O Último Soldado (烽火芳菲) (Feng huo fang fei) (The Chinese Widow) (In Harm's Way)

4/16/2023 02:11:00 AM |

Uma coisa que me intriga bastante é o tanto que um filme bom demora para conseguir uma distribuição em terras brasileiras, pois o longa "O Último Soldado" é uma produção de 2017 que se não fosse o Festival Filmelier nem saberia da existência de uma trama tão doce e interessante, e olha que ambos estouraram grandes produções nos últimos anos e nem foram citados por essa obra aqui, ou seja, é triste demais que o que é realmente bom acaba sendo deixado de lado. Mas vamos esquecer esse detalhe e falar dessa bela obra que é ficcional, mas escrita com nuances tão bem trabalhadas, que usando alguns elementos da história original pós bombardeio do Japão aonde alguns pilotos ficaram escondidos na China até conseguirem voltar para os EUA, vemos a beleza da comunicação por olhares, do não saber falar a mesma língua, porém ser útil um para o outro e assim o afeto ser algo que marca numa relação. Ou seja, é uma trama simbólica, bem emocional, que funciona demais no tempo de tela, sem ter excessos e que facilmente quem conferir vai gostar do resultado.

A sinopse nos conta que na década de 1940, o ataque japonês a Pearl Harbor destruiu a moral dos americanos. O presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, decidiu arriscar tudo para bombardear Tóquio, aumentando as esperanças do público. A aeronave B25, liderada pelo tenente-coronel americano Jimmy Doolittle, partiu do porta-aviões USS Hornet antes do previsto em mares violentamente tempestuosos. Depois de completar sua missão, o piloto e a tripulação tiveram que pular na costa perto de Zhejiang, na China, devido à falta de combustível devido ao ataque à asa direita. Um jovem piloto, Jack Turner, foi salvo por uma jovem viúva local chamada Ying, que arriscou sua vida ao esconder o piloto americano ferido em sua casa e ajudá-lo a escapar. 

É bem interessante que o estilo do diretor e roteirista Bille August foi trabalhado de um modo bem dinâmico, pois o filme daria para ser daqueles que enrolaria com muitos símbolos, veríamos toda a história que precedeu e aconteceu após os ataques, e se perderia facilmente sem ter o mesmo brilho, mas não, ele quis que seu filme fosse curto e direto, trabalhando meio como o jovem contando como tudo aconteceu, e sem fugir de cena acaba dando as devidas nuances expressivas que emocionassem e passassem toda a mensagem da trama. Ou seja, é daqueles filmes pequenos e bem diretos que funcionam mais do que o esperado e encaixam tudo o que um grandalhão não conseguiria passar, emocionando na medida e mostrando personagens fáceis e críveis de ter realmente acontecido, valendo sem dúvida filosofar nas atitudes que cada um teria se acontecesse o mesmo com você, e mostrando a técnica do diretor que é bem ampla e sintética.

Sobre as atuações, Emile Hirsch soube ser muito bem colocado em cena com seu Jack, falante aos montes e desesperado por sua condição ali, mas pronto para ajudar e atacar também, de tal maneira que vemos sua expressividade com a garotinha, com a mulher em si e tendo atitudes bem encaixadas para que seu personagem tivesse um carisma para com o público também, sendo bem marcante ver tudo o que faz em cena. Liu Yifei ainda nem tinha sido queimada com sua Mulan quando fez esse filme, e isso já faz um bom tempo que deu todo o fuxico, e aqui sua Ying é bem doce, tem estilo, sabe se portar frente à tudo o que ocorre, e não se deixa dominar fácil em cena, passando bem suas expressões para que fosse marcante do começo ao fim e além de manter a tradição cultural fosse correta em cena também, ou seja, deu show. Ainda tivemos bons atos da garotinha Fangcong Li com sua Nunu, um Yukuan Yan bem direto como líder da aldeia, Kai e Shaoqun Yu bem empostado como o professor das crianças Jun, e claro chegamos a ficar com raiva do general japonês vivido por Tsukagoshi Hirotaka, que foi explosivo e chamou muita atenção em seus atos diretos e intensos.

Visualmente a trama também foi bem marcante desde os primeiros atos, mostrando boas cenas dos ataques dos americanos à prédios marcantes de Tóquio, com um bom ar computacional, mas bem feitos, e depois quando a aeronave cai na China, a vila da protagonista tem todo o seu charme oriental, tem todo o estilo da jovem produzindo sua própria seda para vender ou trocar com o comerciante de rua, vemos uma escola simples, e até mesmo as barracas japonesas tiveram uma sintonia marcante no ambiente, além dos simbolismos de fazer uma muleta de bambus, o ato da comida e do respeito pelo morto na família, sendo algo bem simples, porém envolvente, mostrando bem toda a pesquisa da equipe de arte para não errar em nada.

Enfim, é daqueles filmes bonitos, com um ar romântico misto com o dramático de uma forma bem encaixada sem ficar forçado, e que envolve do começo ao fim, além de ser rápido e sem enrolações, ou seja, é a trama completa que gostamos de ver e torcer pelos protagonistas, sem pesar nem cansar com atos cansativos e sem necessidade, então fica a dica para quem quiser conferir ele durante o Festival Filmelier, e quem sabe após as poucas exibições já surja em algum lugar para mais pessoas conhecerem essa história. E é isso pessoal, fico por aqui hoje agradecendo novamente a equipe do Festival por mandar as cabines antecipadas, e a partir da próxima quinta estarei conferindo todos os demais longas para ir postando aqui as minhas opiniões, mas antes volto com outros filmes, então abraços e até breve.


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