Kraven, O Caçador (Kraven the Hunter)

12/14/2024 02:28:00 AM |

Se tem uma coisa que me faz cheirar a bombas são adiamentos, e se tem um filme que já tinha uma quase certeza de não ser lançado mais com o tanto de mudanças de data que teve era "Kraven, O Caçador", porém como fui com a expectativa tão negativa do que veria na telona, o resultado acabou sendo até que bem interessante de ver, pois tem um anti-herói até que imponente, com uma proposta boa de confusões, que mesmo que a Sony não vá continuar com seu Universo do Homem-Aranha, daria boas lutas e interações com outros personagens que a companhia tem os direitos, mas claro valendo mais pelas imposições e pancadarias, pois com diálogos bem frouxos não dava para esperar muito dele. Só uma grande recomendação, o personagem é filho de russos, com muitos atos ocorrendo por lá, então assista legendado, pois tem muitos diálogos em russo com toda aquela entonação forte característica, e fico até com medo de pensar como ficou a dublagem com sotaques. Ou seja, está longe de ser algo que vá ser memorável, mas que foi muito melhor que outros filmes desse Universo da Sony.

A sinopse do longa é bem simples e nos conta que a complexa relação de Kraven com o pai, Nikolai Kravinoff, o leva a uma jornada de vingança com consequências brutais, o motivando a se tornar um dos maiores e mais temidos caçadores do mundo.

Diria que a maior sacada (e também acredito que a maioria das refilmagens) do diretor J.C. Chandor foi a de transformar seu filme em algo violentíssimo, com pedaços voando, ataques imponentes e muitas cenas próximas com sangue para todos os lados, pois desde quando saiu o primeiro trailer, a trama já foi motivo de piada, por um jovem mordido por um leão adquirir poderes de luta como um leão, mas como não é mostrado que não foi bem isso que deu os poderes para ele, dava para o trailer ter ficado bem mais chamativo, ou seja, o que posso falar é que o trabalho de direção de ação foi muito bem feito, já o roteiro com os diálogos, aí poderiam ter trabalhado bem mais elos e desenvolturas, criado frases de efeito mais chamativas, e até limpado algumas piadinhas desnecessárias, mas como todo filme desse estilo é assim, o resultado ao menos não ficou bobo na tela, mostrando o potencial do personagem, e claro do diretor.

Quanto das atuações diria que os atores ao menos tentaram fazer algo com os diálogos fracos que tinham para interpretar, de modo que Aaron Taylor-Johnson trabalhou bem seu Sergei/Kraven com muita desenvoltura, se jogou nas cenas mais intensas lutando bastante e fazendo muitas caras e bocas marcantes, e não deixou que seu personagem soasse bobo, mas sim alguém disposto a resolver suas indiferenças na tela, claro que dava para ter um final melhor, mas aí não é culpa sua. Fred Hechinger já pode ser considerado o trabalhador do ano com quatro filmes quase que seguidos estreando, e aqui ele fez com que seu Dimitri tivesse uma certa timidez/medo na tela, fazendo bons traquejos e até passando uma certa insegurança nos seus atos, porém ao final sua mudança não convenceu como deveria, de modo que se ele for continuar no papel vai precisar ir mais além. Sempre pensei que Russell Crowe combinava com papel de mafioso russo, e aqui seu Nikolai foi cheio de nuances bem encaixadas que até mereciam mais atos, mas que não foi muito utilizado na tela, ficando em segundo plano. Agora quanto aos vilões do filme, deveriam ter colocado muito mais importância para Christopher Abbott com seu Estrangeiro bem chamativo, expressivo e com poderes interessantes de ver na tela (acredito que dá até para criar algum filme com sua história), do que Alessandro Nivola com seu Aleksey/Rhino meio sem graça e bobinho demais, mas como não foi dessa forma, o resultado precisou de uma luta mais intensa no final para dar um gás em tudo. Ainda tivemos uma Ariana DeBose até bem colocada com sua Calypso, mas sem dar muitos floreios para sua personagem na tela.

Visualmente a trama teve um bom estilo misturando selva e cidade, de modo que o ator já pode até pedir para fazer um Tarzan caso saia um novo filme, pois pulou e escalou paredes no melhor estilo possível, tendo ambientes bem clássicos dos bares da máfia, de caçadas chamativas, dos tradicionais safáris, dos mosteiros isolados e até um ar bem frio numa prisão russa, mas tudo bem rápido, com pouco trabalho de desenvolvimento dos locais, tendo claro uma cenografia bem colocada na "toca" com muitas armas e ervas para tentar criar o soro que o deixou forte, mas sem muito aprofundamento.

Enfim, é um longa de ação simples e bem feito, que até foi bem remendado nesses muitos adiamentos para que ficasse mais vendável para os fãs das HQs, e claro inserisse bem mais violência na trama, de modo que a cena na floresta ficasse bem sanguinolenta, mas como a Sony viu que não vai seguir muito mais com seus personagens, é capaz que esqueçamos esse filme tão rápido quanto os demais, então vale a pena apenas para quem gosta do estilo, ficando assim a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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A Redenção - A História Real de Bonhoffer (Bonhoeffer: Pastor. Spy. Assassin.)

12/13/2024 09:52:00 PM |

Costumo dizer que para um filme com uma pegada envolvendo fé e/ou religião é necessário mais do que apenas pregar na tela os ideais do protagonista, senão acabamos vendo uma trama morna que apenas quem realmente acreditar ou ter estudado mais sobre o tema acabará se envolvendo com o que é mostrado, e dessa forma o longa "A Redenção - A História Real de Bonhoeffer" acabou não fluindo o tanto que deveria, pois apenas ao final nos letreiros, e em uma breve e quase nula cena, ficamos sabendo que ele escreveu mais de 30 livros sobre suas ideologias e estudos religiosos, e nem tanto sobre suas intenções de mudar o mundo e a forma de encontrar Cristo no meio do caos que foi a Segunda Guerra Mundial. Ou seja, a trama até é interessante e sai um pouco do eixo que o estilo costuma entregar, porém acaba faltando aquele algo a mais para que os 135 minutos de projeção convença quem não for religioso de que tudo aquilo que vimos na tela foi importante.

O longa nos mostra que o mundo está à beira da destruição e a humanidade luta para sobreviver ao regime nazista. Dietrich Bonhoeffer, um pastor luterano e teólogo, é um homem de fé inabalável, pregando o amor e a paz. No entanto, quando o regime de Adolf Hitler inicia sua campanha genocida, Bonhoeffer se vê diante de um dilema moral impossível: continuar sua missão de pregar o evangelho ou lutar ativamente contra o regime que está destruindo a humanidade. Envolvido em uma conspiração para assassinar Hitler, Bonhoeffer se torna um dos principais membros de um grupo de resistência, que, embora envolvido com a fé cristã, enfrenta o dilema de recorrer à violência para derrotar o mal. À medida que a trama se desenrola, Bonhoeffer é forçado a confrontar sua própria moralidade. Ele precisa decidir entre manter sua integridade religiosa e suas convicções pessoais ou arriscar tudo, inclusive sua vida, para salvar milhões de judeus e acabar com o regime de Hitler. Enquanto sua fé é colocada à prova, Bonhoeffer começa a questionar o que significa realmente defender o bem maior, levando-o de uma postura pacifista a um envolvimento direto em um assassinato político.

Diferente dos demais filmes da Angel Studios, aonde os diretores costumam aparecer no final para pedir a doação de ingressos, aqui o diretor e roteirista Todd Komarnicki, que muitos conhecem pelos roteiros fortes de "Sully - O Herói do Rio Hudson" e "O Gênio e O Louco", apareceu no começo para se apresentar, de modo que mostrou novamente um belo texto, porém uma direção simples demais, e assim acaba não indo além na tela, criando algumas desenvolturas simplistas demais para envolver e agradar com o resultado. Ou seja, tendo uma pegada histórica bem alocada, ele fez seu filme para representar um pouco os alemães contrários a Hitler, e principalmente mostrar que a Igreja ficou bem quieta enquanto um lunático matava pessoas, e claro, dando também um pouco de bronca no que vem acontecendo mundialmente nos anos atuais para que não vejamos novamente a História acontecer, e assim sendo, até posso dizer que seu filme foi acertivo, mas ainda assim faltou personalidade.

Quanto das atuações, Jonas Dassler fez de seu Dietrich Bonhoeffer, um homem muito empolgado com tudo o que foi aprendendo em sua vida, trabalhando alguns trejeitos até felizes demais para tudo o que estava acontecendo, mas foi seguro na maior parte dos atos e acabou sendo um protagonista bem atuante, não deixando que outros lhe sobrepusessem. O mais interessante, ou melhor, o maior problema no quesito interpretativo, é que o longa se prende muito ao protagonista, de modo que os demais praticamente desapareceram na tela, tendo leves destaques para August Diehl com seu Martin Niemoller e David Jonsson com seu Frank Fisher, mas sem irem muito além na tela.

Visualmente posso dizer que a equipe de arte entregou atos bem imponentes, mostrando bem o começo da ocupação de Hitler, principalmente na Igreja alemã, trabalhando a mudança nos templos e a desenvoltura de alguns campos e prisões mais políticas, de modo que vemos tons cinzas fortes, carros da época, a diferença entre os soldados pelas fardas, e até alguns bons elos nas cidades de um modo complexo, mas sem dúvida o maior chamariz foi para os clubes de jazz e as igrejas americanas aonde conseguiram mostrar algo bem expressivo e chamativo na tela, mas como não era o foco, ficou pouco.

