Diria que o diretor Ilya Naishuller só teve o trabalho de apresentar a obra visualmente, pois o roteirista Derek Kolstad imprimiu algo muito semelhante ao que já fez com a franquia "John Wick", porém enquanto lá temos alguém que ainda trabalha para uma corporação e tenta sair, aqui temos um homem comum que abandonou o esquema de mortes das companhias investigativas, e agora com família, emprego e tudo mais, explode ao ter um estalo pós-roubo de sua casa, voltando para suas origens secretas. Ou seja, a base do texto é simples, temos claro a máfia russa como inimiga tradicional, e muitas armas de fogo e caseiras prontas para matar quem vier lhe enfrentar, mostrando que o diretor gosta de sangue em nível máximo, de angulações rápidas, de muito movimento de câmera e que sem precisar ir muito além consegue empolgar com o que faz, não precisando deixar o filme solto, nem sendo abstrato para agradar, mas sim entregando o que o público desse gênero gosta de ver na tela que é pancadaria em nível máximo.
Sobre as atuações, a base toda é em cima de Bob Odenkirk com seu Hutch, pois ele entrega uma desenvoltura bem comum inicial, mostrando sua rotina simples e totalmente sem quebras da semana, aonde nada sai do eixo, mas ao rolar o roubo, o ator entrega uma personalidade tão insana, cheia de trejeitos fortes, mas sem perder o tino que acaba sendo muito bacana de ver, mostrando que toda a experiência que já tem em diversas séries e filmes deu a ele algo que poucos tem que é a serenidade de estilo, e isso impacta demais em tudo o que faz. Quanto do vilão principal, o russo Aleksey Serebryakov faz trejeitos meio que engraçados demais para um maluco líder da máfia, que ainda tem seu show particular num clube, e ele brincou bem com olhares e imposições, mas até poderia ter ido além em tudo, ou seja, brincou bastante em cena e fez bem, mas soou estranho. Agora quem se divertiu demais em cena foi Christopher Lloyd já velhinho fazendo o pai do protagonista em uma casa de repouso, aparentemente indefeso e bobinho, mas a hora que o pau quebra, o ator sênior botou tudo pra jogo e foi muito bacana de ver, o mesmo acontecendo com a aparição do rapper RZA nas cenas finais, que até já dão nuances de algo numa continuação, veremos o que vai rolar. Quanto da família do protagonista, fizeram algumas caras e bocas meio que forçadas, mas ao menos foram tirados de campo rapidamente para não atrapalhar.
Quanto do visual do longa não economizaram no sangue, e isso é algo que deixa muito feliz quem gosta do estilo tiros e pancadaria, afinal tem de voar pedaços de vilões, ter facadas, explosões e tudo mais sem sobrar nada no caminho do protagonista, e aqui com armas de todos os estilos desde facas, passando por revólveres, espingardas, rifles, escopetas, granadas e até canos disparadores de barras de ferro, vemos tudo rolar desde a casa do protagonista, passando pela sua empresa, ônibus, um carrão clássico e tudo mais, até tendo espaço para um show em uma bar, e a tesouraria da máfia russa, ou seja, o pacote completo que a equipe de arte se dispôs para botar fogo, explodir e voar os pedaços dos seus figurantes, o que divertiu bastante do começo ao fim.
Enfim, é uma trama que se olharmos a fundo veremos ser bem simples, sem grandes surpresas ou desenvolturas, mas que funciona tão bem no quesito pancadaria e tiros que quem gosta desse estilo irá se empolgar bastante nas cenas finais (aliás se tivesse visto ele no cinema certamente a nota seria maior!), e assim sendo vale muito a indicação para esse público, agora se você for conferir procurando um pouco mais de história é melhor ir para outro longa. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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