Querida Zoe (Dear Zoe)

4/27/2023 01:27:00 AM |

Assisti ao filme "Querida Zoe" no Festival Filmelier, porém é o filme mais comercial que já vi inserido num festival, de modo que se a distribuidora que tem os direitos dele colocasse um marketing considerável em cima da trama, certamente venderia até mais ingressos que muitos dramas adolescentes que já vi nos cinemas em sessões tradicionais, pois o filme tem muito envolvimento em cima da protagonista (que tem sua base de fãs bem grande por "Stranger Things" e tudo mais que tem feito muito bem), tem um romance gostoso de ver, e toda a base emocional é incrível, ou seja, é aquele pacote completo que a maioria dos jovens curtem ver, envolver e se emocionar, que talvez alguns podem até achar que não vão gostar num primeiro momento, mas da metade para frente tudo se encaixa bem e é muito gostoso ver tudo funcionando. Então vou torcer para um lançamento oficial no Brasil, seja nos cinemas comercialmente ou em uma plataforma decente de filmes, que cair para locação é o mesmo que nada.

A sinopse nos conta que quando Tess e sua família sofrem uma perda inimaginável, ela encontra apoio de uma fonte surpreendente: seu pai biológico - um adorável preguiçoso do lado errado dos trilhos - e o charmoso, mas perigoso delinquente juvenil vizinho.

Não conhecia a diretora Gren Wells, aliás esse é apenas seu segundo longa-metragem, porém posso dizer que as escolhas que fez em cima do roteiro de Philip Beard, Marc Lhormer e Melissa Martin foi totalmente acertada, pois brincou com um tema difícil de lidar que é o luto e usando algumas bases bem tensas misturadas com um ar romanceado meio que problemático, ou seja, tudo o que poderia dar muito errado, mas que funciona bem, e por incrível que pareça, mesmo tendo muita narração o longa não tem um ar cansativo, pelo contrário, passa voando o tempo de tela e acaba sendo muito gostoso de ver. Ou seja, diria que se a diretora quiser seguir esse rumo está num nicho muito bom de ganhar público e envolver a todos, sendo que tem a mão boa para escolhas de ângulos e sendo criativa dentro de um estilo tão comum de repetições.

Sobre as atuações, posso dizer que vamos cansar de ver Sadie Sink nas telas, pois a atriz é muito boa para ficar presa em uma série, e todos os produtores já viram isso e vão usar ela em seus filmes, e aqui com sua Tess teve toda a possibilidade que ainda não lhe tinham dado de um protagonismo puro, sem depender de outros como vinha acontecendo, e ela domina o papel, trabalha trejeitos tristes com muita facilidade e chama o filme para si em alguns atos até exagerados demais, mas que ainda assim a faz brilhar, ou seja, tem domínio do que faz bem e vai voar muito. Kweku Collins fez sua estreia aqui com seu Jimmy, e foi muito gostoso de ver seu par completamente diferente com a protagonista, fazendo alguns atos mais intensos aonde precisou ser expressivo e outros mais romanceados que até foram bonitos de ver, ou seja, pode ir além e tem potencial. Theo Rossi tem costume de pegar papeis mais densos e briguentos, mas aqui seu Nick mesmo tendo problemas com a lei tem um ar emocional gostoso com a filha, foi carinhoso e bem encaixado e conseguiu ter uma química incrível com a protagonista, de forma que suas cenas têm até um certo brilho de tela, ou seja, foi bem escolhido. Tivemos ainda outros bons personagens em cena, com destaques para o ar explosivo e desesperado da mãe vivida por Jessica Capshaw, o padrasto meio que depressivo pela tragédia bem feito por Justin Bartha que quase nem precisou falar nada em cena, mas sem dúvida as garotinhas Vivien Lyra Blair com sua Emily e Mckenzie Noel Rusiewicz com sua Zoe brilharam nas cenas secundárias, e deram um bom tom para o conjunto.

Visualmente o longa foi bem trabalhado pela equipe de arte, usando alguns elementos do fatídico dia 09/11/2001, mostrando depois como foi a tragédia da família que vemos no filme quase que inteiro apenas flashes da memória da garota, tivemos todo o fato dela adorar desenhar então temos desenhos bem trabalhados de pessoas nas paredes e depois durante os créditos mostrando o caderno inteiro muito bem montado, tivemos as boas comparações de bairros mostrando a casa chique que vivia com a mãe porém destroçada pela tragédia com tudo muito bagunçado, já no subúrbio uma casa bem simples, mas com vida e mesmo tendo os diversos defeitos alegre e cheia de detalhes aonde a garota passa a ter luz, as tradicionais passagens de escada entre os sobrados, muitas cenas no parque Kennywood, e claro algumas cenas em igrejas, em comemorações e o destaque ficando para o carro do pai da garota bem marcado para o estilo de venda dele, e os lindos filhotinhos de cão pastor.

Enfim, é um filme bem interessante, gostoso de ver, jovial e totalmente funcional sem ser aqueles romances melosos e cansativos, que tem um tom dramático bem encaixado, que funciona dentro da proposta da trama e faz valer bastante a recomendação de conferida para todos. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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