Enfim, estava com um certo interesse no longa pela sinopse e algumas propagandas, porém não vi algo que o resultado final entregasse mais na tela para os não conhecedores do personagem, e assim não fluiu muito bem na tela, sendo algo morno e calmo demais para recomendar por completo. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou encarar mais um hoje nos cinemas, então abraços e até logo mais.

Nota 6
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Amazon Prime Video - O Jogo da Rainha (Firebrand)

12/13/2024 12:12:00 AM |

Uma coisa que acho muito engraçado que vejo em algumas imagens cômicas da internet é o fator se apresentar para alguém na sua casa e se apresentar para alguém na casa de outra pessoa, aonde em casa você está de chinelo, bermuda, sem camisa, nem ligando para o que vão achar de você, afinal está na sua casa, já na casa de outra pessoa você está educado, com uma roupa bacana, tentando causar uma boa impressão e tudo mais para ser convidado mais vezes para aquele lugar, e fazendo essa mesma analogia com os diretores nacionais que vão se arriscar lá fora, é que fazem filmes ousadíssimos por aqui, nem ligando se alguém vai achar funcional, e quando chegam para dirigir grandes atores em Hollywood ou na Europa ficam calminhos, tudo dentro das quatro linhas de jogo, bem tradicionais, que chega até soar estranho de ver. E claro que tinha de começar dessa forma o texto do lançamento da semana da Amazon Prime Video, "O Jogo da Rainha",  pois logo que comecei a escrever de "Motel Destino" vi que um dos longas anteriores do brasileiro Karim Aïnouz não tinha nem data para ser lançado aqui no Brasil, mas que tinha um tremendo elenco de peso, e com isso a minha curiosidade pelo filme já ficou bem aguçada, afinal ele sempre fez tramas densas, cheias de personalidade, e com isso ganhou muita fama tanto no país quanto fora em festivais, porém aqui ele foi muito contido com uma história bem tradicional, sem grandes firulas ou situações que impactassem na tela, contando um pouco da vida da última esposa que o rei Henrique VIII teve, e toda a relação que ela teve com ideias mais centradas na religião da Bíblia ao invés da centralização de Deus na monarquia, ou seja, uma heresia na época que dava fogueira direta para os condenados, mas que com sua grande imposição sobre o rei, foi a única que sobreviveu dentre todas as esposas dele.

O filme acompanha os conflitos no casamento de Katherine Parr, a sexta e última esposa do rei Henrique VIII. Na ausência do rei - que parte para o exterior em uma batalha -, Katherine é nomeada rainha regente, e se preocupa em desempenhar o melhor papel de acordo com suas crenças. Porém, quando o rei retorna doente e tomado por paranoia, ele acaba assassinando a melhor amiga de Katherine. Agora, para proteger sua própria vida, ela deve esconder seu medo e lutar para sobreviver.

Como falei o diretor Karim Aïnouz tem um estilo bem diferenciado de sintetizar tudo na tela sem precisar perder espaços, e aqui ele pode brincar com um robusto orçamento de épico medieval bem trabalhado e representado na tela, porém bem diferente de tudo o que já fez, de modo que vemos uma boa base para contar a história de uma mulher fora de seu tempo, mas que sendo esposa do rei tinha de se conter para não ser queimada na fogueira por suas ideias. Ou seja, o estilo mais contido de Aïnouz até teve bons floreios na tela, porém essa segurança em ver tudo bem comum deixou que seu brilho ficasse em segundo plano, não sobrando espaço para ousar nem ir muito além. Claro que o filme é corretíssimo, tem uma boa pegada histórica, mas facilmente não ficará marcado por nada demais, o que é uma pena, pois contando com dois atores que adoram ousar também, o resultado dava para ser insano na tela.

E já que comecei a falar dos atores, Alicia Vikander foi bem contida com sua Katherine Parr, trabalhando trejeitos mais sérios, bem empostados, sem criar muitas dinâmicas, porém dando o famoso ar da realeza bem encaixado, aonde o clima não sai tanto do eixo, nem seus olhares, e assim segurou bem na tela a intensidade cênica de uma mulher revolucionária na época que acabou influenciando muitas das rainhas que viriam depois no país. Agora posso dizer que tive uma grande surpresa ao ver o nome de Jude Law nos créditos do filme, pois fiquei pensando um certo tempo que personagem ele teria feito que não peguei na tela, e a equipe de maquiagem deixou ele a cara completa de Henrique VIII, de tal forma que ficou irreconhecível como o sempre vimos em outros filmes, mas deu traquejos fortes e chamou muitas cenas para si, ganhando um bom destaque na trama. Ainda tivemos outros bons nomes tendo leves destaques, com Erin Doherty bem expressiva com as pregações revolucionárias de sua Anne, Sam Riley com uma barba imensa entregando um Thomas Seymour cheio de charme e jogadas para cima da rainha (que viria a ser o marido de Katherine após o que acontece nos atos do filme), e um Simon Russell Beale bem cheio das artimanhas como o bispo Gardiner.

Não foi divulgado o orçamento do longa, mas a contar com a belíssima cenografia de época, as festas e banquetes, os grandiosos quartos e figurinos, e toda a maquiagem para deixar Law com as feridas horrendas na perna do rei, posso dizer que gastaram muito, sendo algo imponente como todo bom filme envolvendo a monarquia inglesa, e diria que só faltou mostrar um pouco mais das insanidades do rei (cortes de cabeça, fogueiras e tudo mais), mas aí o orçamento iria para a estratosfera.

Enfim, fui conferir com muita expectativa por ser um longa do diretor aonde esperava ver mais ousadia, e com isso fiquei um pouco decepcionado, porém é uma bela obra de época que funciona para contar um pouco da História da monarquia inglesa do século XV, então fica a dica de play na plataforma da Amazon. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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AppleTV+ - Blitz

12/11/2024 11:59:00 PM |

Muitas vezes ficamos na dúvida de quais rumos seguir em alguns trabalhos e caminhos, ao ponto que acabamos mudando no meio para conseguir chegar em um bom resultado, mas se um diretor escolhe um estilo para trabalhar em seu longa, ele precisa manter para que o público não fique confuso com a entrega, pois por vezes vamos conferir algo e no meio do caminho vira alguma outra trama, depois revira para outra e ao final não sabemos bem o que ele queria mostrar. Mas se a história do longa da AppleTV+, "Blitz", é confusa, a direção de arte, as atuações e a trilha sonora compensam todo o conflito, sendo daqueles resultados que você se envolve com os personagens, fica tenso por tudo o que acaba acontecendo, e ao final acaba satisfeito com o resultado, mesmo que fique na dúvida se era realmente isso que você queria ver na trama. Ou seja, é daqueles filmes que tinham um potencial bem maior, principalmente por ser um diretor tão imponente, mas que ficou um pouco bagunçado demais, e assim acabou impactando menos do que o esperado, porém ainda assim é um filmão aonde a cenografia impõe respeito e joga tudo na tela para espectador nenhum botar defeito.

A história segue o pequeno George, um garoto de 9 anos, cujos dias pacíficos em Londres são interrompidos pelo caos do Blitz. Para proteger o filho, sua mãe Rita o envia para o campo inglês em busca de segurança. Determinado a retornar para Londres e reunir-se com sua mãe e seu avô Gerald, George embarca em uma perigosa jornada pelo interior da Inglaterra. Enquanto isso, Rita enfrenta o desespero e a angústia de buscar seu filho desaparecido entre os escombros da cidade bombardeada.

O diretor e roteirista Steve McQueen é daqueles que tem personalidade e sabe o que deseja entregar para seu público, porém aqui acredito que ele focou em tantas ideias que quando viu tudo filmado não soube bem os rumos que poderia seguir, afinal sua trama tem a pegada densa da questão racial, tem toda a dinâmica desesperada de uma mãe atrás de um filho, tem o contexto fabril armamentista, e claro ainda tem toda a guerra rolando com uma Londres sendo destruída, e com dinâmicas quebradas na primeira metade do longa ficamos olhando pra tela pensando aonde tudo isso vai nos levar (e o pior, ele ainda vai voltando em algumas situações anteriores a tudo o que está acontecendo, ficando ainda mais confuso de ver a necessidade daquilo tudo). Ou seja, acabamos não sentindo a presença da mão do diretor nem no roteiro, nem na direção propriamente dita para encabeçar o projeto e chamar atenção, mas como a produção é gigantesca, e toda a alegoria cênica compensa os erros do diretor, o resultado brilha na tela, e talvez consiga levar o longa para algumas indicações nas premiações.

Quanto das atuações, o jovem Elliott Heffernan se jogou literalmente na ideia de uma jornada de seu personagem George, pois o garoto saltou de um trem, correu para pegar outro trem em movimento, subiu no teto do trem, andou nos escombros de uma festa com mortos, precisou roubar uma joalheria com tudo caindo aos pedaços, sofreu com enchente no túnel do metrô, e ainda andou no meio da rua com bombas caindo e tacando fogo em tudo, isso tudo ainda tendo um olhar carismático e bem encaixado, ou seja, deu show com o que fez em sua estreia. Saoirse Ronan segurou até que bem demais a barra de sua Rita, tendo alguns atos bem colocados cantando mesmo melancólica com a partida do filho, foi dramática com a perca do marido, e ainda teve de sair a caça do filho quando soube que não tinha chego ao destino, trabalhando vários trejeitos bem direcionados, mas sem explodir como poderia, e como já fez em outros papeis. Ainda tivemos outros personagens marcantes, mas sem grandes chamarizes, valendo leves destaques para Benjamin Clémentine com seu Ife bem carismático com o garotinho, e Harris Dickinson tentando ser um policial bem afeiçoado à família, mas mais perdido que o diretor no meio do tiroteio, e claro as demais crianças do trem de volta que tiveram boas expressividades.

