Diria que a diretora Kim Farrant foi bem precisa na dinâmica escolhida para representar o livro bestseller de Sarah Alderson, pois em momento algum vemos o folhear de páginas na tela, o que costuma ser um problema nesse estilo de adaptações de suspense, mas sim vemos uma formatação de atitude, sem grandes revelações de cara, e que brinca com o espectador da mesma forma que influencia a protagonista a ir por rumos do coração, o que raramente acontece em atos desesperadores. Ou seja, o livro certamente tem uma pegada mais densa do que a forma escolhida pela diretora para trabalhar, pois mesmo tendo abusos, policiais que não ligam para as moças, traições e tudo mais num único filme, daria para impactar ainda mais com coisas bem mais fortes, mas o resultado ao menos foi leve e rápido de acontecer. Sendo assim posso dizer que o trabalho da diretora foi bem consciente do que desejava mostrar na tela, pois poderia abranger vários outros vértices, poderia ter colocado tensões ainda mais fortes, e principalmente poderia ter ido por um rumo menos explicativo para tudo, que é a forma que a maioria dos diretores desse estilo gosta de trabalhar, mas da forma trabalhada ficou bem mais comercial e interessante, o que agradou bastante na tela.
Sobre as atuações, a jovem Leighton Meester conseguiu dominar o protagonismo para si, fazer boas caras e bocas com sua Beth, soar expressiva e não perder o estilo, coisa que é difícil quando se precisa dar um tom mais desesperado para uma atuação, e com isso vemos ela bem encaixada em todos os atos, não tendo espaço para mais ninguém atuar sozinho, o que é muito legal de ver acontecer, afinal está presente em todas as cenas, e foi segura do que precisava fazer, ou seja, nunca tinha botado muito reparo nela nos filmes que fez, aliás é bem mais famosa nas séries, mas agora irei torcer para que vá além e faça mais bons filmes, pois tem estilo. Ziad Bakri também caiu muito bem na personalidade que o taxista Zain precisava, mexendo bem todos os devidos pauzinhos nas cenas certas, tendo aquele ar meio de dúvidas e tudo mais, criando as perspectivas, e claro ajudando a protagonista na busca dela, ou seja, funcionou para o papel. Quanto aos demais, cada um encaixou nas cenas necessárias, tendo a amiga completamente maluca no primeiro ato, mostrando uma Christina Wolfe bem marcante como Kate, mas logo já evapora então nem foi tão usada, tivemos o dono do apartamento bem estranho que dá para se duvidar de tudo dele, e nesse sentido Adrian Pezdirc foi bem usado, ainda tivemos os policiais meio que forçados em algumas cenas, mas trabalhando bem os olhares e as intensidades, e claro o marido da protagonista, que foi bem vivido por Luke Norris fazendo trejeitos marcantes e bem diretos nos atos que foi necessário aparecer um pouco mais, mas não tendo como destacar ninguém mesmo.
Quanto do visual do longa, a equipe arrumou um apartamento luxuosíssimo na Croácia, um restaurante bem chique e uma boate bem imponente para começar com tudo, e mesmo depois com as idas até a polícia, os labirintos aonde correm, e tudo mais na cidade foi bem representativo para uma criação autoral, que deu boas nuances, agora quanto a cenografia nada irá se comparar ao quarto de vídeo do rapaz, pois ali tudo foi minuciosamente usado, e juntando tudo mesmo sendo uma trama de conceito simples visual, usaram elementos marcantes e bem funcionais, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante.
Enfim, confesso que não tinha dado nada para o filme, e até num primeiro momento eu tinha pulado ele da lista, mas como tivemos poucas estreias nessa semana dei logo o play e fui surpreendido, pois é bem intenso e cheio de boas reviravoltas, o que sempre faz valer a conferida em um longa do estilo, então fica a dica e eu fico por aqui hoje, afinal vamos devagar nessa semana, então abraços e até logo mais pessoal.
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