Amazon Prime Video - Seis Minutos Para Meia-Noite (Six Minutes To Midnight)

3/06/2022 06:23:00 PM |

Estamos vivenciando uma guerra (felizmente não tão perto de nós), então sempre é bacana dar um play em longas do gênero para ver mais atitudes que rolaram na época, e com "Seis Minutos Para Meia-Noite", que pode ser conferido na Amazon Prime Video, vemos o que aconteceu alguns dias antes da Inglaterra declarar oficialmente estar em guerra contra a Alemanha, mostrando uma escola para garotas alemãs na Inglaterra, aonde o conflito entre espiões dos dois lados brigam pela "posse" das jovens que são filhas e afilhadas de grandes membros do partido nazista, ou seja, uma história bem interessante, cheia de vertentes e que com muita imponência acaba fluindo com uma boa naturalidade entre os personagens, e que usando de bons símbolos seja na escola ou na praia da cidade acabamos vendo que um erro sempre acaba sendo fatal, e ninguém quer errar nem se mostrar fraco, o que entre pessoas não tão bem treinadas pode virar uma explosão maior. Diria que o filme tem muitos acertos e também muitos erros, mas que o clima de tensão da trama juntamente com boas atuações acaba compensando a conferida.

O longa nos situa em East Sussex, Sudeste da Inglaterra, 15 de agosto de 1939. Poucos dias antes da Segunda Guerra Mundial e do início das hostilidades, o professor de inglês Thomas Miller chega ao Augusta Victoria College de Bexhill-on-Sea: uma prestigiosa escola de aperfeiçoamento para as filhas das famílias de classe alta mais influentes da Alemanha. Enquanto Miller ensina a liga de garotas nazistas de Adolf Hitler, tendo como pano de fundo o inexplicável desaparecimento de seu antecessor, o novo tutor se vê brincando com fogo, tentando esclarecer o mistério. No entanto, com os dois países à beira da guerra, em pouco tempo, agentes britânicos e espiões alemães disfarçados entram em cena, e ninguém está seguro. Agora, o relógio está correndo e comportamentos estranhos levantam suspeitas entre os colegas. Miller pode manter as meninas seguras?

Diria que o diretor Andy Goddard não quis arrumar confusão, e com isso ele fez um longa bem simples em cima do roteiro entregue, trabalhou alguns símbolos para focar bem no tema, e conseguiu ser direto no ponto para que a trama fluísse, ao ponto que mesmo o roteiro não sendo tão grandioso, acabamos vendo o filme pela perspectiva de alguém de fora dali e se envolvendo um pouco com o protagonista (que no caso também é o roteirista da trama), percebendo que mesmo antes de toda a explosão da guerra em Setembro, já havia vários pontos explodindo em toda a Europa, os agentes já estavam sendo movimentados, e tudo mais estava bem pronto para o conflito gigante que ocorreu, ou seja, por mais simples que seja a formatação mostrada aqui no longa, o filme tem seu conteúdo e funciona bem, valendo a conferida e a reflexão que nem sempre quem você acha que é seu aliado está ali para ajudar realmente.

Sobre as atuações, o roteirista Eddie Izzard foi bem imponente com seu Thomas, ao ponto que ele sendo um ator mais cômico conseguiu combinar trejeitos mais densos e segurar bem o lado misto entre um professor e um agente, e nos momentos que teve de se jogar conseguiu manter o estilo e a vivência, ou seja, acabou agradando bem com tudo. Carla Juri inicialmente parecia uma pessoa tão bonitinha, simples, bem colocada como uma professora de esportes para as garotas, com nuances abertas, mas sua Ilse muda completamente no segundo ato, e mesmo ainda mantendo trejeitos leves deu tons mais diretos e marcantes dos nazistas, e acertou bem na imponência que trabalhou, ou seja, chamou para si a responsabilidade e acabou funcionando. Judi Dench é sempre incrível em qualquer papel que seja, desde os menores até os grandiosos, e aqui sua Miss Rochol é direta, bem seca de expressões, mas completamente defensora das garotas de sua escola, se impondo, sendo emotiva quando precisou e agradando bastante do começo ao fim, e mesmo aparecendo pouco foi sincera sem exagerar em nada, como é de seu costume. Jim Broadbend também é sempre uma graça ver, e aqui como o motorista do ônibus fez as nuances certeiras para o papel, e foi ainda bem importante nos atos finais com olhares bem simples e gostosos de sentir. Quanto das garotas, tivemos leves destaques para Tijan Marei com sua Gretel e Maria Dragus com sua Astrid, mas não chegaram a ter grandes explosões cênicas, e assim mais participaram do que atuaram realmente com os adultos. Ainda tivemos um pouco de força cênica nos atos dos agentes Drey e Willis vividos por James D'Arcy e o outro roteirista da trama Celyn Jones, mas serviram somente para os atos finais e com isso não apareceram tanto para soarem marcantes.

Visualmente o longa foi bem interessante, mostrando que a equipe de arte trabalhou muito bem a pesquisa de época, mostrando um castelo escola bem marcado, alguns atos amplos em cenas de correria por parte dos agentes nos encontros em teatros ou via telefonema nas famosas cabines vermelhas, foram bem impactantes nas cenas da praia, com pessoas de todos os tipos e vidas, vestindo roupas pesadas e maiôs no mesmo ambiente, tendo teatro de mãos e banda marcial, ou seja, tudo bem denso e marcado, além dos diversos elementos cênicos dentro da escola, os figurinos com as famosas suásticas já implantadas nos uniformes das garotas, as famosas armas, e tudo mais, ou seja, simples, mas bem simbólico.

Enfim, é um longa que talvez pudesse ter ido mais além, mas foi representativo e acaba chamando a atenção pelos elementos de pré-guerra que já estavam sendo articulados, e claro pelos famosos pontos chaves que marcaram o estilo de filmes de agentes, ou seja, vale a conferida e não cansa, que é o principal para uma boa obra. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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