Agora se tem algo que vale tirar o chapéu é a direção de arte do longa, tendo cenas imponentes em trens cheio de detalhes tanto no exterior quanto no interior, paisagens bem amplas, bombardeios com devastações e muitos prédios destruídos, uma inundação no metrô violentíssima fazendo todo mundo boiar ao estilo "Titanic", escombros sendo revirados por ladrões, uma festa gigantesca aonde as pessoas morreram com os pulmões estourados e estão estáticas para serem roubadas, bailes, uma fábricas de armamentos imponente cheia de funcionários com uma transmissão ao vivo da rádio do país, ou seja, algo riquíssimo de peças para que quem visse o filme não tivesse o que reclamar nesse conceito.

Enfim, é um filme honesto de guerra, aonde poderiam ter ido muito mais além, mas que ficou tão bagunçado que muitos irão acabar de assistir e ficar sem entender muito o que viram, porém acompanhado da sempre boa trilha sonora de Hans Zimmer, e frisando novamente a ótima direção de arte, o resultado completo acaba sendo interessante de ver, valendo a recomendação. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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A Outra Forma (La Otra Forma)

12/10/2024 10:04:00 PM |

Costumo dizer que ver filmes abstratos é um exercício para ver se a cabeça ainda está pensando direito para interpretar o que estão tentando mostrar na tela, e que por muitas vezes nem sempre chegamos sequer perto da ideia original que o diretor pensou quando criou a obra, e um estilo que fazia muito tempo que não via nada era uma animação abstrata, afinal esse estilo tem característica de ser mais infantil, então os produtores não costumam comprar bem as ideias, mas eis que surgiu uma cabine para conferir do longa "A Outra Forma", que estreia na próxima quinta-feira 12/12 em algumas cidades do Brasil, e que brinca com a principal sacada do mundo social que existe há milênios, que é o de se adaptar para encaixar em algo, nem que para isso você passe toda sua vida, ou use de artifícios mais fortes, que aqui no caso são moldes nos formatos, e até um ato extremo mostrado como método para conseguir se encaixar no grande cubo social. Ou seja, é um filme com um certo ar filosófico, com uma pegada bem diferenciada, que muitos não irão entrar no clima, mas que impacta bem com a mensagem e que tem chamado muita atenção nas premiações que tem disputado, e que pode surgir como um azarão nas indicações das maiores premiações que ainda teremos, que aí teríamos mesmo como coparticipação o nome do Brasil lá, afinal a animação é uma coprodução entre Brasil e Colômbia.

O longa-metragem nos leva a um futuro próximo onde a humanidade constrói um paraíso quadrado e artificial na superfície da Lua, que só pode ser alcançado quando corpos e mentes adquirem formatos quadrados. Para isso, lançam mão de engrenagens, ferramentas, dispositivos corretivos e até cirurgias, que moldam seus corpos como cubos. Entre estas pessoas, há um cidadão, que guarda internamente questionamentos de sua individualidade e o que poderia dar errado, na verdade, alavanca uma jornada particular e única.

Diria que o diretor e roteirista Diego Felipe Guzman foi bem corajoso em sua estreia de longas, pois já entrar de cara no mundo abstrato, com uma trama filosófica e ainda numa animação, é querer correr todos os riscos possíveis, mas que acertou em cheio principalmente pelo fator linguagem, já que sua trama não tem diálogos, e assim sendo acaba sendo algo universal, aonde todos que entrarem no clima irão perceber o mundo quadrado, a tentativa dos personagens em se enquadrarem nessa ideologia, o conflito com o tradicional, e muitos outros elos, que vão permeando e acontecendo na tela conforme vamos acompanhando. Ou seja, não feliz apenas com algo diferente de tudo, os traços não comuns, as cores densas e todo o elo acaba fluindo na tela com muita centralidade e cheio de nuances, aonde tudo flui, e mesmo dando uma fervida na cabeça com toda a loucura de algo abstrato, diria que o resultado funciona bem.

Como é um filme sem diálogos e os personagens nem tem tantos nomes, os principais são Pedro Prensa, Cuadrochica e Carlos Cajuela, aonde o primeiro vivendo a vida toda com sua cabeça sendo apertada para reduzir e caber no formato escolhido chega a dar até dor na nossa cabeça vendo tudo sendo ajustado, a garota brincou bem com a vaidade e com o ser chamativa, querendo até formas mais difíceis do que os padrões, e o terceiro jovem vivendo dentro de uma caixa para não mostrar que não mudou tanto, mas ainda assim tem seu ar quadrado, brinca com as nuances do desenhar, do imaginar e até tem toda a dificuldade de sair da caixa, que no caso seria não ser quadrado, e essa brincadeira acaba levando tudo para rumos bem diferenciados.

Visualmente a trama tem formas completamente malucas, mas sempre próximas de quadrados, lembrando até um pouco o jogo Tetris, mas com uma pegada cheia de cores, e traçados bem abstratos e estranhos, que no conjunto acabam dando nuances bem marcantes e interessantes, brincando com olhares, dinâmicas, intensidades e claro toda a dinâmica de procedimentos estéticos para se encaixar no comum e correto, e com isso a equipe de arte usou de técnicas para ter uma profundidade chamativa, mesmo sem transformar seu filme em 3D, e isso ficou bacana de ver com as sombras e dimensões, o que acabou chamando atenção para traços irregulares e diferentes do padrão.

Enfim, é uma trama bem diferenciada que você tem de assistir em um dia inspirado, pois como falei no começo você necessitará interpretar tudo o que acontece na tela já que não há diálogos, mas tudo está bem estampado, então não é algo difícil, e sendo assim vale pela reflexão e claro pela técnica fora dos padrões que certamente muitos irão estranhar, mas que ao final já estamos até pensando em não ser tão quadrados como os personagens. Então fica a dica para conferirem (se claro o longa chegar até sua cidade, ou quando aparecer para locação nos streamings da vida), e eu fico por aqui hoje agradecendo o pessoal da M2 Comunicação e do Estúdio Giz que mandou a cabine para conferir, então abraços e até amanhã com mais textos.


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Amazon Prime Video - Jurado Nº 2 (Juror #2)

12/10/2024 01:18:00 AM |

Quando achamos que Clint Eastwood vai parar de dirigir eis que surge algo marcante para chegar se impondo na tela, só que dessa vez ao invés de ir para a telona chegou direto para locação nas telinhas da Amazon Prime Video, e contando com seu estilo sempre denso e conflitivo nos entregou com seu "Jurado Nº 2" uma trama intensa e marcante, no famoso estilo de tribunal aonde você se vê no papel do protagonista pensando se salva a sua vida ou julga alguém inocente, tentando encontrar um meio termo que salve os dois. Claro que o filme tem uma pegada densa, mas também tem boas aberturas, ao ponto que você fica esperando um desfecho mais impactante, porém o diretor foi muito sacana com o público e largou parcialmente aberto o final para que decidamos o que aconteceu ali, e isso é algo brilhante ao mesmo tempo que revolta, então se prepare para algo digamos intenso nos atos finais, que vai tomar alguns rumos interessantes.

O longa é um thriller jurídico que acompanha o drama de Justin Kemp, que está servindo em "jury duty", o serviço obrigatório dos Estados Unidos que escala os membros do júri de casos criminais. Ele é um homem de família que está passando por severas dificuldades financeiras em casa e acaba sendo confrontado com um grande dilema ético e moral. Ele é posto para fazer parte do júri de um caso de alto escalão de homicídio e, enquanto acompanha o julgamento, sente todo o peso de contribuir com o destino do réu como inocente ou culpado.

Não tem quem não conheça o estilo de Clint Eastwood, pois sempre nos instiga com algo em suas tramas, e seja através de um soco ou de uma reflexão do que é certo ou errado, ele acaba colocando em seus textos temas fortes e pontuais, e aqui ele brinca com a ideia do certo e errado, da justiça versus acidente, de culpa e acaso e muitos outros floreios possíveis, pois sua trama permite ousadias sem precisar ir além, usa e abusa das mesmas cenas repetidas vezes para que junto do protagonista mudássemos nossa opinião pela dele, ou convencêssemos de que a ideia era possível de ambos ficarem impunes, e assim mesmo sem ser criativo ou ir para rumos desconhecidos, ele usa os poucos ambientes ao seu favor e envolve o público com a história, ao ponto que no final você será o jurado, e aí qual veredito você dará para o protagonista, para a promotora e para o réu?

