Diria que a diretora e roteirista Maggie Peren foi bem sintética nas dinâmicas dos personagens e trabalhou a essência com características bem intensas e marcantes, de modo que se não soubessemos tudo o que aconteceu na época e dos bombardeios rolando do lado de fora nem notariamos tanto o desenvolvimento do personagem principal no país, pois ele se entrega bem, vive com o pouco sem sofrer tantas sanções e usufrui da vida de certa forma, claro que para isso enganando bem, mas com estilo, mostrando que a diretora usou as memórias do protagonista que provavelmente aumentou um bom tanto do que realmente aconteceu.
Sobre as atuações, posso dizer que Louis Hofmann foi bem dinâmico e interessante de acompanhar com o que fez com seu Cioma Schönhaus, de modo que ele se entregou para cenas de diversos estilos, se divertiu em cena e foi marcante em seus atos, aparentando conhecer bem do processo para não soar falso no que precisava fazer, ou seja, ele brincou bem com as atitudes e pareceu se dar bem com a caneta para aparentar estar realmente copiando tudo, além de usar bem seu charme para chamar atenção. Jonathan Berlin desenvolveu bem seu Det Kassriel mostrando a amizade com o protagonista e suas desenvolturas juntos, mas ficou algo meio que aberto demais nos olhares deles, parecendo faltar algo anterior para melhor se conectarem, porém o ator fez bem o que precisava fazer. Luna Wedler fez atos bem simpáticos com sua Gerda, tendo atos interessantes bem desenvolvidos, passando um ar emocional bem centrado e principalmente sendo direta nas expressões, não fazendo caras e bocas soltas. Agora quem chamou muita atenção em todas suas cenas bem expressivas foi Nina Gummich com sua Sra. Peters sabendo fazer bons negócios em cena, aparentando desespero nos atos que precisava mentir, e não se deixando jogar nas atitudes do protagonista, agradando bastante e acertando demais. Ainda tivemos outros bons personagens e atores os desenvolvendo, mas nada que fosse impressionante de ver em cena, valendo leves destaques para André Jung com seu Sr. Dietrich e Marc Limpach com seu Franz Heinrich Kaufmann.
Visualmente a trama teve um conceito até que bem trabalhado e de maneira simples para um filme de época, mostrando um prédio de judeus, algumas negociações rolando entre as pessoas próximas para levar certas vantagens, pessoas sempre conferindo identidades e as pertenciam ao partido, vemos um laboratório escondido de identidades falsas, alguns bailes, a casa da jovem bem pequena também, mas o que vale notar é toda a negociação sempre em cupons de rações, o que marcou mesmo na vida das pessoas daquela época, e a equipe de arte soube mostrar muito esse valor.
Enfim, é daqueles filmes que funcionam bem dentro da proposta, que nos transportam para a época e agradam ao mostrar que precisavam ser bem espertos mesmo para sobreviver no frio, com pouca estrutura e claro ter um pouco mais de dignidade naquele tempo, e sendo dessa forma acerta no que entrega, só diria que talvez pudessem ter trabalhado alguns atos de forma mais impactante para realçar tudo, mas ainda assim vale a conferida. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda tenho mais um do Festival Filmelier hoje, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...