Netflix - O Bombardeio (Skyggen I Mit øje) (The Bombardment)

3/10/2022 12:57:00 AM |

Talvez essa seja uma boa pesquisa para programas de ganhar dinheiro: "Quantos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial já foram feitos até hoje?" Eu certamente chutaria no maior número absurdo que aparecesse nas opções, pois cada dia aparece mais um nas diversas plataformas de streaming, seja mostrando a invasão nazista, seja mostrando a dizimação dos judeus, e hoje vi acho que pela primeira vez o de uma ofensiva britânica que deu muito errada e ao invés de atingir a sede da Gestapo na Dinamarca acabou matando uma escola quase que inteira de crianças ao errar as coordenadas de um ataque aéreo, algo que já tinha acontecido também por lá bem menor antes. Ou seja, uma história real bem trágica e triste, que vem mostrar que muitas vezes os cálculos de guerra precisam ser muito bem pensados para não dar errado e mais prejudicar do que ajudar uma cidade em conflito, e que também muitas vezes com traumas se curam outros traumas, e assim o longa dinamarquês da Netflix, "O Bombardeio", acaba chamando bem a atenção para o momento em que estamos vivendo e só diria que já contaram direto tudo no texto do começo, podendo deixar mais para acontecer realmente e impactar, mas as cenas foram bem fortes do começo ao fim, impressionando bastante com todo o resultado.

A sinopse é simples e direta nos contando que em 21 de março de 1945, a Força Aérea Real Britânica partiu em uma missão para bombardear a sede da Gestapo em Copenhague. O ataque teve consequências fatais, pois alguns dos homens-bomba atingiram acidentalmente uma escola e mais de 120 pessoas foram mortas, 86 das quais eram crianças.

Diria que o diretor Ole Bornedal foi bem preciso numa homenagem representativa para todas as pessoas que morreram no ataque dos britânicos em Copenhague, mas poderia ter criado algo ainda mais visceral e chamativo, principalmente não revelando de cara o que iria acontecer na tela nem na sinopse, afinal muitos não conhecem essa parte da história, e provavelmente se chocaria mais com tudo o que acontece, ou seja ele trabalhou bem o conceito da ideia, foi bem representativo e forte na escolha das imagens, mas não desenvolveu tanto o ar cênico, nem algo que tivesse as devidas nuances próprias para impactar tanto quanto conseguiria, afinal teve uma produção bem forte, cenas bem marcantes, toda uma dramaticidade imponente nas cenas caóticas, e assim o resultado até fluiu bem, mas sem soar como um filme realmente com esse erro.

Sobre as atuações, não temos nenhum grandioso destaque interpretativo, afinal como disse o diretor optou por desenhar sua trama meio que como uma grandiosa homenagem, mas todas as crianças foram bem expressivas com Ester Birch bem graciosa com sua questionativa Rigmor, Ella Josephine Lund Nilsson bem marcante com sua Eva sem meio termo, e principalmente pelo final que a jovem faz com a mãe, aliás falando da mãe, Malene Beltoft Olsen deu um show na cena final em plano sequência com um carrinho lhe acompanhando para uma filmagem expressiva e bem forte! E voltando para as crianças, claro que tenho de falar da expressividade bem marcante de Bertram Bisgaard Enevoldsen com seu Henry desde a cena inicial vendo tudo acontecer com o taxi, depois tendo seu medo fortíssimo pelo céu, suas cenas sem conseguir falar, e então o outro evento e sua participação emocionantíssima em todo o processo do teatro. E por fim ainda tenho de pontuar uma história meio que de quebra entre a freira vivida por Fanny Bornedal e o jovem nazista Alex Høgh Andersen, que até tem um bom envolvimento e toda uma situação, mas é meio estranha de se analisar completamente, então diria que fizeram bem o que precisava ser feito.

Visualmente o longa foi bem marcante e imponente, com as cenas de mortes bem realistas tanto no taxi, quanto na rua, e no ataque então na cidade tudo ficou incrivelmente marcante com explosões, pedaços de coisas voando e claro as pessoas sujas e machucadas, só ficou um pouco estranho a computação das bombas afinal ali tiveram de usar a computação no nível máximo e não caiu bem, mas até mesmo nas cenas de voo tudo ficou bem intenso, e claro os figurinos de época, os detalhes nas casas, na escola e tudo mais, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito e fez um bom serviço representativo.

Enfim, o resultado geral surpreende bastante, mostra uma história que acredito que poucos conheciam dos erros do exército britânico, e que acaba valendo bem pela representação completa, porém como já frisei poderiam ter ido mais além no quesito cinema mesmo e deixado os letreiros para o final e não no começo já contando o que iria acontecer, mas ainda assim não atrapalha tanto, então vale a recomendação. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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