Quanto das atuações, o jogo psicológico que Nicholas Hoult entrega tanto para ele próprio quanto para os demais jurados é algo digno de se conectar e ficar esperando aonde irá chegar, pois vemos no olhar de seus grandes olhos azuis brilhantes toda a dúvida do que ele fez, ao mesmo tempo que pensa como conseguirá inocentar o réu e convencer os demais ali presentes, sem fazer com que seu Justin acabe preso e acabe com sua família, ou seja, ele entrega toda a personalidade para jogo em algo tão preciso que mesmo incomodando, funciona na tela. Da mesma forma é brilhante ver todo o estilo que Toni Collette e Chris Messina fazem o jogo de acusação e defesa com seus Faith Killebrew e Erick Resnick no melhor estilo possível de cortes aonde vemos ambos fazendo seus levantamentos, trabalhando olhares e se impondo para que o júri siga suas instruções, ao ponto que sabiamente uma é mais política e direta enquanto o outro mais esguio e amplo, para o resultado ir bem além. Ainda tivemos J.K. Simmons bem encaixado como um ex-investigador no meio dos jurados, e até mesmo uma rápida participação de Kieffer Sutherland como o pastor e advogado amigo do protagonista, mas entre os coadjuvantes, mesmo aparecendo pouco, os atos de dúvida da esposa grávida vivida por Zoey Deutch foram bem encaixados na tela.

Visualmente, como falei no começo, a trama é bem simples, tendo como boa parte da base o tribunal bem tradicional e a sala de discussão dos jurados, bem como várias apresentações das provas, das testemunhas de acusação no tradicional banco, e claro toda a encenação da briga num bar bem movimentado tradicional com suas mesas, balcões e mesas de sinuca, o conflito também do lado de fora debaixo de uma grande tempestade, o acidente, e também a ponte sendo usada várias vezes para mostrar um pouco de tudo, sendo bem detalhista nos elementos e cenários para que tudo pudesse ser usado várias vezes, ou seja, um trabalho só da equipe de arte e vários elos acontecendo usando deles, além claro da casa do protagonista sendo preparada para a chegada de seu bebê.

Enfim, está longe de ser uma obra prima do estilo e também dentro da filmografia do diretor não fica entre os seus maiores feitios, mas é uma trama que dá para refletir estando tanto do lado do protagonista quanto do lado do réu, e também da promotora, pois as análises são bem preparadas para isso, e o diretor deixa que o público brinque com tudo o que ele entrega, além de deixar o final aberto para e aí, o que vai rolar, e assim sendo o resultado funciona bem. Ou seja, se você curte o estilo é um bom exemplar para locar dentro da Amazon Prime Video, ou aguardar até o dia 20/12 que estará livre para ver dentro da Max, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais textos.


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Netflix - Virgem Maria (Mary)

12/08/2024 11:14:00 PM |

Como vejo muitos filmes, algumas vezes começo um longa no streaming e preciso pausar para ver se realmente não vi ele em alguma cabine, cinema ou qualquer coisa do tipo, pois algumas ideias são tão requentadas que acabam entregando situações muito semelhantes, e hoje aconteceu de eu precisar parar duas vezes, pois tinha a certeza absoluta que já tinha visto o lançamento da semana da Netflix, "Virgem Maria", mas não aqui temos uma dramatização mais tensa e complexa da história de Maria, que se assemelha demais ao musical que vi quase na mesma data no ano passado, "Jornada Para Belém", ou seja, ainda não estou ficando maluco de ver o mesmo filme duas vezes, e o que posso falar dessa recriação é que tem uma boa pegada, mas por ser tão semelhante a outros filmes e ter quebras meio que forçadas, o resultado acaba não fluindo tanto quanto poderia. Claro que passa bem longe de ser ruim, afinal é uma superprodução da empresa de streaming, mas dava para ser mais dinâmico e contar um pouco mais além até o período da crucificação para tudo ficar mais colocado na tela.

O longa conta a história mais antiga do mundo, dessa vez, porém, pela perspectiva de Maria, mãe de Jesus. Acompanhamos a história dessa jornada milagrosa que levou ao nascimento de Jesus, conhecendo a vida de Maria desde o seu nascimento, sua infância e adolescência até o momento em que é escolhida para dar a luz ao profeta. Quando Herodes pede a morte do recém-nascido, movidos pela fé e pela coragem, Maria e José fogem para salvar suas vidas. O filme procura honrar a figura de Maria mostrando sua trajetória repleta de amor e esperança, apesar das dúvidas e dos obstáculos que aparecem em seu caminho.

Uma das coisas que tem acontecido muito em 2024 é alguns diretores mudando completamente seus estilos de filmes, algo meio impensado nos últimos anos, e aqui D.J. Caruso que costuma trabalhar com longas de ação e dinâmicas bem ficcionais resolveu atacar uma trama bíblica de uma forma tão diferente, mas que ainda no fundo tem sua pegada, tanto que vemos alguns atos violentos e marcantes, que por vezes nos demais longas bíblicos acabaram amenizando, ou seja, vemos bem a história de uma mulher que foi bem forte ao receber todas as notícias que lhe eram dadas, superando os pensamentos contrários à sua ideologia, e que defendeu demais a sua cria ante todos os desafios que precisou passar, que claro temos de ver o longa com toda a história bíblica que conhecemos, senão quem não acreditar vai ver algo ainda mais ficcional na tela, e felizmente o diretor não quis mexer muito no que tinha para mostrar.

Quanto das atuações, Noa Cohen soube seguir uma linha bem densa de sua Maria, com um olhar bem presente e um envolvimento bonito de acompanhar, da mesma forma que a jovem Mila Harris que fez a versão jovem da personagem trabalhou sendo segura de tudo o que tinha em sua jornada e envolvente de uma forma coerente sem soar explosiva. Ido Tako trabalhou seu José de uma maneira meio que direta demais, sem ter dúvidas, sem questionar nada, ao ponto que valeria trabalhar um pouco mais isso, pois mesmo que você tenha toda a fé do mundo, ouvisse de um anjo que sua mulher irá parir o filho de Deus, e sendo um trabalhador de obras (no caso do filme aqui), com todos os amigos zoando e provocando, o cara tem de ser muito forte, e o jovem poderia ter pirado um pouco mais nos trejeitos ao menos para sentir o ar da dúvida. Quem teve cenas bem colocadas e imponentes foi Susan Brown como a profetisa Anna, bem serena e determinada, e o sempre marcante Anthony Hopkins como Herodes, de modo que sobrou também um pouco de espaço para Ori Pfeffer e Hilla Vidor como os pais de Maria (Joaquim e Anne), mas quem botou banca no estilo expressivo mesmo foi Dudley O'Shaughnessy com seu Gabriel meio diferentão.

Visualmente a trama foi recheada de locações e cenários bem trabalhados na tela, tendo templos e casas imponentes e cheias de detalhes, toda uma plantação de oliveiras gigantesca, grandiosas obras de construção e figurinos na medida para ser bem representativo na tela, além de algumas lutas e linchamentos bem marcantes, que talvez pudessem até ter desenvolvido mais na tela, mas o resultado acaba sendo funcional.

Enfim, é um filme meio que repetitivo pelo tanto de histórias que já tivemos do estilo, mas que ainda assim é interessante de ver pela proposta entregue, que alguns vão gostar mais do que outros, principalmente os fãs de histórias bíblicas, então fica a dica, só volto a dizer que dava facilmente sem precisar ficar tão detalhado ido até os 33 anos do filho em um desenvolvimento maior e mais chamativo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Cidade de Asfalto (Asphalt City) (Black Flies)

12/08/2024 01:28:00 AM |

Diria que a ideia de trabalhar uma trama toda acompanhando os dias de um jovem novato como paramédico, estudando para cursar Medicina e vivendo cada dia mais próximo da morte com as ocorrências caóticas de Nova York foi até que bem pensada, mas talvez precisasse ter desenvolvido uma história melhor, pois temos quase que na totalidade da trama os diversos atendimentos da ambulância, alguns atos do relacionamento meio solto do protagonista, e o envolvimento dele com os parceiros de trabalho, aonde um tem mais empatia e o outro está ali meio que de forma conflitiva, e só, ao ponto que o único caso que dá muito errado e acaba tendo uma desenvoltura para ser desenvolvida ocorre no finalzinho e pronto. Ou seja, acaba sendo um longa com um tremendo potencial, mas que facilmente poderia ser uma dessas séries médicas apenas de acontecimentos, e nada que justificasse a classificação como um filme mesmo. Não digo que é ruim a conferida, mas esperava ver um filme mesmo, e não esquetes de atendimentos médicos.

A trama acompanha Ollie Cross, um jovem paramédico de Nova Iorque que acaba de iniciar seu primeiro ano de trabalho. Ao escolher seu parceiro, que ficará ao seu lado enquanto ele dirige a ambulância, Ollie decide se juntar ao paramédico experiente Gene Rutkovsky. Pouco a pouco, ele vai aprendendo sobre a dura realidade da profissão, que o faz questionar todas as suas crenças sobre a vida e a morte. Acima de tudo, ele precisa de forças para conseguir suportar os horrores cotidianos de uma cidade com uma taxa de crimes tão alta.

O diretor Jean-Stéphane Sauvaire até trabalhou muito bem todas as cenas das ocorrências, fazendo com que seu filme ficasse com uma característica bem realista e forte na tela, porém faltou para ele entender um pouco mais do livro de Shannon Burke para que fizesse uma história mais densa em cima de tudo o que é trabalhado ali, de como o serviço altera a personalidade do protagonista, e da vivência completa de tudo, pois ele fez algo imponente, com personalidade, mas sem trabalhar uma história maior, ao ponto que você acaba de conferir e fica pensando: "ok, a vida maluca de um socorrista, como diz a ex-mulher do outro protagonista, é apenas salvar o mundo esquecendo de salvar a vida pessoal, mas e aí, cadê o restante". Ou seja, faltou o principal, desenvolver a história, fosse a do protagonista, ou do parceiro, ou qualquer algo a mais, como fez ao final, mas gastou 100 minutos de ocorrências para 25 de história, isso é fazer um curta-metragem, então falhou nesse sentido.

