se terei coragem de ver a versão estendida quando sair na AppleTV+, mas irei pensar com carinho, e fica a dica para todos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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