99 Luas de Paixão (99 Moons)

4/21/2023 04:33:00 PM |

Costumo dizer que um dos estilos cinematográficos que menos gosto de conferir é o tal do romance erótico que tanto tem feito sucesso nos livros e em algumas adaptações, pois entregam até boas cenas tórridas, mas não trabalham dinâmicas que impactem no contexto maior, e o filme suíço, "99 Luas de Paixão" segue bem essa linearidade, que tendo regras bem interessantes por parte da forma de viver dos protagonistas, acabamos até vendo um conflito o mundo na tela, mas não vemos uma fluidez que chamasse atenção sem ser os atos sexuais e as desenvolturas que tentam criar em seus relacionamentos, e assim só agrada quem realmente gostar do estilo.

A sinopse nos conta que Bigna é uma cientista de 28 anos e até seus desejos eróticos sempre seguem regras. Já Frank, de 33, procura significado nas drogas. Seus mundos diferentes colidem e eles se tornam obsessivamente atraídos um pelo outro.

Diria que o diretor e roteirista Jan Gassmann até tentou elaborar alguns atos mais abertos, que levassem o relacionamento dos protagonistas para outros patamares, mas embora criasse as regras malucas de sexo que a protagonista tem como fetiches, e a forma que se apaixonam em algo meio que fora do comum, o resultado acaba sendo uma trama morna, que parece não ir para outros lugares sem ser nos corpos deles, e isso para um filme é pouco. Ou seja, acabamos vendo um soft-porn que até tenta ter uma história, mas que não leva a lugar algum para a reflexão sobre o restante mostrado.

Sobre as atuações, posso dizer que ambos foram bem corajosos nas desenvolturas com seus corpos, e se não usaram dublês de corpo se jogaram bastante no estilo entregue, e assim sendo Valentina di Pace deu nuances bem expressivas com suas reviradas de olhos, contorcionismo corporais e tudo mais que fosse além com sua Bigna, não sendo incrível com os diálogos, mas se jogando bem nas cenas tórridas e agradando ao menos com isso. Da mesma forma Dominik Fellmann fez seu Frank com um expressivo estilo meio loucão, trabalhando os atos com bastante força e trejeitos bem colocados, agradando com o que faz, mas não vai muito além disso, e dava para fazer muito mais. Quanto aos demais apenas aparecem em cena, mas nem desenvolvem muito nada além de dar conexões para os protagonistas, valendo destacar apenas Danny Exnar com seu Georg, o marido de Bigna em determinado momento e Jessica Huber com sua Barbara nos atos finais como a esposa de Frank, mas sem irem além de nada.

Visualmente a trama até que teve bons momentos, trabalhando bem algumas mudanças do clima, mostrando algumas festas, uma casa/bar meio reclusa, alguns ambientes ousados aonde os protagonistas se pegam, vários atos dentro de carros, e até uma boate diferente com pessoas dançando com fones de ouvido, mas chamando mais atenção mesmo para as loucuras sexuais deles durante os períodos lunares, e nada além disso.

Enfim, diria que é daqueles filmes que não vamos lembrar de ter visto daqui alguns dias, e assim sendo não posso falar que recomendo ele, mas está na programação do Festival Filmelier, então quem gosta desse estilo e quiser ver, vá por sua conta e risco. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto logo mais com mais textos, afinal o festival não para, então abraços e até logo mais.


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