Quanto das atuações, Tye Sheridan é daqueles que sabem segurar a personalidade de seu papel sem expressar muito o teor dela na tela, e aqui seu Ollie Cross é daqueles paramédicos inseguros e sonhadores, que se acham anjos na Terra, mas que conforme vai trabalhando realmente com o serviço vai surtando aos poucos, e isso não fica claro até sua explosão, ou seja, segurou demais tudo e conseguiu ao menos não soar falso com sua entrega. Agora quem se jogou por completo em cena foi Sean Penn com seu Rut, de modo que mostrou ser daqueles que não chega alisando na hora de socorrer, partindo pro ataque, já vai rasgando a roupa do acidentado, fazendo torniquete e tudo mais em segundos o cara já está pronto para ir para a ambulância, e claro demonstrando também na personalidade tudo o que já passou ali nas conversas com o novato, ou seja, foi um parceiro-mestre bem colocado que chamou atenção e agradou com o que fez. Ainda tivemos outros personagens mais jogados na trama, como a namorada do protagonista e a ex-esposa do outro paramédico mais experiente, mas ambas apenas serviram para dar algumas leves conexões, então ficando a cargo de Michael Pitt ser um contraponto forte e até exagerado como um paramédico que não está nem aí com as vidas que joga, fazendo tudo da pior forma possível e deixando o protagonista ainda mais maluco com seu Lafontaine.

Visualmente como já disse acima o diretor criou ocorrências bem imponentes e realmente parecidas com muito do que os socorristas reais fazem diariamente, com tiroteios, pessoas drogadas, moribundos dormindo em locais que não podem, mortos já perecendo a dias, brigas e tudo mais com muita desenvoltura e realismo, ao ponto que em alguns momentos cheguei até pensar que o diretor colocou os atores realmente para trabalhar em uma ambulância por alguns dias e saiu filmando, mas aí seria um abuso exagerado, vemos também muitas cenas tórridas entre o protagonista e sua namorada, mas que não funcionaram muito para a essência da trama, e assim sendo faltou um algo a mais para mostrar a vida do jovem, apenas indo dormir um pouco no seu apartamento coletivo com alguns chineses.

Enfim, é um filme intenso, bem realista visualmente, mas que faltou um pouco mais de história para ir mais além, sendo interessante para quem sabe alguns jovens médicos estudarem a vida dos paramédicos das ambulâncias e ver se essa é uma vida que sonham em exercer, mas para quem for conferir esperando um algo a mais, a trama irá ficar devendo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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O Senhor dos Anéis - A Guerra dos Rohirrim (The Lord of the Rings: The War of the Rohirrim)

12/07/2024 01:45:00 AM |

Desde quando ouvi falar que fariam mais algo envolvendo o mundo de "O Senhor dos Anéis" fiquei com a seguinte mensagem na cabeça de que não era bom mexer em time que ganhou campeonato, pois embora os filmes da saga "O Hobbit" não sejam algo magistral, entregaram algo satisfatório e bem feito, mas pronto, chega de revirar o túmulo de Tolkien e seja feliz. Porém, ao saber que aqui viria algo meio puxado para o lado de anime/mangá, nas mãos de um mestre da arte, e que seria algo bem anterior a tudo, até falei vamos ver no que vai dar, mas todo dia que ia ao cinema e via o trailer tinha a sensação de que o filme inteiro ia ser uma enrolação gigantesca em cima do que já é mostrado ali, e foi dito e feito, de tal forma que "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" tem exatos 150 minutos e dava para resolver com extrema facilidade em 90 minutos longuíssimos, ao ponto que até temos um traço artístico bonito de ver, uma história bacana que até deram conexão com a saga nos atos finais, mas se inventarem de fazer uma continuação, confesso que pensarei em ser um dos poucos filmes que pularei de conferir, pois posso até ter ido talvez com uma expectativa que foi frustrada, mas faltou muito para empolgar, inclusive chegando a cansar no miolo, ou seja, não agrada.

Ambientado 183 anos antes dos eventos narrados na trilogia original de filmes, o longa conta o destino da Casa de Helm Mão-de-Martelo, o lendário nono Rei de Rohan. Um ataque repentino de Wulf, inteligente e implacável lorde Dunlending, em busca de vingança pela morte de seu pai, obriga Helm e seu povo a uma última e ousada estratégia, buscando refúgio na antiga fortaleza de Hornburg - que mais tarde será conhecida como o Abismo de Helm. Em uma posição cada vez mais desesperadora, Hera, a filha de Helm, deve se armar de coragem para liderar a resistência contra um inimigo mortal disposto a destruir tudo e todos que encontrar em seu caminho..

Diria que o diretor Kenji Kamiyama até teve a melhor das intenções com seu estilo de animação, com traços fortes, boas lutas e todo um contexto que encaixou bem na ideia do mundo de Tolkien, para mostrar como um dos ambientes icônicos da saga de Peter Jackson teve aquele nome, porém dava para ser muito mais curto, dava para cortar inúmeras cenas, e isso além de otimizar e melhorar a história, deixaria a produção muito mais barata, pois sabemos o quanto é trabalhoso desenhar frame a frame, renderizar e tudo mais. Ou seja, é o que costumo falar sobre filmes que acabam recaindo depois para séries, com dezenas de episódios de muitos minutos, que se bem condensado é entregue como um filme bem posicionado (temos o exemplo de "Moana 2" que foi lançado semana passada, que seria uma série e ficou perfeito como filme sem precisar se alongar), então o editor nunca pode ser o próprio diretor, e tem de ter quase que uma carta branca para cortar excessos, senão enrola, fica lento, cansa, e o resultado não acontece, que foi o que acabou virando essa trama, que como um amigo citou, não dá para espremer uma laranja que não tem suco.

Vou falar bem rápido dos personagens principais, pois o trailer abaixo já conta até mais do que o próprio filme, de modo que a jovem Hèra é imponente e deveria ter ido a luta bem antes do final, pois certamente impactaria bem mais com seu estilo forte, mas ficou muito de princesa, mesmo não querendo. Wulf é o famoso príncipe que acha que vai virar rei, mas só tem atitudes na hora do impulso, grita aos montes e não entrega nada, a famosa vingança em forma de surto que sabemos o rumo que vai levar. Já o rei Helm Mão-de-Martelo é daqueles brucutus gigantescos que na base do soco põe todo mundo para dormir, e sua desenvoltura na "volta da morte" foi bem sacada para assustar os bandidos, mas é o mesmo ritmo do começo ao fim, bate e não vai além, ou seja, faltou um algo a mais nele para chamar atenção. Quanto aos demais personagens, vale o destaque para Olwyn como uma fiel escudeira da protagonista, e o primo Fréaláf que deveria ter agido bem antes para chamar mais atenção, mas não foi quase usado.

Já disse e repito que os traços e o visual da trama é lindíssimo, tudo num 2D com muita profundidade, sombras e detalhes, que envolve e chama o público para si, com voos incríveis das grandes águias, e batalhas intensas com grandes "elefantes", numa destruição cheia de movimentos de "câmera" que fazem o 2D ter vida e nuances, ou seja, com muitos tons meio puxados para o sépia, e personagens quase com traços bem orientais, o resultado acaba agradando ao menos nesse sentido.

Enfim, é o famoso longa arrastado, que se não tivesse as batalhas facilmente colocaria todos da sessão para dormir, aonde o visual até impressiona e funciona, mas volto a frisar dá para cortar fácil pelo menos 60 minutos de cenas desnecessárias, e aí sim seria algo redondo e muito bem feito. Ou seja, se você for muito, mas muito fã mesmo da Terra Média e quiser se arriscar a ver, vá sem estar cansado, senão vai dormir na sessão, e se você não é fã, pegue os três primeiros filmes em versão estendida e assista, vai valer cada segundo de tela a mais, e você acabará virando fã, e até gostará dos filmes da saga "O Hobbit", mas ainda assim não irá curtir esse novo. Sendo assim deixo a recomendação, para todos os demais 6 filmes da Terra Média, não indico a série, pois não gosto de séries, e fico por aqui hoje.


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Inexplicável

12/06/2024 01:19:00 AM |

Desde o dia que vi o trailer de "Inexplicável" já apostei todas as minhas fichas de que seria um filmaço, primeiro por trabalhar um tema real forte, segundo que a onda de filmes religiosos/milagres tem feito sucesso em todo o planeta e não seria diferente no Brasil, e terceiro que ainda apoia uma causa nobre com parte da renda revertida para o GRAACC. E pronto, todas as fichas acertaram em cheio, pois além de ser incrível como história, trabalha a fé como um todo, não sendo dessa ou daquela religião, tendo uma trama de esperança, força e envolvimento, e mais do que isso, algo bem interpretado pelo elenco em cima da história real, contada com muita desenvoltura na tela sem recair para o lado novelesco, ou seja, perfeito demais, e o melhor sem forçar a barra, que é uma característica do gênero. Claro que dava para ser um pouco menor, mas não chega a ser um incômodo para quem curte o estilo, e assim sendo posso dizer que funcionou demais.

