O longa acompanha a vida de dois meio-irmãos que, após encontrarem seu pai morto no banheiro, são alocados para um lar adotivo. Andy e Piper acabam na casa de Laura, sua nova guardiã, que é afastada da cidade grande. Uma descoberta aterrorizante é capaz de destruir para sempre a relação dos dois, e até mesmo transformá-la em uma dor profunda.
Se a estreia dos irmãos Danny e Michael Philippou com "Fale Comigo" foi tão sensacional, certamente muitos já ficaram esperando o que eles iriam entregar no seu próximo trabalho, e aqui não decepcionaram na entrega, sendo mais uma trama bem forte em diversos atos, porém sem aquele arrepio que o primeiro trabalho deles conseguiu fazer, ao ponto que a entrega que acontece aqui tem uma pegada levemente misteriosa, mas você acaba indo conferir já sabendo bem todas as intenções da trama, e a direção peca justamente nesse sentido de não criar o inesperado. Claro que o roteiro ficou bem trabalhado, as dinâmicas são intensas e toda a síntese da trama causa um certo temor, mas faltou para eles colocar o espectador também "em risco", pois os arrepios não acontecem com frequência, deixando para o público apenas a sensação bem colocada entre luto e seita, e isso é algo que precisa trabalhar sempre muito bem para não soar artificial.
Quanto das atuações, Sally Hawkins não erra jamais, e sua Laura aqui é daquelas que você até sente uma leve pena dela, afinal sabemos que o luto é uma dor estranha que dificilmente se cura, e o jeito que ela escolheu para tentar reviver a filha é "honroso", mas a atriz apimentou tudo com trejeitos fortes e dinâmicas que até podem parecer loucura, e isso ela soube fazer com uma precisão que chega a assustar. Um ponto bacana da produção foi ter colocado uma garota que realmente enxerga parcialmente para o papel de Piper, de modo que Sora Wong estreou bem com bons traquejos expressivos, e passou confiança em muitos atos, dando dinâmica e sinceridade para o papel, tirando a cena final, que cheguei a duvidar que era cega realmente, mas não tenho como descrever sem lotar de spoilers. O jovem Billy Barratt já vem impressionando com bons papeis no cinema, e aqui seu Andy tem uma entrega mista de situações bem colocadas e imponentes, com outras parecendo um leve desânimo cênico, que é quando o personagem parece não querer fluir, mas ainda assim segurou bem suas cenas e agradou com o que podia fazer. Agora Jonah Wren Phillips entregou um Oliver imponente e cheio de facetas expressivas, de modo que suas cenas impactam com ele falando pouco ou quase nada, mas com intensidade nos olhares e nas dinâmicas conseguiu ir bem além na tela.
Visualmente o longa como todo bom filme de terror tem muito sangue, cenas nojentas e uma casa bem estranha, com ambientes que só mesmo sendo cego para ficar ali, apesar que como são adotados, não tem muito como fugir, e assim sendo a entrega chama atenção com muitos atos no claro, sem precisar ficar apelando para sustos gratuitos, e como já disse no começo, a cena que o garoto sai comendo tudo o que vê pela frente é fortíssima e cheia de elementos cênicos que a equipe de arte gastou maquiagem para colocar cenários "comíveis".
Enfim, é um filme que funciona bem dentro do que se propõe que é um terror de baixo orçamento e impactos pela intensidade das dinâmicas, mas volto a frisar que quem for conferir assista sem expectativa alguma, pois do contrário acabará se decepcionando com o resultado final, o que acabou fazendo com que minha nota baixasse bem para ele, mas ainda assim valendo a indicação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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