Sabemos que Ben Affleck não brinca em serviço, pegando papeis bons para ir além como ator, e como diretor sempre escolhe histórias que consiga desenvolver de forma engrandecedora e interessante, tanto que conseguiu surpreender muito em "Argo" aonde teve várias indicações, e aqui se a história tivesse um viés talvez um pouco mais ficcional lhe daria novas chances de aparecer nas premiações. E digo isso com um pesar bem grande, pois dava para brincar mais com a história e criar algo que brincasse mais com as apostas dos verdadeiros personagens, mas a trama seguiu retinha demais, e como disse no começo, ficou parecendo quase um video institucional com atores contratados pela marca para mostrar um case de sucesso, e não que isso seja algo ruim de ver, pelo contrário a história é bacana, porém dava para ir além, afinal sabemos do seu potencial, só que aqui pegou um roteiro de um estreante e não deu tão certo quanto poderia.
Agora falando das atuações, diria também que faltou um pouco mais de emoção nas personificações dos verdadeiros gênios empresariais que moldaram o sucesso que é hoje, mas tivemos um Matt Damon bem enfático no sonho de Sonny Vaccaro, mostrando que sendo um jovem guru do basquete jovem não errava muito nas apostas baixas, mas vivia se arriscando e não tendo uma vida gigantesca, claro até antes desse gigante contrato, e o ator brincou com algumas facetas, sendo bem trabalhado. Tivemos o próprio diretor Ben Affleck aparecendo como o fundador da Nike, Phil Knight, de um modo bem excêntrico e divagando bastante lemas e morais, soando por vezes até artificial demais. Tivemos Jason Bateman e Chris Tucker bem colocados como Rob Strasser e Howard White, dois dos grandes marqueteiros que a empresa teve no passado. E claro o destaque todo do filme ficando com a mãe de Michael Jordan brilhantemente interpretada pela sempre incrível Viola Davis, que aliás mostrando depois no final um vídeo da verdadeira Deloris Jordan, ficou muito parecida visualmente, e claro fez seus trejeitos bem colocados e marcantes. Ainda tivemos atos de grande impacto com Chris Messina como o agente de Jordan, David Falk, e Marlon Waians incrivelmente não fazendo comédia boba com um personagem, entregando um bom diálogo de seu George Raveling, porém dentre os "secundários" vale totalmente o destaque para Matthew Maher fazendo um Peter Moore gigantesco com as visões e sonhos de designs de tênis e da marca em si.
Visualmente a trama foi bem bacana, mostrando vários planos da empresa por fora e por dentro (acredito que tenha mudado muito e conseguiram retratar ela bem nos anos 80), vemos televisores e VHS com controle com fio algo que nem sei se chegou a ser lançado no Brasil, vemos algumas imagens de jogos e ações de Jordan mostrando a visão do protagonista de tudo o que iria acontecer com o atleta, carros da época, telefones fixos e móveis bem estranhos, e claro o desenvolvimento do tênis e as negociações, mostrando algo bem intenso e bem colocado nos detalhes.
Enfim, é um longa bem interessante pela história sendo contada em si, que muitos empreendedores irão ver como alguns sonhos saíram do papel na base da aposta, e que aqui deu muito certo, mas que dava para ter ido um pouco além com tudo, sendo algo que chamaria quase de um roteiro encomendado que com bons atores ficou melhor do que o imaginado, mas que se fosse um roteiro melhor mesmo com atores menos conhecidos acabaria indo ainda mais além. Ainda assim digo que recomendo o filme para todos, pois é interessante de forma geral, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, voltando em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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