Baseado em uma história real, o longa nos conta que quando um menino de 8 anos apaixonado por futebol é diagnosticado com uma doença gravíssima, sua família precisa de força e fé para encarar as complicações da doença.

O mais fora do normal é pensar como chegou a ideia na cabeça do diretor e roteirista Fabrício Bittar que é conhecido pelas comédias mais jogadas possíveis que tivemos, mas ele soube pegar com uma precisão cirúrgica o livro do escritor Phelipe Caldas e transformar em algo tão sincero, tão cheio de nuances e envolvimento, que praticamente muda completamente sua assinatura, e claro para muito melhor, pois com sutilezas bem marcantes, usando e abusando do estilo de não saber orar, de receber uma oração, ter uma força maior para tudo, e brincando de um modo bem sério com os personagens ao ponto de darem seus máximos também, o resultado aparece fácil na tela, comove e funciona, de tal maneira que certamente você irá ficar fã do trabalho dele, ao menos aqui. Ou seja, diria que era o estilo que faltava para que o Brasil entrasse numa estrutura de cadeia de filmes "milagre" como alguns chamam lá fora, pois já tem mais um com trailer saindo hoje, que chega aos cinemas em breve, mas depois falarei dele.

Quanto das atuações, sempre gostei do estilo que Letícia Spiller entrega para suas personagens, de modo que aqui sua Yanna é uma mulher forte, grávida e que tem muita fé, ao ponto de ser completamente o oposto do marido, tendo atos bem positivos, mas também sendo insegura quando a barra aperta, ou seja, se jogou muito, foi emotiva ao máximo, chorou ao máximo e não ficou no básico, agradando bastante. Agora Eriberto Leão foi centrado ao máximo com seu Marcus, explodindo nos atos mais intensos, não tendo crença nenhuma e se abalando quando tudo ia perdendo o rumo, fazendo uma entrega tão perfeita e tão expressiva, que não consigo lembrar de nenhum personagem que ele se doou tanto, ou seja, faz o pai na medida, e na cena que o senhor faz a comparação com o bebê se eu sou ele o velho não estaria vivo pra aparecer no filme. O garotinho Miguel Venerabile foi muito bem no que teve de fazer com seu Gabriel, precisando raspar o cabelo, fazendo as cenas quase que imóvel em diversos atos, sendo movimentado ao máximo e representando no que fez para agradar com um papel difícil para uma criança. Quanto aos médicos, nem tenho o que pontuar pois foram incríveis demais nas atitudes cênicas, de modo que  André Ramiro que muitos lembram de seu primeiro papel em "Tropa de Elite" até hoje, vai ter um novo personagem para ser lembrado, pois seu Christian é imponente e bota a banca de um médico que briga por seus pacientes, e Victor Lamoglia que também é muito mais conhecido pelas comédias que faz deu um ar tão emocional, tão bem feito para o fisioterapeuta Neto que merecia o prêmio de carisma pelo que fez na tela, entre muitos outros bons atores que entregaram tudo e mais um pouco no longa.

Visualmente o longa mostrou bem uma família classe média alta, pois em momento algum vemos falar de trabalhos dos pais, apenas estando muito presentes com o garoto no hospital que certamente utilizaram alguma ala dos dois hospitais da trama para não precisar construir cenograficamente toda a boa representação na tela, os atos do carro ficaram um pouco exagerados por não ter quase ninguém no caminho nas ruas e avenidas, agora algo que pode ser que tenha acontecido realmente, mas que eu particularmente quis morrer é o garoto acabar de ter alta e mandar uma feijoada (batida) para dentro, aí foi forçar a amizade. Mas tirando esse detalhe, os ambientes foram muito bem representados, as cenas de reanimação ficaram bem intensas com os aparelhos, e até mesmo a cirurgia acabou bem na tela, todos os desenhos das crianças, figurinos, e até mesmo o ginásio com os jovens jogando e tudo mais.

O longa conta com a canção belíssima "Gratitude" de Brandon Lake tocada diversas vezes no filme e emociona, principalmente pela letra e claro pelo tom que coloca nos momentos em que entra, então foi um grande acerto da produção fechar com a escolha.

Enfim, é um estilo que particularmente gosto bastante quando conseguem acertar e me emocionar, ao ponto que como falei no começo, já tinha apostado que gostaria do longa desde o trailer, então fui conferir com as expectativas lá no alto e não me decepcionei com o que vi, e se eu tivesse notas quebradas daria um 9,5 por algumas cenas meio que desnecessárias (a da feijoada principalmente) e talvez por ficar um pouco alongado, mas isso não chega a incomodar o público. Então vá conferir, colabore com a campanha vendo nos cinemas para que a arrecadação seja boa para o GRAACC, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais dicas.


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Netflix - O Trem Italiano da Felicidade (Il Treno dei Bambini) (The Children's Train)

12/05/2024 01:23:00 AM |

Vi muitos filmes do antes da Guerra e do durante, mas não lembro de tantos do pós-guerra, e com o lançamento da Netflix de hoje, "O Trem Italiano da Felicidade", é possível ver um pouco da situação crítica que muitas famílias italianas do Sul viveram com fome e pobreza, ao ponto de precisar "vender" ou mandar seus filhos para famílias do Norte cuidarem para que não morressem de fome, e a trama vai trabalhar bem a essência de família é a que cria, que dá amor, mas também sabemos que a conexão com uma mãe que você viveu por um bom tempo sempre existirá, mesmo que tenha seus problemas, e usando claro de elementos sentimentais, a trama entrega um garotinho muito bem colocado como protagonista, vivendo com uma líder do partido que não estava preparada para cuidar de uma criança, mas que se apega demais a ele. Ou seja, o famoso filme que muitas mães vão se conectar, mas que vale a conferida para todos, pois é bem trabalhado e bonito pela dinâmica, que talvez pudesse ir um pouco mais além, mostrando um pouco mais do miolo da vida do garoto, mas que agrada pelo que é mostrado.

A narrativa situa-se em 1946, na cidade de Nápoles, logo após a Segunda Guerra Mundial. Amerigo Speranza é um garotinho de sete anos que nunca saiu de Nápoles, onde mora com sua mãe, Antonietta. Seu mundo é composto por ruas e pobreza, mas tudo mudou quando o mesmo embarca em um dos trens da felicidade, rumo a uma aventura extraordinário que mudará sua vida para sempre. Ali, a criança passará o inverno no Norte e conhece a jovem Derna, que o receberá e cuidará dele. Ao lado de Derna, Amerigo adquire uma consciência que o colocará em uma escolha dolorosa a respeito da sua vida. Ele levará muitos anos para descobrir a verdade: quem te ama não te segura, mas te deixa ir. O filme explora temas como pobreza, resiliência e humanidade, oferecendo uma visão emocionante e profunda de uma Itália marcada pela guerra, mas cheia de esperança.

Diria que a diretora Cristina Comencini foi bem segura da forma que desejava trabalhar o livro de Viola Ardone, de tal forma que a trama conta bem a história do garotinho e não tanto a história do homem que inicia o longa, pois faltou trabalhar um pouco mais a juventude e tudo mais que certamente está presente no livro, mas como viu que o garoto se saiu incrivelmente bem em suas cenas, optou por segurar mais o longa dessa maneira. Ou seja, ela não quis dar tantas dinâmicas na situação de fechamento, porém ainda assim foi bonita de ver com a forma entregue, mas soube pontuar bem a época, as lutas de categoria, e até mesmo a insegurança do desconhecido, que acaba sendo emocional na medida, principalmente pelas boas atuações do trio protagonista e também dos garotos bem entregues nas dinâmicas. Talvez um pouco mais de situação de tempo valeria para que o filme ficasse mais imponente, mas para isso o longa precisaria trabalhar a juventude e tudo mais, então a opção de fechamento foi bem clara para retratar o amor, e assim funcionou.

Como já falei acima, as atuações fizeram com que o filme fosse para um rumo que acredito nem ter tanto no livro, pois o garotinho Christian Cervone conseguiu passar muito carisma na tela, brincando com tudo, se divertindo ao máximo, e fazendo de seu Amerigo um personagem que cativou ambas as situações, de ficarmos com pena de ambas as "mães", mas também entender a situação, ou seja, fez seu papel com primor. Serena Rossi fez a mãe pobre do Sul, Antonietta, com um olhar denso de dúvida do que fazer com o filho, que não quer ver morrer igual o outro de fome e doença, mas também não quer desapegar dele, afinal é seu filho, e vemos nela muita presença e dinâmica, sabendo como se portar e aonde segurar a emoção para não dar a quebra de cara, mas demonstra com as atitudes. Já Barbara Ronchi mostrou que não tinha nada de traquejos como uma mãe, de modo que sua Derna é seca num primeiro momento, sem saber como agir, mas depois que se apega ao garoto, a química entre eles é a de família, e a essência de olhares, as tímidas entregas sutis acabam florescendo e agradando demais na tela com tudo o que faz. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, principalmente os garotinhos, o "tio" que lhe dá seu futuro emprego, e até boas dinâmicas com muitos outros atores, de modo que Stefano Accorsi também tenta emocionar com seus atos de Amerigo já mais velho, mas não funcionou o tanto que precisava.

