O longa acompanha quatro amigos bilionários, donos de empresas de tecnologia, que se reúnem numa mansão durante o desenrolar de uma crise política, social e econômica internacional.
Após roteiros brilhantes de séries de sucesso mundo afora, Jesse Armstrong chega aqui para sua primeira direção de longa-metragem, e ele fez algo que facilmente poderia ser em filmado em qualquer ambiente, mas que sabiamente jogou em um lugar fora da bolha aonde tudo poderia explodir, do tipo jogue uma bomba no mundo e saia para as montanhas para ter um final de semana com os "amigos". Ou seja, é daqueles roteiros bem feitos e cheio de sacadas ácidas, que pontualmente funcionam dentro de uma proposta mais ampla, aonde você vê tudo acontecer, e nem pensa que algo poderia mudar os rumos do dia, mas que no final o diretor soube mostrar a faceta dos grandes ricos que não estão nem aí para os acordos feitos de boca, mas sim para algo melhor para ele próprio. Claro que por ser sua primeira direção vemos a famosa enrolação para manter o tempo de texto na tela, mas o resultado em si não fica preso, e assim acaba agradando.
Um ponto muito interessante para se discutir inclusive na data de hoje é que praticamente todos os protagonistas são humoristas, e falam de temas sérios e pesados com uma ironia que talvez impacte muitas pessoas, mas como reflexão são personagens fazendo aquilo, e não suas opiniões, ou seja, aqui sim o valor tem de ser marcado, então fica a dica para a briga atual. Dito isso, Steve Carell é daqueles que tem sempre um bom tom para impactar com o que faz, e mesmo trabalhando personagens meio que depressivos, o resultado sai pela tangente, tanto que seu Randall entrega atos fortes, porém entretém com uma pegada diferente do padrão. Agora quem impacta novamente em um filme cômico em duas semanas seguidas no streaming é Cory Michael Smith com seu Venis, que qualquer mera coincidência com outro bilionário tecnólogo que conhecemos e anda fazendo grandes bagunças no mundo é apenas ficcional, ou será que ele se inspirou? Não saberemos, mas o ator tem um timing tão preciso para tudo o que faz na tela que agrada demais, e mostra que devemos muito ficar de olho nele, tanto no ator quanto no personagem "real". Ramy Youssef brincou com as facetas mais fechadas e diretas de seu Jeff, sabendo utilizar da proposta como um contraponto mais centrado dentre os amigos na tela, mas talvez uma pegada mais explosiva anteriormente agradaria de uma forma melhor, mas ainda assim foi muito bem com o que fez. Já Jason Schwartzman acabou fazendo um Souper meio que forçado demais, daqueles que chega a irritar na tela, porém é o estilo do ator e isso poderia ter sido melhor trabalhado para que não saísse tanto do eixo, mas para o personagem que é alguém ainda milionário e quer um dígito a mais na sua conta até foi bem no que fez.
Como disse no começo, visualmente o longa poderia se passar em qualquer lugar, até mesmo em uma peça teatral de apenas um palco e alguns cenários simples espalhados pelo ambiente, porém vemos uma mansão gigantesca, com bunker, sauna, salão de jogos e claro comida de todo o tipo para que os personagens humilhassem com seus gostos e gastos, além claro da montanha belíssima de fundo na neve aonde eles andam com suas motos de neve e vão até o topo ostentar seus gritos e contas. Fora claro muita coisa real acontecendo e sendo apenas noticiada pelos celulares e TVs da casa, mas apenas como pano de fundo para as discussões, e também os gigantes carros, aviões, helicóptero e tudo mais para chegar ao local.
Enfim, acredito que muitos irão achar a trama chata e até um pouco cansativa, porém é daqueles que se a equipe pensasse em tudo o que ocorreria nesses dias/semanas no mundo atual real, jamais acertariam tanto na data de lançamento, pois tanto nos EUA quanto aqui no Brasil o longa pode ser discutido aos montes com os fatos que aconteceram, então fica como uma boa dica para refletir. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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