Globoplay - O Incrível Senhor Blunden (The Amazing Mr. Blunden)

4/23/2023 08:05:00 PM |

Algumas histórias bobinhas sempre são boas de conferir, e tem um estilo que geralmente cabe no período natalino para mostrar perdão e desenvolver situações aonde tudo acaba dando certo e todos ficam felizes. O longa que estreou na Globoplay agora, mas já é de 2021, também é uma refilmagem de um clássico de 1972, e desenvolve bem algo que está bastante na moda que no cinema que é viagem temporal, multiversos e coisas afim, de modo que "O Incrível Senhor Blunden" traz situações meio que assustadoras como fantasmas, mas colocam a ideia de visita temporal de uma forma até que interessante, que posso até usar a frase final do longa que diz mais ou menos que todos somos fantasmas, depende apenas do ponto de vista, e do tempo que está sendo analisado, e assim sendo dá ao menos uma pontinha de reflexão numa trama mais infantil que até tem uma teor levemente pesado como brigas por herança no passado. Ou seja, está longe de ser um filme perfeito, mas que tem seu gracejo e agradará quem gostar desse estilo meio que natalino fantasioso, meio que de terror para crianças, e que emociona com uma leveza bem trabalhada, não sendo algo memorável, mas que passa bem o tempo na tela.

A trama nos mostra que para os adolescentes modernos Jamie e Lucy, a aventura chega na forma de um velho misterioso, o Sr. Blunden. Ele oferece a eles um emprego, como zeladores de uma velha casa em ruínas que dizem ser mal-assombrada. Assim que se mudam, Lucy e Jamie exploram o terreno e conhecem mais duas crianças - Sara e seu irmão mais novo, Georgie. Mas há algo incomum sobre eles. Eles são fantasmas. Ou não exatamente. Sara e Georgie usaram uma poção para viajar duzentos anos no futuro em busca de ajuda. Eles estão convencidos de que os malvados Sr. e Sra. Wickens planejam assassiná-los pela herança de Georgie! O velho parece ser a chave de tudo. Com sua ajuda, Lucy e Jamie devem viajar de volta a 1821, salvar seus novos amigos, colocar a história de volta em seu caminho certo e resgatar seu novo amigo arrependido, o Incrível Sr. Blunden.

Não assisti ao filme de 72, então não posso opinar sobre as referências e situações, então quem conhecer e quiser falar, os comentários estão sempre abertos, então olhando apenas para o que o diretor e roteirista Mark Gatiss fez aqui, posso dizer que ele se divertiu bastante, desenvolveu boas cenas e envolveu bastante com cada ato, e mesmo que tudo seja bem rápido, sem enrolações, a entrega é satisfatória e funciona, aliás, como sempre falo que os diretores gostam de brincar com os elementos em cena, aqui Gatiss brincou literalmente, pois aparece em cena como o Senhor Wickens, um velho meio doidão que acaba tacando fogo na casa ao queimar os livros que tanto odiou na escola. Ou seja, é um filme que brinca bastante do começo ao fim, tem um misto de época com modernidade, trabalha essa essência de viagens temporais que antes víamos apenas com grandes máquinas e aqui bastou uma poção com ervas de jardins, e assim como costumo falar, temos de abstrair todas as loucuras e assim acaba funcionando bem.

Sobre as atuações não posso falar que tivemos brilhantes trabalhos e trejeitos, mas que todos ao menos não desapontaram com as devidas entregas, tendo os irmão Lucy e Jamie bem colocados sempre nos devidos momentos, apresentando Jason Rennie com seu James bem direto nos atos e meio que descrente no começo e depois fluindo melhor e Tsion Habte mais disposta a se entregar para tudo na trama, querendo estar presente, ajudar e cheia de trejeitos emocionais bem dimensionados acaba sendo agradável de vê-la em todas as cenas. Do lado do passado tivemos India Fowler e Xavier Wilkins também bem trabalhados com seus Sara e Georgie com a garota mais disposta a se entregar e desenvolver o papel com os demais membros da trama, sendo meio que assustados de certa forma com tudo, mas sem ter grandes erros. Dos personagens mais velhos é claro que vale o destaque para Simon Callow fazendo praticamente três Senhor Blunden em diversos tempos, mostrando um lado mais rude no passado, um lado mais doce e leve como fantasma e um senhor boa pinta no presente, jogando bem essas nuances para todos os lados, tivemos Tamsin Greig bem enfeada como a Senhora Wickens, cheia de maldade nos atos e com imponente personalidade, meio boba, mas sem soar forçada, e também tivemos a mãe dos jovens vivida por Vinette Robinson que praticamente apenas participou de tudo, mas sem chamar muita atenção.

Visualmente a equipe de arte trabalhou bastante, recriando um casarão bem destruído no presente, e mesmo no passado tendo nuances já de velharia, mas mais bonita sem toda a vegetação impregnada por todos os lados, vemos alguns figurinos e objetos cênicos de época bem colocadas para ser representativos, tendo até um mini show de cabaré, e detalhes como toda a história do passado sendo contada com bonequinhos em movimento, e tudo pegando muito fogo nos atos finais mostrou boa técnica misturada com computação para soar imponente e também um pouco mágico de certa forma, mostrando sempre uma preocupação com o não alterar o passado de maneira brusca para não alterar o presente.

Enfim, é um filme simples se olharmos a fundo, mas que funciona dentro da proposta e agrada quem quiser colocar um filme para as crianças curtirem e tentarem pensar em como perdoar o passado e se reconectar com o presente, que mesmo sendo algo bobinho tem seus motes bem encaixados e funciona, então fica a dica para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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