Visualmente a equipe de arte trabalhou muito bem, pois começou mostrando uma Itália na guerra, sendo bombardeada e tudo mais, sem precisar de um ambiente gigantesco, depois mostrando no pós-guerra a miséria do Sul, com a mãe precisando se prostituir e vender café contrabandeado para o pouco sustento, mostra bem o trabalho dos membros do partido comunista preparando as crianças para serem enviadas, com banhos, roupas e numerações, depois todo o processo no trem, e claro a mudança para um Norte mais produtivo, com as festas do dia do trabalho, alguns mortos perdidos e toda a simbologia entre as comidas diferentes, principalmente entre salame e mortadela, ou seja, um rico trabalho de pesquisa e de cenografia que impressiona.

Enfim, é um filme gostoso de conferir, que mesmo tendo um tema meio que pesado acaba sendo envolvente e bem desenvolvido na tela, aonde vemos boas dinâmicas e sacadas, que talvez até pudesse ter ido mais além, mas aí precisaria se alongar mais, e isso acredito que acabaria cansando também o público, então vamos considerar o resultado que foi trabalhado, e a indicação está feita. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Netflix - Enfeitiçados (Spellbound)

12/03/2024 12:29:00 AM |

Uma coisa que certamente veremos muito em breve são longas de animação cada vez mais bem trabalhados dentro da Netflix, afinal a Skydance Animation assinou um contrato de produção de vários filmes para serem exibidos no streaming, e quem ganha com isso é o público, pois a qualidade da produtora é daquelas que procura trabalhar bem texturas, e principalmente colocar temas bem mais envolventes dentro de suas histórias, não sendo apenas algo jogado para divertir, ou seja, é um longa completo que facilmente agrada toda a família. Dito isso, o longa "Enfeitiçados" até tem uma pegada interessante que ao final acaba sendo bem mais densa do que parecia, que talvez gere algumas controvérsias nas discussões familiares, mas que acaba sendo bacana de se pensar como foi introduzida para os pequenos. Só diria que o miolo é um pouco arrastado demais, e que dava para algumas das situações não serem tão cantadas, ou então encontrar ritmos diferenciados que não fossem apenas o orquestrado, pois ali muitos podem destoar e mudar de canal, afinal já disse isso outras vezes, que no cinema a opção é o cidadão ir embora bravo por ter pago o ingresso, já no streaming com tudo pago, é só trocar o filme ou ir dormir que já está pago mesmo pelo mês todo.

O longa acompanha as aventuras de Ellian, a tenaz princesa que precisa sair em uma ousada missão para salvar sua família e seu reino depois que um misterioso feitiço transforma seus pais, o rei e a rainha de Lumbria, em monstros.

Quase ninguém lembra da diretora e roteirista Vicky Jenson, mas ela foi a responsável por começar a saga "Shrek" lá no começo dos anos 2000, ou seja, ficou um pouco desaparecida do meio, mas voltou com um estilo próprio que pode ser que pegue bem, afinal trabalha um tema complexo que é a quebra familiar, que desenvolvido com muitas cores, músicas e texturas acaba fluindo bem na tela, sendo daquelas obras que talvez alguns estranhem ver de um modo simbólico, mas que acaba tendo um resultado interessante na tela, que só não é melhor pelo exagero musical, que até concordo de uma boa animação ter cantoria, mas a cada minuto como ocorre aqui é meio forçado, e talvez pelo ritmo dar uma desacelerada no miolo, que chega a cansar, mas no restante ela mostrou o motivo de ter feito tanto sucesso no passado com personagens carismáticos em segundo plano e que juntos conseguem passar a mensagem subliminar.

Como costumo fazer com animações, optei por ver a trama dublada, e claro que fizeram todas as canções nas versões nacionais, e assim transmitiram mais carisma para os personagens na tela, de forma que a protagonista Ellian é bem cheia de dinâmicas, tem uma personalidade forte, mas ainda assim é meiga, e seu tom funciona para toda a proposta da trama. Os pais transformados em monstros são divertidíssimos, com uma pegada bem maluca no melhor estilo de cães gigantes se atacando e brigando o tempo inteiro, mas também perseguindo os demais que não gostam, fora brincar com tudo. O pequeno bichinho roxo tem boas dinâmicas e quando encontra com seus demais fazem a bagunça ficar completa. E os demais trabalharam boas entregas, meio que só de correria, tendo destaque para os oráculos por serem meio diferentões, mas nada que chame muita atenção.

Visualmente a trama é belíssima, recheada de cores, de cenários, efeitos e personagens, tudo com muita textura, muitos elementos desabando no castelo pelos bichões saírem pulando para todos os lados, e que junto de um pouco de magia com o controle remoto dos oráculos deram um brilho a mais para tudo, o veículo cinco estrelas deles também foi bem sacado, entre outros elementos que funcionaram como símbolos na jornada de todos, tendo os obstáculos para desviar a atenção, o fator desapego e até mesmo o olhar somente para si que teve uma boa representatividade na tela.

Enfim, é uma animação bonitinha que tem uma pegada lúdica interessante, e que funciona para emocionar de certa forma ao passar boas lições para famílias que brigam demais e que por vezes até se separam, e como isso fica para a criança, e assim sendo vale a dica para conferir e refletir. Claro que tem seus defeitos, que já falei mais para cima, mas é agradável e divertida, então vale o play. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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Amazon Prime Video - Alice: Subservience (Subservience)

12/02/2024 01:00:00 AM |

Se eu não soubesse que está praticamente finalizado para ser lançado "M3GAN 2.0" certamente falaria que o longa da Amazon Prime Video, "Alice: Subservience", era um derivado do longa de 2022, pois tem a mesma pegada tecnológica, só que ao invés de uma boneca futurística, aqui temos uma doméstica androide que obedece por completo o usuário primário, servindo ele das mais diferentes formas que desejar, limpando, cuidando das crianças, fazendo comida, e até outros serviços caso deseje, porém ao resetar a androide com um pedido inusitado, essa cria uma nova fonte de programação, e aí o proteger e servir passa a ser de acordo com a ideologia da androide, ou seja, ela cria sentimentos e vida própria com muita intensidade, até a mais do que deveria. Claro que no filme vemos um futuro digamos exagerado aonde praticamente tudo é usado androides, mas chega a dar um medinho de termos isso num futuro próximo, de modo que o pessoal da programação vai precisar estudar demais os códigos fontes para que não saia o legal pelo trágico.

O longa nos conta que o protagonista está enfrentando dificuldades para dar conta de cuidar das finanças da casa, da criação da filha criança enquanto sua esposa, Maggie (Madeline Zima), está acometida por uma doença séria e debilitante. Como último recurso, ele adquire uma inteligência artificial com uma semelhança humana impressionante chamada Alice. A tecnologia humanóide está disposta a fazer absolutamente tudo para satisfazer seu dono, desde arrumar a casa até matar em nome dele.

Diria que o diretor S.K. Dale segurou demais os atos intensos da produção para o final, de modo que até acreditei que ele não iria entregar quase nada nos momentos finais deixando tudo para uma continuação, porém ele quis colocar muitas dinâmicas para "humanizar" a robô e desenvolver mais sua memória para que os traquejos androides não fossem apenas jogados na tela, e assim sendo o resultado acaba sendo bacana de ver na tela. Ou seja, é daqueles filmes que tem tudo para dar errado, mas também pode dar muito certo, e o diretor soube usar com personalidade um estilo tranquilo para que seu filme funcionasse na tela sem precisar soar tecnológico demais, o que acabou sendo interessante, pois usando claro uma tecnologia futura, qualquer erro meio solto seria imensamente criticado, e ainda escolheu atores certeiros para que o papel ficasse dentro do esperado.

Quanto das atuações, posso dizer facilmente que o diretor de elenco foi um gênio, pois colocar Megan Fox que sempre reclamam de ter interpretações robóticas como Alice foi uma tremenda de uma sacada, pois a atriz caiu muito bem de uma robô sexy e ainda fazendo seus trejeitos sem grande expressividade para funcionar como o papel precisava, ou seja, um tremendo de um acerto. Michele Morrone até tentou fazer seu Nick interessante, mas é o famoso ator que não tem expressividade, sendo apenas galanteador pelos filmes que já fez, e que aqui tentou ser um pai bem colocado, mas só serviu mesmo para os atos mais pegados com a protagonista, pois no restante só fez caras e bocas e não foi muito além. E falando nos filhos, a garotinha Matilda Firth até apareceu bem em algumas cenas com sua Isla, mas praticamente fica em segundo plano o longa inteiro, o que não é bacana de ver em filmes desse estilo, mas foi opção do diretor. Madeline Zima até teve uma entrega razoável com sua Maggie nos atos finais, mas por estar adoentada (até achei que a personagem tivesse morrido pelo começo!), ficou no primeiro ato quase que inteiro sem aparecer, ou aparecer bem pouco, o que acabou não dando um grande destaque para ela. Quanto aos demais, vale um leve destaque para Andrew Whipp com seu Monty, mas mais pelo pau que toma da androide, e pelo jeitão falso amigo que foi do protagonista.

Visualmente o longa foi interessante pela proposta robótica, mostrando vários personagens androides como médicos, garçons, operários e tudo mais de forma bem realista e interessante, tivemos uma casa de classe média alta tradicional americana, com a famosa garagem aonde o cidadão passa anos mexendo no seu carro, um hospital simples e algumas cenas de luta bem intensas na frente da casa, mas sem grandes chamarizes que pudesse mostrar aonde do futuro foi posicionado o longa.

