O longa nos mostra que Lynette, que acorda todas as manhãs antes do nascer do sol para conciliar vários empregos – nem todos decentes – enquanto cuida da mãe, Doreen, e do irmão mais velho, Kenny. Lynette foi endurecida por sua vida precária; seu quarto abriga a lavadora e secadora, um aquecedor a óleo e uma pia de serviço. Há pouco ou nenhum dinheiro para roupas novas ou para guloseimas. Lynette passou necessidade para economizar dinheiro e comprar a casa em ruínas que sua família alugou por décadas, em uma área onde a palavra com "G" – gentrificação – deixou um gosto amargo; as classes trabalhadoras estão sendo expulsas da cidade. Havia um plano para obter uma hipoteca sobre a propriedade, mas quando isso descarrila, ela é forçada a empreender uma odisseia desesperada em uma cidade gananciosa. Lynette precisa confrontar pessoas perigosas que lhe devem dinheiro.
Sinceramente pensei que hoje ao pesquisar o nome do diretor Benjamin Caron veria que esse foi seu longa de estreia, pois são bem nítidas as falhas de estreante na trama, mas não, ele tem um currículo invejável de grandes produções bem elaboradas na TV e no cinema, ou seja, aqui ele praticamente pegou um roteiro mal dimensionado e entregou algo simples e sem inversões demais, que acaba sendo desanimador para falar a verdade, mas que tinha tanto potencial, que nunca saberemos o real motivo dele não ter transformado seu longa em algo político e cheio de dinâmicas. Claro que isso é algo subjetivo, pois a trama pode ter um significado emocional para algumas pessoas, e até mesmo para o diretor, mas dava para criar muito mais, ser um longa até mais aberto no miolo, porém ao escolher desenvolver, era necessário explodir mais o fechamento, pois ficou literalmente algo falho.
Quanto das atuações, sabemos o potencial de Vanessa Kirby, e acredito que a atriz tenha sido uma escolha errada para o papel, pois a trama pedia uma mulher mais jovem, mas ainda assim ela conseguiu fazer com que sua Lynette tivesse intensidade, e principalmente não demonstrasse medo das suas atitudes mais fortes, ao ponto que soube segurar o longa, mas ator algum consegue salvar um fechamento ruim de roteiro! O jovem Zack Gottsagen também trabalhou bem os poucos momentos expressivos de seu Kenny, tendo uma conexão até que bem gostosa com a protagonista, e usando claro o carisma do rapaz. Agora outro péssimo aproveitamento de potencial foi jogar Jennifer Jason Leigh como a mãe da garota, sendo usada apenas para três cenas, que claro foram imponentes, mas uma atriz do gabarito dela jamais serviria apenas para isso. Stephan James até teve alguns momentos marcantes junto da protagonista, mas podemos dizer que foi algo meio que preconceituoso da parte dela, e do roteiro para com seu Cody, mas sabemos que é assim mesmo que as coisas ocorrem. Ainda tivemos alguns outros atos para tentar dar nuances com Michael Kelly com seu Tommy dando as nuances do passado da jovem, Eli Roth com um Blake mais ainda chamando para o terror do passado dela, e Sean Martini como um arrombador de cofres meio estranho, mas nenhum conseguiu chamar o filme para si, e assim foram apenas bem secundários mesmo.
Visualmente o longa mostra bem a gentrificação, e até usa o termo em um momento no elevador de um prédio chique, tivemos a casa da protagonista caindo aos pedaços, mas sendo o que ela ama, cheia de detalhes simples, mas tudo bem utilizado, tivemos o escritório aonde ela ia fazer o empréstimo (aliás o longa começa mostrando muito desse mundo de dívidas de aluguéis e hipotecas americanas, falando a todo tempo no rádio sobre isso também), e falando em rádio tivemos a protagonista em um carro simples e depois em uma tremenda máquina do seu cliente, tivemos o apartamento do amante da amiga político com seu cofre escondendo alguns segredos, e claro os bairros periféricos com seus crimes na rua e nas casas, ou seja, uma trama bem completa de ambientes da cidade.
Enfim, é um filme que tinha muitas nuances para ir além e acabou ficando no básico sem empolgar, e assim sendo não vale a recomendação, mesmo estando no topo dos mais vistos da plataforma, então se quiser arriscar é por sua conta, mas não vai valer o tempo perdido de tela nem como um passatempo. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...