Diria que o diretor e roteirista Emilis Velyvis foi bem amplo no desenvolvimento de sua trama, de forma que tudo é levado até mais longe do que precisaria, mas que funciona demais dentro da proposta, de tal forma que mesmo não sendo tão longo acaba até parecendo uma formatação meio que novelesca, aonde vemos toda interação entre os protagonistas, toda a dinâmica bem encaixada, mas que felizmente não ficou arrastado, de modo que funciona essa conexão levemente exagerada. Ou seja, ele soube trabalhar os devidos subgrupos de uma maneira que não atrapalhasse o andamento, e que principalmente o protagonista estivesse sempre envolvido nos devidos momentos, o que sai bem do eixo novelesco de grupos, mas que ainda brinca com a ideia toda. Não diria que tenha sido algo perfeito de ver, pois dava para limpar um pouco mais tudo para ficar mais dinâmico, mas como não lembro de nenhuma outra obra lituana, acredito que possa ser um pouco o estilo deles de ficar mais preso, porém como o final surpreende bem com algo digamos fora da caixa, o resultado mostrou algo que alguns vão até reclamar, mas que funcionou bem ao menos.
Quanto das atuações, diria que Vytautas Kaniusonis entregou boas dinâmicas com seu Gintas, sendo durão e imponente em praticamente todos os atos, não se perdendo no personagem e criando trejeitos fortes bem colocados que acabam envolvendo bem o público para seus atos mais explosivos. Diria que Ingeborga Dapkunaite trabalhou sua Rasa de uma maneira um pouco forçada demais, de modo que poderia ter sido mais bem colocada como uma prefeita mais direta, e feito um pouco mais dos atos do final no miolo, mas chamou atenção e isso é o que importa. Ainis Storpirstis trabalhou seu Simonas com trejeitos bem clássicos de pessoas da procuradoria, achando pingo aonde não deveria ter, tendo expressões densas bem fechadas, e mostrando a que veio em diversos momentos, tendo bastante estilo. Dos personagens do passado vale claro o destaque para Sakalas Uzdavinys com seu Vytautas Venclova, sendo direto e cheio de nuances, que acabam trazendo boas pontuações para imaginarmos coisas dele.
Visualmente a trama trabalhou alguns atos dos anos 90 de modo bem colocado, mostrando as famosas destruições de provas da União Soviética de agentes de campo, negociações paralelas e toda uma correria para que tudo sumisse, já no período atual vemos uma tremenda festa de aniversário do protagonista, alguns atos marcantes na escolinha do filho, e claro muitas mortes incríveis, dando um leve spoiler com a forma como cada personagem tinha seu nome de agente, e assim o resultado por vezes até choca bastante, mas o mais engraçado foi ver os médicos do necrotério falando das coisas almoçando de boas do lado dos cadáveres, ou seja, estômago bruto!!
Enfim, é um filme que consegue surpreender sendo bem diferente do usual, mas tendo bastante do estilo, que até poderia ser melhor se não tivesse tantas amarras, porém só incomoda um pouco na desenvoltura completa, mas como tem um bom fechamento acaba valendo bastante a conferida, então fica a dica para essa época que anda bem fraca de estreias nas plataformas de streaming, e amanhã volto com mais dicas por aqui, então abraços e até logo mais.
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