Enfim, é um filme interessante de proposta, que talvez pudesse ter ido mais além, mas que não incomoda e até serve como um passatempo razoável, sendo daqueles que talvez um dia chame mais atenção, ou então seja mais visto quando lançarem uma continuação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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A Perfect Love Story where nothing goes wrong or does it..?

12/01/2024 06:28:00 PM |

Se tem um estilo que procuro evitar, mas que acabo sempre caindo é o tal do experimental, pois tem que ter uma mente muito aberta para entrar no clima que os longas desse estilo propõem, e mais do que isso, tem que mergulhar na ideia para retirar algo proveitoso das situações jogadas na tela. Começando o texto assim, já até para imaginar o que achei do longa "A Perfect Love Story where nothing goes wrong or does it..?", pois é daqueles filmes que tentam misturar tudo na tela: um romance, um assalto, um plano mirabolante em meio ao caos, uma fuga estilo road-movie trocando de roupas e escondendo o dinheiro, várias paisagens da Bósnia-Herzegovina, amigos, parentes, conflitos em festas, sonhos e ideologias, e claro para completar um filme dentro de outro filme que está filmando um filme, ou seja, muita coisa e ao mesmo tempo nada, que talvez alguns até filosofem mais sobre a trama e consigam se envolver com o que é entregue, mas são apenas 80 minutos que parecem ser muito mais longos e repetidos, de tal forma que praticamente eu concordaria com o produtor no começo do filme que fala que a história do filme que a moça está querendo fazer não é comercial e não seria fácil dela vender para ninguém, e assim ele me representou.

A sinopse nos conta que na cinzenta cidade de Sarajevo, um jornalista francês exilado e uma jovem aspirante a artista dão seus primeiros passos em uma existência marginal. Eles deixam a cidade com os bolsos cheios de dinheiro de um assalto a banco e procuram no interior da Bósnia ou no mar da Croácia a chave para a independência e uma vida criativa, sem saber se terão sucesso, se perderão tudo, se ficarão juntos, se separarão...

Diria que a estreia da diretora e roteirista Emina Kujundžić foi interessante pela ideologia de trabalhar o abstrato de uma forma bem colocada na tela, porém precisaria desenvolver melhor sua trama para que ela tivesse conexões mais funcionais, que a metanarrativa se bem usada até causa sensações bacanas no público, mas para isso tem de fazer sentido a proposta, e não apenas algo bonito jogado. Claro que se focarmos só nos dois personagens principais, o longa até mostra uma perspectiva de um casal em fuga, tentando se encontrar, mas a fuga deles parece tão calma quanto alguém que sacou um dinheiro no banco e foi para o shopping tomar uma casquinha, e sabemos que não existe ninguém tão frio a esse ponto no meio dos roubos. Ou seja, talvez analisaria a história como sendo a diretora-personagem apenas imaginando e contando para o amigo/namorado como funciona sua ideia sem estar filmando, apenas citando ideias e ideais, e o rapaz imaginando tudo, mas pra imaginar bem toda essa estrutura diria que dava para ficar mais elucidativo e funcional.

Quanto das atuações, diria que Victor Bessière e Amina Dizdarevic até tiveram uma boa química nos seus atos, mas seus personagens são vagos assim como não possuem nomes, apenas uma paixão inicial avassaladora que vai se diluindo entre festas e encontros, que vai mudando as perspectivas e entregas, para que ao final entreguem como um amor vai perdendo o brilho, mas ainda assim tem de chegar ao fim, de modo que seus olhares mudam durante todo o longa, seus traquejos e assim apenas acabam entregando algo bem feito dentro do que o longa pedia, mas sem florescer algo chamativo para que o filme funcione melhor. Quanto aos demais personagens, todos foram bem jogados na tela, não tendo nem propostas de desenvolvimento, nem algo que chamasse atenção para eles, o que resulta em enigmáticas conexões de uma trama.

Visualmente a trama é bem bonita, tendo passagens por uma cidade toda esfumaçada, com um trânsito infernal, cenas numa montanha cheia de neve, cenas em um rio bem bonito, casas mais antigas, e muitas estradas por onde o casal passa, tendo algumas fronteiras cruzadas com personagens meio que aleatórios discutindo lei e analisando a beleza do carro dos protagonistas, em algo que até tem um bom floreio, mas que serve apenas para encher os olhos.

Enfim, é um longa simples aonde a diretora até teve muitas ideias, porém não soube como conectar bem elas, entregando algo solto demais para empolgar. Ou seja, recomendo ele apenas para aqueles que quiserem filosofar um pouco dentro do conceito, que talvez até cheguem em algum lugar mais além do que eu cheguei, mas do contrário muitos apenas verão algo mediano demais dentro de um conceito abstrato demais. E é isso meus amigos, fico por aqui agora agradecendo o pessoal da Sinny Assessoria pela cabine de imprensa, e volto mais tarde após conferir mais um filme.


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Cabrini

12/01/2024 03:17:00 AM |

Sempre que vejo que algum filme religioso vai estrear fico com muito medo de qual o tipo de abordagem vão trabalhar, pois se focam demais na pregação a trama acaba virando um culto chato que esquecem de trabalhar a síntese do bom cinema, mas quando deixam isso de lado e vem encabeçado por um grande estúdio como é o caso de "Cabrini", aí você pode ir preparado para se envolver e conhecer tudo e mais um pouco da personagem trabalhada, vê muitas situações de fé e determinação, e claro também vê muitos desafios de ordem por vezes machistas e outras políticas. Ou seja, é um filme que como sempre gosto de falar que quando entregam uma biografia de alguém que não conhecemos nada, e que consegue passar sinceridade na tela, o resultado acaba sendo tão imponente e envolvente que nem vemos o tempo de tela que ficamos conferindo, e olha que nesse judiaram de nós colocando uma trama de 142 minutos numa última sessão, e nem sentimos cansaço.

O longa narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini, uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Acompanhe a ascensão dessa mulher audaciosa, que, enfrentando o sexismo e a aversão anti-italiana da época, se torna uma das grandes empreendedoras do século XIX, transformando vidas e deixando um legado de compaixão em meio à adversidade.

O diretor Alejandro Monteverde levou milhares de pessoas para os cinemas no ano passado com seu filme "Som da Liberdade", que até teve uma pegada interessante, mas forçou demais a barra para emocionar e comover, ao ponto que muitos amaram e outros simplesmente não conseguiram enquadrar a ideia como cinema realmente, porém agora é notável que ele aprendeu com seus próprios erros, pois não temos atos exagerados com emoção fora dos padrões que a trama pedia, não vemos a protagonista como uma heroína fora de série, mas sim uma mulher perseverante que não se deixou abalar pela doença quando pequena, e que com muitas sequelas não deixou que ninguém lhe falasse um não de forma fácil, e assim conseguiu ir bem longe com seus ideais e objetivos. Ou seja, o diretor fez um épico bem trabalhado na tela, que funciona como uma boa trama de cinema e ainda passa a mensagem espiritual religiosa, mas sem precisar transformar a sala do cinema em um culto.

Quanto das atuações, Cristiana Dell'Anna incorporou tão bem a presença cênica de sua Francesca Cabrini que você em momento algum tenta lembrar dela em outro personagem, e olha que ela está em muitos longas da Netflix, de tal forma que trabalhou uma entonação vocal forte, uma personalidade imponente e determinada, e principalmente soube segurar seus atos do começo ao fim, o que acaba soando marcante e mostrando que a atriz tem brilhantismo. Romana Maggiora Vergano também entregou cenas bem trabalhadas para que sua Victoria tivesse presença junto de um olhar cativante, ao ponto que mesmo nos atos que está mais escondida consegue chamar a câmera para si. Giancarlo Giannini fez bons trejeitos para que seu Papa Leão XIII tivesse dinâmicas simples, porém bem encaixadas junto da protagonista. E da mesma forma David Morse fez um arcebispo Corrigan bem direto e imponente. Ainda vale dar destaque para John Lithgow como um prefeito sem muitos escrúpulos, mas que soube negociar bem no ato final, e claro Patch Darragh com seu Dr. Murphy bem simples, porém objetivo em seus atos junto com a protagonista.

Visualmente a trama trabalhou muito bem o desenvolvimento artístico da época com bondes, charretes e até "carro" dos bombeiros movidos a cavalo, muitos homens de cartola nos altos cargos, senados e tudo mais, um clero bem montado e representativo, com uma Roma calma e sem tantos turistas (conseguiram fazer boas imagens sem tumultos), figurinos marcantes para todos os italianos bem sujos e jogados à margem numa Nova York quase sem grandes prédios e uma Estátua da Liberdade recém inaugurada, vemos as criações dos orfanatos mais simples e todas outras ousadas construções que a madre foi fazendo junto com suas ajudantes, fora bordeis e claro os túneis da cidade aonde muitos viviam e morriam, ou seja, um trabalho da equipe de arte primoroso de elementos que acabaram funcionando demais na tela.

Enfim, não tinha nem visto o trailer nem escutado nada sobre o filme, apenas lido a sinopse e que era uma trama religiosa, então fui sem muitas pedras para tacar nem expectativas criadas para o que veria, e o resultado foi bem satisfatório, emocionante e envolvente ao ponto de valer recomendar, só pesando um pouco a mão na duração e em alguns atos faltantes que talvez até tenham sido filmados, mas que alongaria ainda a trama, mas nada que desabone o resultado final dessa grandiosa produção, valendo recomendar com certeza. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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