O longa acompanha um trio de astronautas de elite a bordo de uma missão de anos, possivelmente comprometida, à lua Titã, de Saturno. À medida que a equipe se prepara para uma manobra de estilingue altamente perigosa que os catapultará para Titã ou para o espaço profundo, torna-se cada vez mais difícil para um astronauta manter a noção da realidade.
O mais bacana do diretor Mikael Håfström é que ele realmente quis fazer a cabeça do público ficar tão confusa quanto as dos protagonistas, só tendo uma leve diferença que eles estavam sob efeito de drogas para hibernarem na viagem pelo espaço, e nós não, mas essa brincadeira ficou bem interessante, principalmente pelos atos finais, pois até mais da metade, tudo flui normal, e mesmo tendo toda uma loucura presente pelas efeitos colaterais das drogas, o diretor usa de muitos símbolos e dinâmicas, e assim o resultado funciona bem, mas quando tudo bagunça de vez, aí nem com muito roteiro pronto na mão você irá ficar com o queixo na boca, pois chega a dar vontade de voltar tudo e ver novamente para ver se não houve um erro, e quando isso é feito com acerto, aí sim merece aplausos, pois alguns diretores até tentam fazer essa jogada, mas aí vira uma bagunça e nada flui.
Quanto das atuações, Casey Affleck é daqueles atores difíceis de conseguirmos nos envolver, mas diria que seu John pode ser considerado um dos seus melhores papeis que ele desenvolveu, pois o que ganhou o Oscar qualquer um que estivesse naquele papel ganharia, e aqui sua entrega teve nuances conflituosas, olhares pesados cheios de trejeitos, e dinâmicas fechadas aonde ele precisou se mostrar realmente como um ator, sem ter muitos artifícios para se livrar, e assim sendo acabou agradando com o que fez. Certa vez conversando com um amigo sobre atuações, comentei de alguns atores que devem ser difícil contracenar pela imposição cênica que entrega, e Laurence Fishburne é um deles, de modo que aqui seu Capitão Franks tem um quê explosivo da mesma forma que tem dinâmicas abertas, e assim sendo ele segura o seu personagem e todos os demais ao seu redor, o que agrada bastante, mas também incomoda bastante, e certamente era isso que o papel pedia, e ele fez com precisão. Já Tomer Capone fez com seu Nash fosse tão desesperado quanto impulsivo, de modo que vemos seus medos e nuances incomodarem não só nós, quanto também os demais ao seu redor, e essa essência foi muito bem entregue pelo ator do começo ao fim. Ainda tivemos algumas cenas de Emily Beecham com sua Zoe, mas chega a ser quase que exagerado suas quebras, e isso incomodou um pouco.
Visualmente o longa tem um lado mais simples que é o dentro da nave, com ambientes todos em branco e azul, tendo apenas algumas telas e claro a câmara de hibernação com o preparo das drogas sendo injetado para o protagonista dormir durante 90 dias, tendo algumas cenas mais intensas numa cozinha e também numa espécie de bicicleta para os treinos, além de alguns momentos dentro do reator da nave, mas também tivemos atos mais marcados na Terra com o protagonista vendo as apresentações da viagem num telão com outros candidatos, cenas numa academia e também no quarto com a namorada, tendo toda uma ambientação bem bonita.
Enfim, é um filme que fui conferir esperando algum entretenimento e acabei com uma boa dor de cabeça pela confusão toda que me entregaram, e isso não é ruim de forma alguma, pois mostrou-se um longa intenso e marcante como desejava conferir, e assim sendo recomendo ele com certeza. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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