Diria que o diretor Peter Flinth até tentou trabalhar sua trama com uma síntese própria, mas facilmente é notável que o ator Nikolaj Coster-Waldau quis aparecer mais, afinal aqui é seu segundo filme que escreve, agora baseando em cima de um livro que ficou apaixonado pela história, e quis trabalhar ele na tela, ou seja, temos sínteses demais acontecendo e o resultado acabou ficando alongado demais em diversos atos que poderiam ser mais concisos, e assim temos cenas fortes e bem colocadas, mas também outras tão desnecessárias apenas por serem bonitas para mostrar o personagem que acabam mais cansando do que fluindo. Ou seja, é daqueles trabalhos que vemos acertos e erros impactando tanto para envolver o público como para fazer com que muitos fujam durante a exibição do longa, e dessa forma vai depender mais do estilo que quem for conferir gosta de ver para se prender, pois se olharmos bem a fundo a trama é simples, direta, e mostra a famosa sina da sobrevivência, aonde tudo pode acontecer, e que facilmente pode ser reduzido a poucos momentos com uma produção de baixo orçamento.
Sobre as atuações, o que posso falar de cara é que ambos os protagonistas se doaram bastante nas expressividades, com Nikolaj Coster-Waldau entoando bem mais atos sérios com seu Mikkelsen, desenvolvendo uma loucura bem trabalhada e intensa, e que acaba chamando bem a atenção, mas talvez alguns atos mais explosivos como ocorrem próximos ao fim daria um tom mais imponente para ele. Joe Cole deu um ar mais leve para a produção com seu Iver Iversen, parecendo que o jovem mecânico realmente estava disposto a tudo, curtindo demais, e se envolvendo em tudo, e mesmo passando o maior perrengue estava sempre com um pouco de sorriso no rosto, só desanimando nos atos que precisou dar fim nos cachorros, e isso pareceu um pouco forçado demais na trama, que talvez tenha sido exagerado no roteiro mesmo, afinal o livro é a visão de Mikkelsen, mas foi bem de modo geral. Quanto aos demais, a maioria apareceu bem pouco, tendo um leve destaque para as aparições de Heida Reed com sua Naja bem marcante, Gísli Örn Garðarsson fazendo semblantes bem sérios com seu Jörgensen (aliás a cena cortando seus dedos fora logo no começo já embrulha o estômago!), e claro como todo bom político Árni Lárusson fez o ministro com as velhas falas de que não vai dar mais dinheiro o tempo todo, e no fim vem com não medimos esforços, ou seja, engraçado demais.
Visualmente o longa é bem bonito, branco do começo ao fim, mostrando muitos obstáculos na neve, cachorros de neve (já adianto que todos irão morrer para quem não gostar de ver isso já fugir!), ursos, cabanas improvisadas, montanhas, trenós, figurino pesado de frio, e tudo mais que o gênero pede, sendo simbólico e bem representativo para mostrar a precariedade nas expedições antigas, ou seja, a equipe de arte deve ter tido muito trabalho para filmar na neve, mas funcionou muito bem todo o visual mostrado.
Enfim, é um filme bem interessante, tenso e bem trabalhado, mas que sendo baseado em algo real acabou forçando um pouco a barra em vários momentos, ou seja, poderiam ter amenizado alguns atos e condensado mais a trama, pois ficaria mais tenso e funcionaria melhor, mas vale a proposta e a conferida como um passatempo, e assim sendo fica a dica. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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