Agente das Sombras (Blacklight)

3/12/2022 01:49:00 AM |

Mesmo sendo muita falsidade por metro quadrado, sempre gostei bastante dos longas do Liam Neeson, mesmo entregando sempre mais do mesmo, porém a essência de seus filmes até foi montada com "Agente das Sombras", mas quando vamos olhar a fundo acabamos sendo meio que enganados com tudo o que é entregue, ficando um longa quase que jornalístico pelo ar de denúncias da jovem que está investigando as mortes, mas que também tem toda a pegada do agente. Mas se ficasse nesse ar até funcionaria, iríamos ver algumas boas sacadas, algumas lutas meio que bobas, e no momento em que a família do protagonista some iríamos ver seus tradicionais atos de vingança, e isso até ocorre na cena de invasão da casa do homem mais forte do país abaixo do presidente (algo que sabemos que seria altamente impossível na facilidade que ocorre), e então ficamos preparados para muita matança e ação na sequência, mas não é o que ocorre, o longa fica morno e com uma conversa de dois segundos é encerrado numa facilidade incrível que desaponta num nível imenso de raiva. Ou seja, acaba sendo nem um filme de ação forte, nem uma trama familiar, nem algo com matanças, nem algo jornalístico investigativo, nem nada, sendo básico, simples e sem atitudes.

O longa nos mostra que confiança, identidade e o perigo do poder sem controle levam um agente secreto ao limite. Travis Block vive e luta nas sombras. Um "consertador" autônomo do governo, Block é um homem perigoso cujas atribuições incluíam extrair agentes de situações ocultas. Quando Block descobre que um programa sombrio chamado Operação Unidade está abatendo cidadãos comuns por razões conhecidas apenas pelo chefe de Block, o chefe do FBI Robinson, ele pede a ajuda de um jornalista. Mas seu passado e presente colidem quando sua filha e neta são ameaçadas. Agora Block precisa resgatar as pessoas que ama e expor a verdade para uma chance de redenção. Nada nem ninguém está seguro quando os segredos estão escondidos no Blacklight.

Se no começo do ano passado o diretor Mark Williams já tinha feito um filme fraco com Liam Neeson, e agora novamente não conseguiu acertar o estilo do ator para algo que gostamos tanto de ver, é melhor Liam fugir dele quando lhe chamar para outra produção, pois o diretor começou bem a carreira lá em 2016, mas desandou muito de algo familiar para o estilo de ação, e se perdeu completamente ao misturar os dois estilos, pois ele acabou trabalhando algo meio solto demais, meio forçado demais, e sem estilo nenhum, se perdendo a cada cena jogada na tela com uma produção forte e que talvez até tenha gasto uma grana bem alta, afinal tem algumas explosões, tem perseguições com carros sendo destruídos, mas nada disso dá o eixo da trama, ao ponto que vemos algo simples que quis ir além, mas não saiu do caminho e foi atropelado pelo próprio roteiro. Ou seja, o que ele fez aqui foi algo que nem ele deve saber o que desejava, e isso é desanimador para não dizer outra palavra pior, pois tinha todos os elos nas mãos, e escolheu finalizar de uma maneira ainda mais solta que o longa inteiro, parecendo até que dormimos na sala, mas posso garantir que vi o longa inteiro, e o que ocorreu foi um corte bizarro ou uma decisão péssima de como desenvolver tudo.

Sobre as atuações, sabemos que Liam Neeson está velho, mas ele curte demais essa pegada de agente, de sair socando e atirando nos vilões, correndo (agora mais de carro do que a pé), e que sempre traz sacadas bem trabalhadas e engraçadas nos diálogos com os demais, ao ponto que o carisma dele com a garotinha aqui é bem fofo de ver, mas seu Travis Block é muito imponente para ficar apenas nessa jogada escolhida, de forma que valeria muito mais algumas cenas explosivas do que toda a investigação jogada, e talvez até esquecer um pouco mais seu lado do TOC, que aí funcionaria bem mais tudo. A jovem Emmy Raver-Lampman até mostrou estilo com sua jornalista investigativa Mira Jones, mas pareceu ser mais um personagem aproveitado de algum outro filme, ou de talvez alguma série do que realmente alguém que surgiu nesse longa, o que é bem estranho de ver em alguns atos, mas de certa forma foi bem no que fez. Aidan Quinn fez o maior executivo do FBI na trama, mas anda sem seguranças para todos os lados, na casa dele não tem ninguém olhando, tudo muito amplo e aberto, sendo tudo muito falso, e o ator acabou não entregando muita personalidade como poderia, ou seja, ficou estranho no papel, e sua finalização então foi lastimável. Agora sem dúvida alguma o carisma e a personalidade de Gabriella Sengos como a netinha do protagonista Natalie foram incríveis de ver, e merecia muito mais cenas, pois deu doçura, foi precisa nos atos, e soube exatamente passar todas as nuances junto do protagonista, fazendo tudo como uma grandiosa atriz. Quanto aos demais, a maioria fez participações em cenas bem rápidas, algumas mais marcantes, mas nada que fosse muito além, desde o jovem Taylor John Smitt como um agente fugitivo, passando pela filha do protagonista vivida por Claire van der Boom meio que perdida em cena, ou até mesmo os dois capangas exagerados vividos por Andrew Shaw e Zac Lemons, ou seja, foram enfeites de luxo em cena.

Visualmente tudo foi bem produzido, com grandiosas explosões, perseguições com caminhões e carros imponentes, apartamentos e casas luxuosas, todo uma dramaticidade cênica marcante e chamativa para os ambientes regados de detalhes como um escritório jornalístico bem montado, um apartamento simples e minúsculo da jornalista, um comício bem lotado e representativo, um motim num camping, e por aí vai, e muitas armas na cena da casa do executivo do FBI, mostrando que a equipe de arte teve dinheiro para brincar, mas não souberam usar para funcionar.

Enfim, é um filme que até tinha um certo potencial, mas que errou na história por completo, errou na direção desorganizada, e principalmente falhou monstruosamente na montagem do fechamento, parecendo realmente que comeram um pedaço do longa, que se fosse projeção de rolo falaria que a culpa era do cinema, mas na verdade foi resultado de um filme meio que perdido do que queriam trabalhar, e assim ficando ruim demais para ser recomendado por completo. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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